A Cruzada Maçônica em Prol do Resgate da Dignidade no Exercício do Poder, em todo o mundo e desde a sua constituição e unificação em 1717, a Maçonaria Universal caracterizou-se pelo claro alinhamento em torno de causas nobres e demandas legítimas da sociedade, objetivos enraizados no equilíbrio, senso de justiça, muita maturidade e na ampliação do conhecimento e da consciência cívica.

Mas é inquestionável que, seguindo a regra universal da época, a sobrevivência, unidade e expansão mundial da Maçonaria, assim como a de todas as Instituições religiosas e princípios filosóficos, só foi possível graças às alianças da Ordem com os estados.

A Maçonaria sempre esteve presente e foi pró-ativa nos pólos virtuosos das lutas sociais e anseio por Justiça, Liberdade, Igualdade e, nos pólos viciosos, no combate aos preconceitos e privilégios odiosos ou espúrios. Também ganhou inimigos poderosos ao questionar dogmas, defender novas idéias da era do “iluminismo” e o estado laico (a separação entre o estado e a religião).

Entre os líderes à frente de cada revolução e movimento social que envolvesse a conquista ou a ampliação das liberdades, da justiça, emancipação ou consciência, qualquer historiador atento identificará a numerosa e ativa participação de Maçons.

Foi assim a participação da Maçonaria Universal nos movimentos cívicos e históricos mais importantes, seja pelo fim das ditaduras, tiranias ou dos regimes escravagistas, em prol da independência e fundação de novos estados.

Mas apesar de pugnar por causas universais importantes e atuais como é a defesa da ecologia, a Maçonaria brasileira e a paulista em particular engajaram-se, desde 2007, numa das causas de maior relevância para o Brasil e todos os países do planeta que são assolados pelo mal mais perverso da atualidade: A corrupção, que rouba proteínas da merenda escolar de nossas crianças, subtrai equipamentos e remédios das prateleiras dos nossos postos de saúde, dissipando recursos, carteiras de nossas escolas e leitos nos hospitais.

Combate à Corrupção: O Resgate de Um Discurso Gasto

Aqueles dentre nós que assistiram ao surrado discurso de nossos líderes e governantes desde o fim do regime militar e do fracasso da política antiinflacionária da Nova República, sabem que o fim da corrupção sempre foi a maior demanda social brasileira, e que ela nunca saiu do terreno utópico do idealismo e das aspirações ou do terreno demagógico e eleitoreiro da sedução retórica.

Na nação maçônica paulista e brasileira não foi diferente: por dever constitucional e por ouvirem o clamor e indignação que vem das Lojas e da sociedade, os Grãos Mestrados que se sucederam nos Grandes Orientes Estaduais e do Brasil nas duas últimas décadas, reafirmaram o compromisso e manifestaram a disposição de colocar nossa Ordem na primeira linha da trincheira do combate à corrupção.

Mas em agosto de 2007, o remendado discurso e as até então vãs propostas deixaram o papel para tornarem-se eixo de uma férrea vontade política. O tema ganhou status prioritário de principal front de ação Maçônica: GOSP e GLESP firmaram a Carta da Maçonaria Paulista Contra a Corrupção e, pela primeira vez, o discurso foi encarado como um compromisso público da Instituição Maçônica com a sociedade paulista.

Conclusões dos Estudos Maçônicos: A

Maçonaria paulista aprofundou debates e estudos sobre as causas da corrupção e como a sociedade civil poderia opor resistência legal e oferecer legítimo combate ao mal. Nossos estudos concluíam que espernear e denunciar não resolveria o problema da impunidade que imunizava o corrupto e incentivava a corrupção.

A maçonaria paulista convenceu-se que a única forma legal de resgatar a dignidade no exercício do poder passava pela organização das instituições ligadas à Ordem, a preparação dos quadros de obreiros e o uso da estrutura física e do capital intelectual Maçônicos, utilizando as regras do sistema democrático para tirar os corruptos do poder e colocar, no lugar deles, cidadãos livres e de bons costumes.

