O longo desses anos de maçonaria, frequentando a SAFL e inúmeras lojas pertencentes ao GOB e demais potências, e lendo os escritos sobre os feitos da maçonaria, temos constatado que ela está vivendo das glórias do passado, não sendo, hoje, nem uma pálida sombra de seus antigos dias. E esta realidade é mundial.

Se compararmos a maçonaria atual com a de outros tempos, veremos que antigamente os maçons do Brasil eram estimulados pela conspiração política, onde conviveu-se com lutas pela independência, pela abolição e pela república.

Todos abraçavam a mesma causa, mesmo Irmãos com pontos de vista diferentes, como Joaquim Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrade e Silva. Outrora, era a Maçonaria que liderava esses movimentos, hoje, são jovens.

Há de se perguntar, então:

A Maçonaria está passando por uma crise de valores e de adaptações a este mundo moderno?

Muitas respostas são dadas, e uma delas atribui a monotonia de nossas reuniões à falta de estudo, à carência de cultura maçônica e aos longos falatórios de Irmãos, que se utilizam de espaços destinados à instrução ou à melhoria de nossa Instituição para desfilarem inócuos e demorados assuntos, aborrecendo a todos em seu redor, porém, satisfazendo a própria vaidade, e aí reside o fator principal das ausências, das desistências e, afinal, do adormecimento definitivo”.

Reclamar que reuniões são insípidas, em face da leitura de Boletins, de atos, de Decretos ou leis, de correspondências expedidas e recebidas, não faz o menor sentido.

Nós temos que entender que esta é a parte administrativa da loja, e todos têm que tomar ciência, pois a Administração da loja é, obrigatoriamente, um encargo de todos.

Sem a Administração não existe a Loja e sem a Loja não existe a Maçonaria. Não há outra maneira de fazer as coisas e, portanto, os Irmãos devem entender que, sem esta atividade, é impossível a existência da própria Maçonaria.

Por outro lado, como a loja está integrada a um contexto sócio-econômico, deve sempre desenvolver o seu papel filantrópico.

Este papel faz com que sejamos, constantemente, chamados a prestar nossa colaboração em campanhas beneméritas da sociedade profana.

O que podemos fazer, ou o que devemos fazer em benefício desta sociedade profana, é o que deve ser discutido profundamente em nossas reuniões.

Somos todos culpados por este marasmo que passa a Maçonaria, pois, aos iniciados nem sempre lhes são dados os esclarecimentos e estudos adequados, que objetivem despertar a verdadeira Maçonaria no aprendiz.

Maçonaria não se resume nas duas agradáveis horas semanais que passamos juntos. Maçonaria se faz 24 horas por dia com o nosso exemplo.

Um dos caminhos é convidar, em datas especiais ou até em datas ordinárias, Irmãos de reconhecido saber, Maçônico ou não, para nos trazer mais luzes.

Estaríamos, assim, não só tornando nossas reuniões muito mais movimentadas e agradáveis, como também não estaríamos relegando nossos Irmãos à busca solitária de seus próprios caminhos. Seria este o exemplo mais claro de fraternidade que tanto pregamos. A partir do momento em que entendemos que cada um de nós não está capacitado para transmitir a verdade sozinho, compreendemos, também, que esta será a única fórmula que dispomos para passar aos nossos Irmãos tudo aquilo que conseguimos aprender.

Mas compete a nós, hoje, mostrarmos os caminhos que a maçonaria deve seguir, pois nós somos a Maçonaria e ela será, sempre, o resultado de nossas ações.

A nova Maçonaria não deverá emergir pela revolução, mas, sim, da transformação de ideias, contudo para isso é preciso uma reforma intelectual e moral. É hora de olharmos para frente e lutarmos por uma Maçonaria mais ativa e mais respeitada – Gandhi já dizia: Seja você a mudança que deseja ver. E Confúcio nos ensina que: pequenas ações que realizamos são melhores do que as grandes que planejamos.

Digo isto apenas para fazer um chamamento à reflexão sobre esta dura realidade.

Mas hoje é um dia muito especial para nós da nova diretoria. É o dia de mudança na administração de nossa loja.

Fomos convocados a assumir este desafio, e iremos procurar não decepcionar os Irmãos que em nós confiaram. Para mim, em especial, é uma missão árdua e desafiadora substituir um Irmão tão valoroso, como o irmão Túlio.

Você sabe que o aplauso que o Maçom conhece é o sentimento do dever cumprido e este sentimento você o tem, com certeza.

Tem uma frase de São Francisco de Assis que resume muito bem a sua gestão:

Primeiro, você fez o que poderia – Depois, fez o que era possível – E lá na frente, você verá que fez o impossível.

Muito obrigado, Ir∴ Túlio.

Quero agradecer a todos que vieram nos prestigiar com suas honrosas presenças, especialmente…

O brilhantismo desta solenidade deve-se à presença de tantos Irmãos Amigos.

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