A “Cabala” não é só uma doutrina esotérica que visa conhecer a Deus e o Universo. Acima de tudo, a Cabalá é uma filosofia que busca entender o sentido da Criação, os propósitos da vida, o Destino humano e de todas as coisas.

A palavra tem origem hebraica, lê-se da direita para a esquerda, pronuncia-se com acento tônico na última sílaba e significa literalmente “recebimento”. O significado literal está mais ligado à r ecepção de algo abstrato e intangível do que ao recebimento de qualquer coisa concreta e racionalmente compreensível. Cabalá trata do corpo da tradição que confirma e comprova nossa afinidade com o Criador. Na sociedade moderna as razões práticas da mente suplantam e sufocam as razões sensíveis do coração. O homem vive inebriado pelas próprias vitórias e cada conquista impulsiona-o na busca do domínio irrestrito de tudo . Seu orgulho quase não tem limites, sua arrogância e vaidade levam-no a tal presunção que procura (às vezes) fazer um pacto com Deus , mas aqui também um “pacto mercantil”…

Poderíamos imaginar que aquela mencionada afinidade entre o homem e Deus rompeu-se ou é tão tênue que está à beira da falência total. Cabalá esclarece o contrário : O homem é tão contraditório e dual que o Antigo Testamento lhe reserva duas descrições totalmente distintas. Em Gênesis 1 ele é criado à imagem e semelhança e exortado a dominar a Terra. Em Gênesis 2, esculpido em argila recebe o alento da vida para cuidar do jardim do Éden. Observe-se que não tratamos de 2 homens distintos, mas sim, das duas naturezas manifestadas no mesmo Adão.

O primeiro homem busca sofregamente sua majestade na vida porque, intimamente sabe que só depois de atingi-la será capaz de desempenhar o papel que lhe cabe na existência conforme prenunciado em gênesis 2; qual seja, a de guardião de um magnífico jardim, mas observe: “ nada mais que um jardim”…

Não subjugar… servir; Não submeter… amar; Não dominar… libertar. Eis aqui um dos caminhos de Cabalá!… Por vezes intrigante, mas sempre surpreendente a Cabalá mergulha nos escritos da Torah (Velho Testamento) em busca do que está contido em suas entrelinhas, escondido em suas parábolas ou oculto em “estórias mal contadas”… Ao cabalista compete despir-se de preconceitos e deliberadamente buscar a verdade, consciente da subjetividade que a cerca mesmo porque sabemos que o que hoje nos parece mentira, amanhã poderá refulgir com incrível autenticidade. Tudo depende do grau de consciência que dispomos e que aplicamos à tarefa. E mais; sabemos que se o corpo tem limitações naturais, também a mente as possui. Os limites do corpo obedecem regras que dependem de aptidão, preparo e determinação e assim também a mente pode ter suas limitações trabalhadas.

Este preparo mental é um dos objetivos de Cabalá!…

Para Cabalá o homem primordial não era judeu, muçulmano, cristão ou budista; era sim e ainda é uma criatura depositária da essência da divindade. Cingido pelo talit judeu, pelo hábito franciscano, pelo manto sufi ou pela túnica budista trilha um dos caminhos na mesma longa jornada de retorno ao Pai.

O ecumenismo é o cerne do ensinamento cabalista e nós, maçons, ao revestirmo-nos de aventais estamos de alguma forma despindo-nos das outras vestes que nos adornam para servir incondicionalmente ao G.’.A.’.D.’.U.’. que é Deus. Mesmo não sabendo, estamos trilhando um caminho de Cabalá!… Vamos caminhar juntos…

Ensaio sobre Cabalá (1)

