Autoridades Não Maçônicas Presentes ou Representadas;
Soberanos Grão-Mestres, Presidentes de Entidades Maçônicas,
Acadêmicos, Historiadores, Escritores, Jornalistas,
Veneráveis Mestres e demais Irmãos Maçons que nos honram com suas presenças;
Queridas Cunhadas, Senhoras e Senhores
Convidados Especiais, boa noite.

Graças ao Grande Arquiteto do Universo, estamos reunidos nesta noite, de 13 de abril de 2012, para participar desta solenidade de abertura do XVII ENCONTRO NACIONAL DA CULTURA MAÇÔNICA.

A todos e a todas sou grato pelo comparecimento e para os visitantes de outros Estados da Federação Brasileira e do Distrito Federal, lhes dou as boas-vindas, em nome da Maçonaria Unida do Maranhão.

Durante o dia de amanhã estaremos, todos nós, maçons, participando dos trabalhos do aludido Encontro Nacional, que a programação prevê atividades a partir das 08:00 horas, abordando, os Palestrantes, o tema central A Educação Pública no Brasil e seus desdobramentos.

Livros sobre temas maçônicos serão lançados a preços módicos pelos respectivos escritores.

Trabalhos escritos sobre Responsabilidade com a Educação serão apresentados e defendidos pelos respectivos autores e os selecionados poderão compor livro a ser editado brevemente pela Editora A TROLHA Ltda.

Dirijo-me neste momento especialmente aos visitantes, para lhes dar boas-vindas e lhes falar um pouco sobre nossa querida São Luís do Maranhão.

Meus Irmãos e minhas Cunhadas, sejam bem-vindos a esta nossa São Luís, Cidade Cultural, Patrimônio da Humanidade, capital do nosso querido Estado do Maranhão, neste ano do seu 4º centenário!

Nossa capital foi fundada em 08 de setembro de 1612. Localiza-se na ilha homônima (Upaon-açu, na antiga denominação dada pelos índios tupinambás e traduzida como “Ilha Grande”), no Atlântico Sul, entre as Baías de São Marcos e São José de Ribamar.

É a principal cidade da Região Metropolitana Grande São Luís. Única cidade brasileira fundada pelos Franceses, e é uma das três capitais brasileiras localizadas em ilhas (as outras são Florianópolis – SC e Vitória – ES).

Sua história

No local da cidade habitavam nativos de uma aldeia Tupinambá até a chegada de franceses, em 1612, comandados por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, que construíram um forte e o nomearam São Luís, em homenagem a Luís XIII. Os franceses se aliaram aos tupinambás na resistência aos portugueses e, 03 anos depois, em novembro de 1615, foram expulsos, sob o comando de Jerônimo de Albuquerque, que se tornou o primeiro capitão-mor do Maranhão.

A curta estada francesa, por não terem construído a cidade (construíram um forte) traz discussões sobre a fundação de São Luís, se foi feita pelos portugueses ou pelos franceses.

São Luís também esteve sob o controle holandês, no período de 1641 a 1644. Somente depois desses ataques ou ocupações, o governo colonial decidiu fundar o estado do Grão-Pará e Maranhão, independente do resto do país. Nessa época, a economia era baseada na plantação, e depois exportação de cana-de-açúcar, cacau e tabaco.

Houve um tempo, na geografia do Brasil, em que o Maranhão não era Nordeste, e quando o foi, integrava o chamado Nordeste Ocidental.

Meio-Norte, o Estado do Maranhão, em verdade, nem é nordeste, sendo um pouco integrante dessas duas regiões. A rigor, o Maranhão é Maranhão, com especificidades que o fazem único em todo o mapa do nosso País.

Aqui está a maior variedade de ecossistemas do Brasil, isto é, o mar e o sertão; a floresta tropical; os manguezais; o cerrado, lagos e dunas; rios e igarapés.

Com as pessoas, tivemos uma miscigenação generosa e sem hesitações, um sincretismo de fazer inveja ao mais tolerante de todos os humanistas.

São Luís é uma “ilha rebelde” por muitas razões. As suas igrejas ecoam o verbo candente do Padre Antonio Vieira, pregando para os peixes a verdade que os homens se negavam a ouvir.
As suas praças testemunham o sacrifício de Manoel Beckman – o Bequimão – o verdadeiro protomártir de nossa Independência – eternizando seu grito ‘pelo Maranhão
morro feliz!’.