Seguindo nossa vocação cívica, constituição, os princípios da Maçonaria Universal e ouvindo o clamor dos obreiros nas Lojas das três obediências em todo o estado, o GOP somou-se ao GOSP e à GLESP e, em 2008, as três obediências deixaram de lado diferenças históricas e passaram a pugnar juntas num programa de ação emergencial e objetiva contra a corrupção: a de estender aos irmãos-candidatos que reafirmassem em Loja o seu compromisso com ideais e princípios da Ordem, todo o apoio que as três potências conseguissem reunir em favor deles. Ali nasceu o Movimento Maçônico que se intitulou “Maçonaria Unida por São Paulo”.

Balanço do Programa de Inserção Política em 2008

Graças ao programa de reinserção na Política, pela primeira vez em sua história, embora tardiamente (agosto de 2008), o GOSP, em nome da Maçonaria Paulista ofereceu suas instalações e organizou seminário e reuniu especialistas em diversas áreas de campanha para oferecer aos irmãos candidatos cursos sobre direito, pesquisa, marketing, propaganda, assessoria de imprensa e organização de campanhas eleitorais, colocando à disposição de quem o requisitasse serviços de pesquisa, processamento de dados, estratégias de campanha, criação publicitária e sugestão de discurso.

Com estes serviços, embora disponibilizados, foram subaproveitados e por poucos candidatos, mas todos eles foram beneficiados pelo boletim impresso e enviado aos Maçons de todo o estado, onde os três Grãos Mestres pediam não só o voto, mas todo o apoio possível aos 291 irmãos que subscreveram o termo de reciprocidade com suas Lojas e Obediência.

Também pela primeira vez, mesmo considerando sua iniciativa como tímida, a maçonaria paulista mediu o real potencial eleitoral dos candidatos maçons. E comprovou que embora sejamos apenas 51 mil maçons no estado, nós somos pastores e não ovelhas: 291 irmãos candidatos obtiveram nada menos do que 2 milhões de votos (válidos). E 84 destes 291 líderes Maçons foram eleitos prefeitos vice-prefeitos ou vereadores.

Nenhum partido paulista obteve percentual tão alto de líderes eleitos em relação à quantidade de candidatos lançados: 28% dos Maçons (quase 1 em cada 3) que se lançaram em 2008 foram eleitos. Se mantivermos apenas estes 2 milhões de votos em 2010, teremos assegurado 100 mil votos para cada um de 20 candidatos Maçons a deputados estaduais e mais 100 mil votos para cada um de 20 aspirantes a deputados federais…

Potencial Eleitoral Maçônico

Mas o potencial maçônico é muito maior… Estudos feitos pelo GOSP através de pesquisas em 2008 revelam que, em São Paulo, a maçonaria é desconhecida por 70% da população. Mas a Ordem desfruta de conceito positivo junto a 7% dos eleitores paulistas. E 7% de 29,5 milhões significam …2 milhões de simpatizantes!

Não é difícil concluir que se a maçonaria paulista souber posicionar-se bem e fazer com que esta simpatia se multiplique em 2010, o voto maçônico pode não apenas eleger deputados, mas também decidir qualquer eleição majoritária.

Mas consideremos ainda que, eleitos sem ajuda e, portanto, sem qualquer compromisso com a Ordem, temos 25 irmãos deputados estaduais e mais 27 deputados federais.

Quantos dentre nós saberíamos nominar quais são os atuais parlamentares Maçons? Por que? Porque não existe reciprocidade nem conexão entre eles e a Fraternidade a que pertencem… Quantos de nós votamos e nos esforçamos para eleger deputados Maçons nas eleições passadas?

Conclusão: Sem nenhum apoio nem mobilização de seus quadros de obreiros, a maçonaria paulista conta com 25 deputados estaduais e mais 27 federais. Quantos deputados a Ordem conseguiria se organizarmos por volta de 51.000 Maçons (líderes e cabos eleitorais altamente qualificados), distribuídos por 1.500 Lojas em quase todas as cidades do estado?

Além de eleger grandes bancadas (estadual e federal) comprometidas com a Instituição, quanto valeria para qualquer candidato majoritário (governo, senado e presidência) uma aliança que lhes permitisse contar com o apoio destes 51.000 Maçons, 1.500 Lojas e mais de 2 milhões de simpatizantes profanos?

Será que a maçonaria, além de influir nos futuros governos, não teria força para indicar um vice-governador e uma suplência de senado? Será que não teria força para indicar secretários estaduais e ministros de estado, assegurando o resgate da dignidade no exercício de poder e elegendo valorosos oponentes à corrupção que contamina nossa cultura, assalta o nosso País, o nosso bolso e devasta nossos princípios e valores morais?

