“Torre de Titãs- Torres caídas, a obra dos gigantes, os construtores, esvaídos. Geada caia sobre os portões das torres, geada sobre a argamassa.” (Verso elegíaco de A Ruína, em inglês antigo)…;…fragmentos, ruínas e relíquias de civilizações arcaicas estão cheios de insinuações de uma era incrivelmente remota, quando raças gigantescas de grande beleza e sabedoria profunda dominavam a Terra antediluviana no meio de cidades titânicas e torres ciclópicas. Tradições difundidas e consistentes localizam os centros dessas culturas pré-históricas nas regiões da Atlântida, Hiperbórea e de Shambhala, que se encontrariam no Oceano Atlântico, na Europa Setentrional e no deserto Gobi na Ásia, respectivamente. Os vestígios desgastados das civilizações perdidas estão supostamente ocultos nas profundezas oceânicas, embaixo das areias cambiantes do deserto ou sepultados sob milhares de camadas de gelo polar. Com o aquecimento global, quem sabe o que a vastidão glacial das calotas polares irá revelar no futuro.”

OS PILARES DE TUBALCAIM- Michael Howard e Nigel Jackson – pg.49-50- Madras Editora)

POESIA


O Homem conquista
a obra universal
e o mágico momento
do hermético sentimento
fraternal. Somente cérebros de raras espécimes
constroem as mais belas sinfonias
em seu estado mais sólido.

E espíritos elementares
iluminando as terras do fogo sagrado,
guardam galáxias, sopram perfumes,
oferecem aos neófitos e profanos impunes,
a maior obra que se possa obter:
o reino, a justiça, a sabedoria e o poder.

“Anjo de olhos mortos, obedece, ou escorre-te com esta água santa. Touro alado, trabalha ou volta à terra, se não queres que te aguilhoe com esta espada. Águia acorrentada, obedece a este signo, ou retira-te diante deste sopro. Serpente móvel, arrasta-te a meus pés, ou sê atormentada pelo fogo sagrado e evapora-te com os perfumes que queimo nele. Que a água volte a água; que o fogo queime; que o ar circule; que a terra caia na terra, pela virtude do pentagrama, que é a estrela da manhã, e em nome do tetragrama, que está escrito no centro da cruz luminosa. Amém.”

(Oração dos Gnomos-Conjuração pelos quatro elementos- DOGMA E RITUAL DA ALTA MAGIA – ÉLIPHAS LÉVI – Oração dos Gnomos –pg.268 – Editora Pensamento)


O Homem conquista
os lugares impossíveis
pensamentos imprevisíveis
o que ainda está pra nascer
o inverso do princípio
e o amplo vazio da independência.

Ele adquire asas e voa sem alardes pelas cidades…

Separa a terra do fogo,
dos dogmas, a falsidade.
Viaja sem volta
equilibra-se na liberdade ou no sofrimento
inspira-se no justo e no absoluto
lapida-se na pedra
e canta o canto que eu escuto…

Assim o mestre dos mestres
adquire a ciência dos quatro elementos
agarra a memória perdida
decifra a magia da cruz
patrulha o místico mistério da luz
e vasculha o segredo do seu próprio silêncio.

Assim sonha no espelho das profundezas marinhas,
intermináveis viagens,
poesia ternária e segredo inesperado…
a chave clara de como o mundo foi criado!

E pontadas de fogo pulsam no meu sangue,
e mistérios antigos atravessam-me, feito voo de bumerangue.

Pés voltados para os céus,
imploram pelos iniciados
o instante da morte e do renascimento…
Esta é a engrenagem do tempo,
a lapidação calculada e o espanto do momento…
A tortura imortal,
os vícios tolerados e contidos,
o “cântico dos cânticos” e seu velho ritual.
Ainda sob a força do fogo
queimando em brasas meu coração,
o corpo se liquefaz
perdendo-me, gasoso, em rara visão
libertando-me, sábio, em plena Inquisição.

O que me queima por cima
é o que te cega por baixo…

O silêncio da explosão anuncia
a primeira iniciação da vida:
As escrituras sagradas!
Do alto da pira arredia
revela a secreta fonética poesia:
O T do Trabalho e Ternário
O R de Realização e Ritual
O A de Adaptação e Alquimia.

O que mais quero saber do mundo
senão transpor o torto caminho
e achar-te, completa Liberdade?
O que os Mestres nos dizem tampouco,
boca a boca, a nos guiar pelos ventos,
dentre o doce e o amargo dos tempos,
senão encher nossa alma de Verdade?

A Obra já nasceu escrita:
todo homem prometido e conjurado
toda a vida, todo o Alfabeto Sagrado,
o sonho do acontecimento
a morte do crucificado
a Grande Obra do Templo, o reconhecimento,
o indecifrável infinito ameaçado.

Minha espada flameja
folhas de luz em meus pés que ardem
oferendas ao dragão da árvore da serpente.
Cava-se no chão um buraco
Reflete-se a estrela cadente… ninguém aplaude, ninguém sente!

“somente a sabedoria será a matéria-prima para a conquista de um mundo verdadeiramente diferente”

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