MM∴IIr∴, este singelo trabalho fora apresentado por mim, no Quarto de hora, da Sessão do dia 21 de outubro de 2010, na A.’.R.’.L.’.S.’. Paz e Fraternidade, Or.’. de Valença – BA. Gostaria de salientar que, na elaboração do referido trabalho, apoiei-me em alguns textos listados nas referências, no Livro da Lei e o fiz, tendo como referência aquele que mais se aproximava das minhas convicções. À Gl.’. do Gr.’. Arq.’. do Univ.’. Or.’. de Valença – BA, 21 de outubro de 2010. S.’.F.’.U.’. Ven.’.M.’., meus amados IIr.’., nesta Peça de Arquitetura tentarei passar as minhas impressões sobre um tema sensível, controverso, inacabado e amplamente discutido nos mais diversos meios.

Minha intenção não é fazer apologias à Ciência ou à Religião, mas encontrar um ponto de equilíbrio entre ambas, frente à Teoria Criacionista, sem descartar as hipóteses e as descobertas da Ciência. Será que Religião e Ciência podem complementar-se? Desde as primeiras manifestações mítico-religiosas, o homem tenta explicar a sua existência. A Mitologia Grega atribui a existência do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. A Mitologia Chinesa, à solidão vivida pela deusa Nu Wa.

Outras religiões contemporâneas ou antigas possuem as suas explicações para tal surgimento, algumas bastante parecidas, mas, possuindo, entre elas, pontos divergentes.

No que tange a minha concepção, assim como a de alguns IIr.’. de nossa Loja, acreditamos no Criacionismo adotado pelo nosso Livro da Lei, a Bíblia Sagrada, que é bem clara: `O G.’.A.’.D.’.U.’. criou tudo a partir do nada’, onde, tal afirmativa está apoiada na utilização em diversos textos da Bíblia que tratam da Criação, do termo Bara, que significa dizer que a Ela, a Criação, fora concebida sem a utilização de matéria pré-existente. O mundo teve uma existência distinta e totalmente depende do G.’.A.’.D.’.U.’., que o criou por um ato soberano em concordância da sua vontade e da sua glória. A Bíblia também nos revela que a Criação fora obra do G.’.A.’.D.’.U.’. Triuno, ou seja, do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Interpretando os dois primeiros capítulos de Gênesis, poderíamos imaginar duas hipóteses de Criação dos Mundos.

A primeira descreve que são dois estágios diferentes e separados por um considerável intervalo de tempo e a segunda, que o versículo 1 fala da criação propriamente dita dos céus e da terra, provavelmente com o inimigo e os seus anjos vivendo nela, ocorrendo assim uma destruição sobrevinda da queda dos mesmos e o capítulo 2 relatando a reconstrução da primeira. No que se relaciona aos termos “sem forma e vazia” e, apoiado no texto de David Martyn Lloyd-Jones, A Criação do Mundo, acredito que se refiram à destruição; ao caos, pois, ficam em consonância com as passagens bíblicas relatadas em Isaías 24:1 “Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e transforma a sua superfície, e dispersa os seus moradores.” e em Jeremias 4:23 “Observai a terra, e eis que estava assolada e vazia”, e que também dão fundamentação para o problema de origem geológica. Poderíamos ainda levar em consideração a hipótese de que os versículos 1 e 2 de Gênesis referem-se a um curto intervalo de tempo e voltados à organização, pelo simples fato de que nos três primeiros dias da Criação, existiram separações.

Primeiro dia separação da luz das trevas, no segundo, a separação do firmamento em águas de cima e águas de baixo e no terceiro dia, a separação da terra seca e do mar. Gostaria ainda de mostrar-lhes um paralelo entre os três primeiros dias da criação e os três últimos. No 1º dia foi separada a Luz das trevas e no 4º dia, fora criado os condutores de Luz; No 2º dia houve a separação da expansão e das águas e no 5º dia fora criado os peixes e as aves; no 3º dia fora separado a água da terra seca, preparando-a para a vida e no 6º dia fora criado os animais, os seres rastejantes e o homem e, por fim, ao 7º dia o G.’.A.’.D.’.U.’. descansou e contemplou a beleza de sua Obra. E, diz a Bíblia que o G.’.A.’.D.’.U.’. fez tudo isso, segundo a sua espécie, o que podemos, de certa forma concluir, se interpretarmos tal colocação em seu sentido literal, que as espécies são distintas e que não se evoluem uma das outras.

Como podemos perceber, do dia em que há as separações até o dia em que surge a vida, ou aquilo que a proporcione, foram adicionados 3 dias. Fato semelhante a este, revela-nos o Livro da Lei, que foram transcorridos 3 dias entre a separação da carne e do espírito do nosso grande Mestre Jesus, até a sua ressurreição. Outra controvérsia existente nos primeiros capítulos de Gênesis é o que se refere ao termo utilizado para separar os momentos da Criação – o dia. Vale lembrar que, o termo dia, em hebraico, refere-se a 24 horas de um mesmo dia. Mas, caso o termo dia não tenha sido usado nesse sentido, por que o G.’.A.’.D.’.U.’. utilizaria os termos manhã e tarde? Como teria persistido a vida, se uma tarde durasse milhões e milhões de anos? Seria possível a existência e a manutenção da flora e da vida na terra, se uma noite persistisse por tanto tempo? Será que há coerência em, os três primeiros dias da Criação durarem milhões de anos e os três últimos dias durarem 24 horas? Ou não? Revela-nos ainda o Livro da Lei que, o G.’.A.’.D.’.U.’. descansou no sétimo dia, será que tal descanso durou tanto tempo assim? Será que ele ainda persiste? Sabemos que para o G.’.A.’.D.’.U.’. um dia é como milhões de anos, assim como, milhões de anos são como se fossem um dia, mas, qual o tempo exato transcorrido em cada momento da Criação? Há outras especulações a serem feitas.