Oh quão bom e agradável é “caminhar” juntos os IIr.’…. Quando ainda profanos apresentamo-nos ao templo despidos, privados de metais mas livres e de bons costumes. Livres porque libertos das necessidades vulgares e prontos a abdicar de qualquer forma de dominação; de bons costumes porque prontos a servir e amar incondicionalmente. Percebam que as condições necessárias para ver cumprida a primeira tarefa inerente à natureza humana estaria completa. Poderíamos afirmar que o neófito apresenta-se soberano e majestoso sobre a Terra e disposto a conhecer o Jardim que lhe compete cuidar. Iniciado, recebe um avental de trabalho, e espera-se que possa com essa nova vestimenta dedicar-se ao florescer da humanidade restabelecendo a afinidade entre o homem e o G.’.A.’.D.’.U.’.. Um dos caminhos de Cabalá e por certo o caminho de um maçom. Porisso, demo-nos as mãos e continuemos nossa marcha… O Evangelho de S. João diz: “No princípio era o verbo”… Diz a Cabalá: “No princípio era o pensamento”… De fato o pensamento materializa-se na palavra tal qual Deus materializa-se no homem; o universo é a veste de Deus tal qual o corpo é a veste do homem. Não nos surpreende a constatação de similaridade entre o acima e o abaixo, onde está em jogo
apenas um problema dimensional que poderá ser resolvido se lançarmos mão da escala adequada. A proximidade de Deus é tamanha que apenas cegos, surdos, desprovidos de qualquer sentido ou sensibilidade não se apercebem disso.

Pare, cale, permaneça em silêncio e sinta que EU sou Deus; Kafka acrescenta: “O Mundo não terá outra escolha que jogar-se em êxtase a seus pés…”É nesta proximidade com Deus que se desenvolve o ensinamento de Cabalá. Procuramos Deus, em Sua presença imanente, para torná-lo nosso companheiro de jornada (…e que companheiro !…) O cabalista reconhece a transcendência da Divindade mas teme absorver-se nela e inebriar-se a ponto de tornar-se um sonhador alienado afastado da realidade da vida. O nosso grande desafio é reconhecer Deus nos nossos afazeres comuns e diários. Trazer Deus até nossas atividades usuais é reconhecer-lhe a existência e a própria divindade sem que com isso tenhamos de nos afastar de nossas obrigações e necessidades mundanas. Cabalá é por isso uma aventura que se desenrola 24 horas por dia, todos os dias de nossas vidas, que “milagrosamente” passam a ser momentos de reconhecimento mútuo entre Criador e Criatura. Ïbn Pakuda, um sábio do século XI, preconizava em sua obra “Os Deveres do Coração” que dez portões deveriam ser vencidos na caminhada rumo ao céu:

Portão1: Observar a natureza percebendo nela as ações explícitas de Deus.
Portão 2: Adorar a Deus,não por temor mas por reconhecer Nele o “construtor”de todas as coisas.
Portão 3: Confiança, que surge espontaneamente, uma vez percebida Sua presença.
Portão 4: Aceitação da vida, que abandona a conotação de fardo e assume o sentido de escola.
Portão 5: Sinceridade na fixação de seus propósitos de vida.
Portão 6: Humildade na aceitação das provas pelas quais tenha de passar.
Portão 7: Arrependimento pelas falhas de comportamento anteriores à recepção do ensinamento.
Portão 8: Purificação da alma.
Portão 9: Abstinência, preparando o início da busca pela transcendência Divina.
Portão 10: Santidade, substituindo a reverência e o temor por Amor total, incondicional, pleno e absoluto Receber Deus no Mundo é a grande e única tarefa do Cabalista…

Ensaio sobre Cabalá (2)

Oh quão bom e agradável é “caminharem” juntos os IIr.’.; é como o óleo precioso…

Continuemos pois nossa jornada! Ibn Pakuda, no século XI, em seu livro “Os Deveres do Coração” afirmava que na busca da santidade seria obrigatório “Observar a Natureza” para assim abrir-se o primeiro portão da longa jornada. Vamos juntos entender como isso funciona…

