A história brasileira está repleta de grandes atos promovidos por MAÇONS, mas até o ano de 1797 não há como comprovarmos materialmente a existência de uma MAÇONARIA BRASILEIRA.

Realmente há indícios da atuação/presença de nossos Irmãos antes dessa data em várias partes do Brasil, dois exemplos clássicos são: Paraty (1667 – Villa de Nossa Senhora dos Remédios de Paratii) e Inconfidência Mineira (1789).

Ora, se haviam Maçons, logicamente haviam Lojas Maçônicas! Nem sempre! Estes maçons a que estamos nos referindo foram iniciados na Europa, pode até haver algum que fora iniciado no Brasil, mas documentalmente a primeira Loja Simbólica brasileira foi a “Loja Cavaleiros da Luz” fundada em Salvador em 1797. Em 1800 Irmãos vinculados ao Grande Oriente Lusitano fundaram a Loja “União” (Rio de Janeiro); vejam que interessante: esta loja brasileira seguía a diretriz de um Grão-Mestre português, pouco tempo depois se desentendem e passam a ser jurisdicionados ao Grande Oriente da França, inclusive adotando pela primeira vez no Brasil o Rito Moderno.

A Bahia era o grande “Centro Maçônico” e em 1802 foi fundada a “Loja Virtude e Razão” que teve tanta pujança que foi a Loja Mãe da “Loja Humanidade” (1807) e da “Loja União” (1813), também em 1807 foi fundada a “Loja Virtude e Razão Restaurada”.

Em Pernambuco tivemos uma situação singular, havia uma Loja que recebeu muitos Irmãos iniciados no Velho Continente e que chegavam “transbordando” de idéias libertárias e revolucionárias e entre eles vários eram membros da Igreja Católica.

Em 1809, foi apresentado a Dom João (pai de Dom Pedro I) por seus Conselheiros uma lista contendo nomes de “personae non gratae” que poderíam colocar a administração em dificuldades políticas e além do mais estes homens eram “famigerados maçons”.

Tolos Conselheiros, pois a atuação do Grande Oriente Lusitano foi essencial para a salvaguarda do monarca e a transferência do governo de Lisboa para São Sebastião do Rio de Janeiro; Dom João apenas exclamou –”Foram estes que me salvaram”.

A boa ambição dos brasileiros por fortalecer seus valores e defender sua terra e cultura gerou um curioso episódio, apesar do final melancólico, 77 anos antes da Proclamação da República foi fundada em Niterói uma Loja de caráter republicano e com certo exagero nativista, chamava-se “Loja Distintiva” e para confirmar bem seus propósitos, criaram P.’.P.’.; P.’.S.’.; SS.’.e TT.’.que os diferenciam das demais Lojas Simbólicas, sem contar que no seu brasão constava um índio (legítimo cidadão brasileiro), com uma venda (lembrando a iniciação) e com o movimento das mãos e braços presos por correntes (lembrando a falta de liberdade), mas havia também um “elemento” (gênio) a desvendá-lo (fiat lux) e ajudá-lo a partir as correntes (fim da monarquia). Como é fácil de prever, a Loja foi invadida a mando do Intendente Geral de Policia, porém ninguém foi preso pois haviam membros ligados ao Clã dos Andradas.

Todo o material apreendido (balaustres, jóias, colares, aventais e instrumentos) foi lançado ao mar. Em 1822 as Lojas União e Tranqüilidade, Esperança de Niterói mais a Loja Comércio e Artes na Idade do Ouro fundam a primeira Obediência, (Grande Oriente Brasileiro) e depois mudou sua denominação para Grande Oriente do Brasil em1831. Apesar de essencial, vejam o perigo de unirmos política e Maçonaria. José Bonifácio de Andrada e Silva (Grão-Mestre) ministro do Reino e de Estrangeiros juntamente com Gonçalves Ledo (Primeiro Vigilante do GOB) político muito influente, convencem Dom Pedro I a ser iniciado na Sublime Ordem, o que ocorreu em 02 de agosto de 1822, três dias depois ele foi exaltado.

Um mês e poucos dias depois (07/09) foi proclamada a Independência do Brasil. Sete dias após (14/07) numa jogada política, Dom Pedro I torna-se o Grão-Mestre. Em 04 de outubro do mesmo ano, o Imperador como forma de gratidão oferece a Gonçalves Ledo o título de Marquês (ele humildemente recusa), dezessete dias depois (21/10) o Grão-Mestre suspende as atividades do GOB e em 25/10 é decretado o encerramento de toda e qualquer atividade maçônica em território brasileiro.

Para não ser preso o Irmão Gonçalves Ledo teve que fugir do país. Imaginem o que estava acontecendo nos bastidores do poder no início do Primeiro Reinado, com certeza a mais pura e podre politicagem. Logicamente de maneira muito secreta a Maçonaria Brasileira continuou seu trabalho. Em 20 de outubro de 1823, decretou-se a pena de morte ou de exílio para todo aquele que fosse preso participando de reunião de qualquer sociedade secreta. Com a abdicação de Dom Pedro I (07 de abril de 1831) pôde a Maçonaria Brasileira se reorganizar e em 23 de novembro de 1831 o Grande Oriente do Brasil tendo como Grão-Mestre o Irmão José Bonifácio retorna as atividades.

Aí veio o Segundo Reinado, mas já é outra história, ou melhor outro artigo. A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o assunto, fazer uma Prancha de Arquitetura e quando ela estiver pronta, levar para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembre-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas. De acordo com o PROMAÇOM cujo programa visa à integração das Lojas Maçônicas, envio-lhe em anexo, o quadro com as atividades das Lojas que se reúnem na avenida Brasil 478 e, de algumas situadas fora do Palácio Maçônico.

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