À noite, ninguém se espante! Passa a carruagem de Ana Jansen, a Rainha do Maranhão, rainha que não foi Baronesa; carruagens puxadas por cavalos sem cabeça, tendo às rédeas um negro também decapitado. Ana Jansen, a mulher que, em pleno século XIX, teve coragem para enfrentar o patriarcalismo dominante na sociedade maranhense.

A riqueza do nosso povo está, sobretudo, em sua imaginação, se é verdade o que todos dizem, ou seja, “nos labirintos da vida, só a imaginação é que nos abre o caminho da saída”.

Uma serpente encantada habita os subterrâneos desta Cidade Cultural, Patrimônio da Humanidade, beirando seus 400 Anos de História. Sua cauda está na Igreja de São Pantaleão, a barriga na Igreja do Carmo e a cabeça na fonte do Ribeirão. No dia em que a serpente morder a própria cauda, esta cidade desaparecerá no oceano, diz a lenda.

No dia em que a serpente morder a própria cauda, esta cidade desaparecerá no oceano, diz a lenda.

Por aqui se repete a lenda messiânica do Rei Dom Sebastião, “o encoberto”, que aparece na Praia dos Lençóis sob a forma de um touro negro, com uma estrela na testa, e ressuscita, a cada ano, na coreografia dos nossos brincantes do bumba meu boi, a festa incomparável do
nosso povo.

Nesta cidade de enraizadas tradições católicas, Nossa Senhora foi uma Santa Guerreira, que transformou areia em pólvora, para ajudar os portugueses a expulsar o invasor holandês.

Em meio ao catolicismo maranhense, há lugar para os cultos que os nossos irmãos africanos trouxeram de sua Mãe-Pátria e por causa da cultura africana temos o tambor de mina, o tambor de crioula, o terecô, o cacuriá, a dança do lelê, os inumeráveis terreiros de encantados.

E por causa dos negros africanos e lusitanos, temos culinária, doçaria e bebidas, que são, também, dos visitantes.

Esta é a cidade dos poetas e são muitos os poetas
da cidade!

Muitas foram as figuras de ilustres maranhenses que aqui viveram e aqui deixaram luminoso rastro na vida intelectual, a exemplo de Odorico Mendes, o patriarca das letras clássicas; João Francisco Lisboa, a expressão que transformou o jornalismo e a história em gêneros da literatura; Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade); Antonio Henrique Leal; Nina Rodrigues; Arthur Azevedo, no teatro e Aluísio de Azevedo, no romance. E como ícone e epítome de tudo, o que mais autoengrandeceu o Maranhão no plano das realizações imateriais, Antonio Gonçalves Dias, poeta, pesquisador, antropólogo, dicionarista, botânico, pesquisador da história.

Proclamar a grandeza desses nomes é uma dessas tarefas mínimas que cumprimos como preito de gratidão.

Maçonaria

Tem sido luminoso o caminho da nossa Sublime Ordem neste rincão maranhense, com a Maçonaria Unida do Maranhão (Tratado de União, Reconhecimento e Amizade local, firmado em 20/08/1999, pelos então Grão-Mestres Francisco José Ramos da Silva, Heli Lopes de Morais e Plínio Ferreira Marques, da Grande Loja Maçônica do Estado do Maranhão – GLEMA, Grande Oriente do Brasil no Maranhão – GOB-MA e Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, respectivamente), sendo seus atuais Grão-Mestres os Irmãos Bolivá Marques Vieira, José de Jesus Billio Mendes e Osvaldo Pereira Rocha, Maçonaria que proclama a prevalência do espírito sobre a matéria e pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Aqui ela não é diferente. Seus fins supremos são a LIBERDADE, a IGUALDADE e a FRATERNIDADE. Liberdade de praticar tudo aquilo que não é proibido por lei; igualdade em direitos e deveres, respeitando-se os irmãos pelos cargos que exercem e fraternidade com amor ao próximo, unindo-se como irmãos, sem dar esmolas.

E as principais de nossas missões são praticar a virtude e combater o vício.

Pela Maçonaria Unida Maranhense foram fundadas e estão em pleno funcionamento as entidades culturais Academia Maçônica Maranhense de Letras – AMML e o Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense – IHMM. São seus presidentes atuais o Eminente Irmão Raimundo Ferreira Marques e o Respeitável Irmão Wellington Santana da Silva, do GOAM e da GLEMA, respectivamente.

Sejam bem-vindos a São Luís do Maranhão, meus Irmãos e minhas Cunhadas! E que este XVII ENCONTRO NACIONAL DA CULTURA MAÇÔNICA obtenha o êxito esperado, segundo a vontade do Grande Arquiteto do Universo!

Grato a todos e a todas pela paciência de me ouvirem.

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