Será que toda a nossa percepção de tempo e espaço não foi alterada em função do pecado? Será, que em função disso, a natureza, revela apenas, palidamente, a Glória do G.’.A.’.D.’.U.’.? “Para Adão e Eva pode ter sido relativamente fácil compreender a Deus ao andarem pelo perfeito Jardim do Éden, mas para seus filhos deve ter sido muito mais difícil ter a mesma concepção clara, crescendo no meio de “espinhos e abrolhos”, dor e lágrimas. A natureza foi tão desfigurada pela intrusão do pecado que o reflexo de Seu caráter na natureza não pode ser discernido tão claramente como antes da entrada do mal.

Isso imediatamente levanta a questão: Afetou o pecado somente a Terra, a habitação do homem, ou também nosso ambiente espacial?” (David Martyn Lloyd-Jones) Estes são alguns questionamentos MM.’.IIr.’., que nos ferem a sensibilidade e fazem com que Fé e Ciência caminhem em rumos opostos. Talvez, as contradições existentes entre Religião e Ciência, existam em função de o que chamamos de Ciência, não ser Ciência e, o que chamamos de Religião, esteja muito distante disso. Ao longo das páginas da Bíblia, encontramos relatos da Ciência Moderna, como a descrição feita por Jó do Universo e no espaço existente na própria Bíblia (a que se refere ao tempo da criação, por exemplo), que coloca em evidência as teorias geológicas. Ainda com relação ao tempo da Criação, podemos ter certeza que, se Ela fora executada em milhões e milhões de anos, Ciência e Religião estão corretos e, caso Ela tenha acontecido no curto intervalo de tempo equivalente há um dia, os geólogos e cientistas estarão completamente enganos sobre o processo de criação e surgimento da vida na terra.

Assim, para que haja respostas significativas seja no campo religioso, seja no campo da ciência, no que tange a Criação dos Mundos, é necessário que Fé e Ciência andem juntas, pois, a natureza e a Bíblia têm um mesmo autor, que não mente (Números 23:19; Tito 1:2), não podendo assim haver contradições. A própria Bíblia torna claro que ela só pode ser compreendida por aqueles que têm discernimento espiritual, isto é, aqueles que em seus estudos, levam em consideração o Espírito do G.’.A.’.D.’.U.’. (I Coríntios 2:6-16). Esta verdade já fora proclamada no tempo do Velho Testamento e parece estender a condição de espiritualidade para além dos estudos bíblicos – à investigação da natureza. Assim, um conhecimento do G.’.A.’.D.’.U.’. e o reconhecimento de Sua existência e sabedoria são necessários para uma compreensão mais profunda dos problemas levantados pela natureza. No que se refere a nossa Ordem, temos diversos atos litúrgicos que nos remetem à Criação. Durante a Cerimônia de Iniciação, no momento em que o Ven.’.M.’. anuncia que a Luz seja dada ao Neófito, sugere que uma série de ordenamentos aconteça na vida do iniciado; que ele separe: o Bem do Mal; a Luz das Trevas; a matéria do Espírito; a Religião do fanatismo, enfim, diversos princípios antagônicos que habitam em seu ser e que, apesar de constantemente encontrados na estrada vida, ele saiba discerni-los e, irradiar sempre a beleza de suas ações, personificadas pela força da sua conduta.

Um pensamento similar ocorre no início de todas as Sessões, quando o Ir.’. M.’. de CCer.’. forma o cortejo de entrada no Templo. Este ato simboliza a ordem sobre o caos, possível apenas sob os auspícios do G.’.A.’.D.’.U.’. que, por sua soberania e vontade, nos presenteou com a vida e com este maravilhoso Universo para que contemplássemos a Grandeza que resplandece do seu Trono.
Se, somos advertidos em nossas Instruções para que façamos das Escrituras Sagradas a nossa Ciência, é porque lá contém o Princípio, o Meio e o Fim da nossa existência. Se ainda fomos dotados de Inteligência e Sabedoria é para que façamos um bom uso da natureza e dos recursos naturais existentes, sem que nos esqueçamos Daquele que nos criou.

Assim, gostaria eu, Ven.’.M.’., meus amados IIr.’., de lhes dizer que, este singelo trabalho é passível de diversos erros e/ou complementações. Que ele inclui tudo e não exclui absolutamente nada daquilo que venha a engrandecê-lo, segundo as vossas convicções. E que, dentre as mais diversas teorias que tentam explicar a origem da vida e o surgimento do universo, a verdade válida é aquela que cada Obr.’., desta tão amada Of.’. acredita.

Que o G.’.A.’.D.’.U.’. nos ilumine e nos guarde!

Um T.’.F.’.A.’. a todos os IIr.’.!

Referências

1. Grande Ritual de Iniciação da Mui Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia;
2. http://www.geneticanaescola.com.br/ano1vol2/13.pdf;
3. http://goo.gl/1veAS
4. http://www.monergismo.com/textos/criacao/criacao-mundo_lloyd.pdf;
5. http://www.bibliaonline.com.br/;
6. Manual de Práticas Ritualísticas do Grau de Aprendiz Maçom da Mui Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia.

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