O cabalista procura Deus avidamente, em tudo que o cerca. Ora, a natureza em sua grandiosa manifestação, desde que devidamente observada, é o cenário ideal para detectar-se a presença Divina. Basta olhar o deslumbrante espetáculo do amanhecer e do entardecer; basta ouvir o rugir furioso do oceano ou o manso marulhar de um regato; basta sentir o suave perfume de uma flor e seremos invadidos pela sensação de proximidade íntima com o G.’.A.’.D.’.U.’.. Devemos observar no entanto que as ações preconizadas (olhar, ouvir, sentir) estão intrinsecamente ligadas à nossa vontade e disposição de vir a participar do evento. Note que o oceano ruge mesmo você não o escutando tal qual a flor emana seu perfume indiferente ao fato de você senti-lo ou não. Aí está um fato importante, que merece uma análise mais cuidadosa. Poderíamos afirmar: “As ações ativas da natureza resultarão em fatos mensuráveis apenas e tão somente SE devidamente absorvidas, analisadas e sintetizadas pelo ser humano” !!! Talvez daí de tenha dito que o Universo não seria o mesmo sem você: sim… sem você… ou sem eu… ou sem seu vizinho!… A força criadora do Universo está em constante movimento e para acompanhar a dinâmica da Criação, basta ao homem olhar, ouvir e sentir. Uma emissora de rádio emite sinais que só serão percebidos por um receptor conveniente, previamente ligado e devidamente sintonizado.

Da mesma forma, o G.’.A.’.D.’.U.’. irradia a criação que só será percebida se o homem assumir o papel que lhe compete tornando-se o receptor conveniente, ligado e sintonizado à maravilhosa aventura da vida.

No entanto… não vemos; não sentimos; não ouvimos! Por que? Porque nossa vida cotidiana, semeada de bons ou maus hábitos nos automatiza a ponto de fazermos dela uma imensa somatória de rotinas repetitivas. À rotina do despertar segue-se a rotina do desjejum, a rotina do trabalho, do almoço, do jantar, da novela, do amor. Assim, dia após dia; ano após ano esgotamos em vão o tempo de nossas vidas. A rotina brutaliza o homem e usurpa-lhe a essência criativa e a capacidade de ver, sentir e ouvir…A Cabalá insiste e recomenda sua atenção a uma determinação expressa na Torah: Pare, sinta, perceba que EU sou Deus. Aí está, meu Ir.’.a recomendação imperativa: PARE ! ! Pois, só assim sentiremos a presença da Divindade.PARE!! Pois só assim estaremos projetando nosso potencial divino. PARE!! Pois só assim assumiremos controle sobre nossas vidas. Não sem razão o 4º mandamento recomenda: “Santificar o Sábado”… A santificação de um dia na semana não necessariamente envolve rituais religiosos ou retiros especiais. Para um cabalista essa santificação preconiza apenas o momento adequado para o homem parar e sintonizar a emissora Divina. Essa é a oportunidade impar de perceber Deus; quebrando rotinas, mantendo silêncio interior, ligando-se e sintonizando o G.’.A.’.D.’.U.’.. Observar a natureza, render-se à sua beleza, ao seu esplendor, ao seu poder, ao seu gracioso embalo é sentir Deus em sua primeva manifestação. Lembre-se que a “simples” mas incrível beleza de uma rosa só existe por sua causa que, na criação, é o único ser capaz de admirá-la de uma maneira própria, particular e única. Você nesse instante manifesta a causa da criação e retorna ao G.’.A.’.D.’.U.’. seu reconhecimento apaixonado. Eis aí, aberto o 1º Portão no caminho da santidade: OBSERVAR A NATUREZA… VENDO NELA A EXPRESSÃO MATERIALIZADA DO CRIADOR. Disto trata Cabalá.

Ensaio sobre Cabalá (3)