Alcançar a Reinserção da Maçonaria na Política Pressupõe

1 – Acreditar que a Meta é Tangível – Fé & Consciência

Ao renovar e estender o acordo tácito que uniu a Maçonaria Paulista em 2008 ao futuro, o programa de Reinserção da Maçonaria na Política deixa de ser um programa eleitoral e passa a ser objetivo central e trincheira cívica permanente de combate à corrupção.

Ao reafirmar o compromisso público assumido em 2007 nós, Grãos-Mestres paulistas, apenas cumprimos nosso dever de ouvir e dar resposta às aspirações dos Maçons-cidadãos e da Pátria a que pertencemos.

Honramos a palavra empenhada e oferecemos, à sociedade e à maçonaria paulista, brasileira e mundial, um modelo inédito de ação cívica e combate à corrupção, onde cada maçom sinta-se honrado como cidadão, mais digno do respeito e estima de sua família e círculo de convívio, mais capaz de fazer diferença, mais livre e menos impotente.

Benedito Marques Ballouk Filho pelo GOSP, Francisco Gomes pela GLESP e José Maria Dias Neto pelo GOP, Grãos Mestres das três maiores obediências maçônicas brasileiras convocam cada maçom a acreditar que sim, é possível resgatar a dignidade no exercício do poder. Como todo projeto conseqüente de inserção política reside no envolvimento da base do sistema, o programa da Inserção da Maçonaria paulista na política convida os veneráveis a discutirem o tema em Loja com seus obreiros, plantando a consciência.

2 – Que a Cúpula do Movimento Esteja Conectada à Base Que Diz Representar

A inserção da maçonaria no poder pressupõe unidade entre as bases e as cúpulas maçônicas. E caberá a cada Loja reduzir a distância que hoje a separa de seu grão mestrado, indicando pelo menos um obreiro para fazer a interlocução da Loja com seu grão mestrado: de outra forma, como governos maçônicos poderão negociar o cacife que representam 1.500 Lojas, 51.000 Maçons e 2 milhões de simpatizantes, se eles não mantiverem abertos os canais de diálogo com as lideranças Maçônicas de suas bases?

A Qual Destas Classes de Maçons Você Pertence?

Em seu projeto de reinserção política, a Maçonaria Unida por São Paulo convidará cada maçom a perscrutar sua consciência e convoca a juntarem-se ao Movimento Cívico os Maçons que:

  1. Já sejam líderes sociais ou políticos ou tenham plena consciência da importância da política como instrumento de transformação conjuntural, cultural, sócio-econômica e promoção de justiça social;
  2. Acreditarem que sim, a maçonaria brasileira poderá vir a ter a mesma influência que a maçonaria norte-nmericana ou européia;
  3. Acreditarem na determinação dos líderes e na força do projeto que teve o mérito de unir a mjaçonaria das três maiores Obediências, levando a maçonaria paulista a superar diferenças históricas e decanas para abraçarem um só ideal e bandeira cívica;
  4. Queiram ganhar significância cívica, deixando a platéia para tornarem-se protagonistas;
  5. Estejam dispostos a ingressar no universo da política e do poder, seja trabalhando em favor de irmãos candidatos seja firmando compromisso em Loja, para lançarem-se candidatos com apoio da Maçonaria Unida por São Paulo nas futuras eleições;
  6. Acreditem que sim, podem fazer a diferença;
  7. Estejam cansados de reverenciar as glórias do passado e estejam dispostos a abraçar causas dignas;
  8. Cansaram de reclamar, condenar, resmungar e espernear e estão dispostos a usar melhor sua energia;
  9. Forem construtores sociais de fato e queiram ajudar a cavar masmorra ao pior dos vícios modernos;
  10. Concordarem com diagnósticos e propostas sugeridas na obra “Corrupção Política: A luta social pelo resgate da dignidade no exercício do Poder” (de Benedito Marques Ballouk Filho e Ronald Kuntz).
  11. Estejam cansados de não acreditar em nada e dispostos a buscar alguma causa digna de sua crença;
  12. Prefiram arrepender-se da ação ao invés da omissão, pelos erros cometidos do que por aquilo que poderiam ter feito, mas não fizeram…

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