Oh quão bom e agradável é caminharem juntos os IIr.’.; é como o óleo precioso que cai sobre a barba….Continuemos então nossa jornada! Já podemos nos sentir conectados ao G.’.A.’.D.’.U.’., na medida em que reconhecemos ser a causa última do efeito criador. O simples fato de acariciar uma flor, sentir-lhe o perfume, admirar-lhe as cores conecta-nos ao programa criador de Deus. Evidentemente não é a flor a portadora do “milagre”, mas sim, nossa atitude perante a criação Divina. O despertar deste ser, sensível e atento às delicadas mensagens da vida, demarca o surgimento do homem espiritual que reclama seu direito Divino de co participação na criação. Nesse momento abre-se o 2º Portão daqueles preconizados por Ibn Pakuda e defrontamo-nos com o processo Crescente de “adoração a Deus”; condição que gradual mas inexoravelmente leva-nos à “confiança”; que por sua vez induz à “aceitação da vida”; e assim, um após outro, abrem-se os portões permitindo que a antiga jornada sem destino seja agora dirigida à glória do G.’.A.’.D.’.U.’…. Para isso “caminhamos juntos os IIr.’.”…. É importante neste momento entender o papel que nos compete na existência, para então reavaliarmos criteriosamente nossa vida presente. A Criação apresenta dois pólos opostos: de um lado o Criador, doador por excelência; de outro o homem receptor por efeito da própria criação. Assim, nos primórdios da criação havia de um lado um doador dadivoso que tudo tinha e de tudo dispunha; de outro um receptor ávido e insaciável. Aparentemente a situação era equilibrada e estável. No entanto, receber cada vez mais, em enorme abundância, mesmo o não solicitado criou um enorme embaraço na Criação. O homem em determinado momento envergonhou-se de tanto receber e a partir daí tornou-se refratário às dádivas Divinas. Afinal só receber sem nenhuma possibilidade de retribuição acarreta um sentimento ao qual o cabalista chama o “Pão da Vergonha”. Comparativamente refiro-me à sensação que sentiríamos se solicitássemos os serviços profissionais de um amigo que se recusasse constantemente a receber pagamento. É óbvio que a curto prazo tal situação criaria um mal estar tão intenso que nos faria buscar outro profissional. Este é o sentimento do “pão da vergonha”.

Não é concebível portanto apenas receber, e por essa razão surge a necessidade imperiosa de compartilhar aquilo que graciosamente se recebe, o que de alguma forma faz do homem também um doador e nesse caso assemelhado ao G.’.A.’.D.’.U.’..

Aquele que compartilha o que recebe mantém-se apto a receber cada vez mais tornando-se porisso um receptor preparado para a abundância Divina, e agora definitivamente afastado do “pão da vergonha”. Eis aí uma situação natural, estável e equilibrada. Um Ser Supremo que tudo dá porque tudo tem, e um ser que à sua semelhança, espontaneamente levado por seu livre arbítrio compartilha tudo o que recebe. Isto é o que preconiza a Cabalá para a redenção do homem. O objetivo último dessa redenção não é tornar o homem um ser passivamente bom; é, isto sim, transformá-lo num ser dinâmico e ativo co-criador na Glória de sua semelhança com o G.’.A.’.D.’.U.’..

Ensaio sobre Cabalá (4)

Oh quão bom e agradável é caminharem juntos os IIr.’.; é como o óleo precioso que cai sobre a barba , a barba de Aarão… Vimos no epílogo de nosso último ensaio que a Cabalá preconiza a redenção do homem. Redenção é uma palavra que tem origem no verbo redimir o qual significa textualmente resgatar. A que resgate se refere a Cabalá? O que há para ser resgatado? Lembramos ao leitor que só é possível resgatar algo previamente possuído e posteriormente perdido por algum motivo. Depreendemos portanto que em algum lugar, em algum momento o homem abandonou, perdeu ou foi privado de algo que agora é motivo de resgate… Para Cabalá, estamos resgatando nossa semelhança com o Criador, que de há muito está esquecida e escondida em algum recôndito de nossa alma. Esquecida e escondida sim, mas preservada em sua potencialidade, pronta para revelar-se tão logo despertarmos. A isto se refere o chavão tantas vezes repetido e ainda tão pouco entendido: “o mestre surge quando o discípulo está pronto “. Isto é, ao discípulo desperto apresentar-se-á o seu mestre interior. Como assemelhar-se ao doador infinito? Tornando-se um doador incondicional daquilo que nos é destinado exclusivamente por generosidade divina. Ao cabalista resta sempre o único recurso de compartilhar mesmo porque tudo que assim não seja tratado adquire, para ele, o caráter de usura. Na eternidade que antecedeu este momento, o homem acumulou e entronizou as conquistas que julgava suas; no entanto, deve tornar-se consciente de que nem as conquistas são suas, nem o direito de possui-las indefinidamente é seu. Quanto mais não fosse, a sombra da morte deveria lembrá-lo constantemente da temporalidade de sua existência e da natureza efêmera de seu pretenso poder, riqueza, saúde, inteligência, beleza e até mesmo de sua suposta miséria, doença ou aflição. Todos estes bens desmoronam a um só golpe, independentemente da vontade do homem. Nada é seu, nada de fato lhe pertence, nem mesmo a vida…

Só nos resta portanto permitir o afloramento deste potencial encerrado dentro de nosso peito, dando vazão à capacidade que temos de amar incondicionalmente o próximo. Não sem razão, um sábio cabalista argüido a respeito do conteúdo da Torah singelamente respondeu: “Tudo o que está contido na Torah resume-se a amar ao próximo como a si mesmo”. Eis aí, meus IIr.’. a comprovação prática do caminho da redenção voltado para o reencontro do ser humano com a criatura que potencialmente se assemelha ao seu Criador mas que teimosamente insiste em afastar-se Dele. Precisamos quebrar a couraça com a qual envolvemos nosso coração para amarmos a nossos semelhantes com a mesma intensidade com que amamos a nós mesmos.Vista sob este prisma, a existência reveste-se da importância que lhe é devida permitindo aos que dela participam a visão do Jardim do Éden que nos compete zelar.

Os seres humanos estão sendo convocados a resgatar sua divindade interior que uma vez desperta e aflorada fará da humanidade o corpo manifesto da divindade. A Coroa (KETER) encontrará o Reino (MALKUT) selando a obra do G.’.A.’.D.’.U.’.

Ensaio sobre Cabalá (5)

Oh quão bom e agradável é caminharem juntos os IIr.’.; é como o óleo precioso que cai sobre a barba, a barba de Aarão; e que desce à orla de suas vestes… Nos 5 ensaios anteriores procuramos mostrar o que é Cabalá. Desnecessário mas prudente resumir aqui que Cabalá é, propõe e promove a “expansão de consciência”. A libertação do homem não está condicionada à destruição dos grilhões externos que o aprisionam mas sim às amarras que ele mesmo impõe à sua própria consciência. O cabalista é um livre pensador mas também e principalmente um pensador liberto de preconceitos na busca incansável da verdade. Obstinado na procura, no entanto equilibrado e convencido de que a cada encontro a verdade só se revelará conforme a capacidade de compreensão de quem a busca, jamais inteira e absoluta…

O processo é de busca e conquista. Não há repouso pois cada conquista nada mais é do que atingir o degrau no qual o cabalista se apoia para lançar-se a nova procura. Afinal, cada degrau galgado é o patamar de onde se descortina um novo horizonte de novas e reveladoras verdades.

Dizem os cabalistas que a humanidade repousa em “katnut” (literalmente: mentalidade/consciência infantil) e aqueles que procuram o “gadlut” (literalmente: mentalidade/consciência adulta) encontram na Cabalá o manual teórico e prático capaz de guiá-los nessa jornada. Expandir consciência é romper com padrões, paradigmas, postulados, e dogmas. Romper não significa invalidá-los; significa estar pronto (sempre) para reavaliá-los à luz de um novo entendimento; readaptá-los à luz de uma nova compreensão. Expandir consciência não é movimento excludente, ao contrário, é um movimento agregador capaz de revelar sempre novas facetas da mesma verdade, antes inacessíveis e encobertas pelos véus de nossa ignorância. Não sem razão, aos maçons nos foi dito em nossa iniciação: “Esperávamos que refletísseis que o dever de uma sociedade de homens inteligentes não poderia ser, somente, libertar os prisioneiros das masmorras de ferro e pedra, mas, eliminar a ignorância, o erro, as superstições e os preconceitos que trazem algemados o espírito e a consciência de grande parte da humanidade”. Eis aí, apresentado ao neófito, o plano de busca incansável pela consciência adulta na qual todo o maçom deveria estar engajado.

Leia seu ritual de aprendiz e medite… Isto é do que trata Cabalá.

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