…Deus Absoluto é eternamente Um; mas Deus manifesto é dual – vida e substância, espírito e matéria – ou, como diz a ciência, energia e matéria. Quando Cristo, nascido de um só Pai, sai de Seu ventre e olha para trás para ver o que restou, Ele vê como que através de um véu – um véu a que os filósofos da Índia antiga deram o nome de Mulaprakriti, a matéria primordial; não a matéria como a conhecemos, mas a essência potencial da matéria; não o espaço, mas o interior do espaço; aquilo de onde tudo procede, o elemento constituinte da Deidade, da qual o espaço é uma manifestação……Neste koilon ou éter sutil, Cristo, o Logos ativo ou Verbo de Deus, sopra o alento da vida, e ao fazê-lo Ele cria aquelas bolhas das quais é feito tudo o que chamamos de matéria (pois a matéria não é o koilon, mas sim a sua ausência); e assim quando Ele retira esse alento as bolhas cessam de existir. O éter não é absolutamente afetado, ele permanece como sempre 
foi – virgem – depois do nascimento da matéria a partir dele; fica incólume a despeito de tudo o que acontece, e por causa disso Nossa Senhora da Luz é louvada como Virgem, embora seja Mãe de Tudo.Assim Ela é a essência do grande oceano de matéria, e assim Ela é simbolizada como Afrodite, a Rainha do Mar, como Maria, a Estrela do Mar, e nas pinturas Ela é sempre representada vestida do azul do mar ou do céu. Porque é só através de nossa passagem pela matéria que evoluímos, Ela é também Ísis, a Iniciadora, a Mãe Virgem a partir de quem nos nasce o Cristo, o corpo causal, o veículo para a alma no homem, a Mãe de Deus em quem o Espírito divino se desenvolve em nós; pois o símbolo do ventre é idêntico ao do Cálice do Santo Graal. Ela é representada como Eva, descendo à matéria e à geração; como Maria Madalena, quando em união não natural com a matéria, e então quando Ela ascende purificada da matéria, mais uma vez é Maria, Rainha do Céu, que entrou na vida eterna…

Trecho do Livro: “À Mãe Do Mundo Como Símbolo E Fato”- C.W. Leadbeater
Impressão do Centenário, 1975 – Primeira edição em 1928, reimpresso em 1949 e 1968
The Theosophical Publishing House, Adyar, Chennai ( Madras), 600 020, India

POESIA


voltaremos ao pó
à estrela líquida
e à vida esfumaçada de uma nuvem.
voltaremos ao coração da mãe do mundo.
voltaremos ao princípio,
do momento único
da recomposição da alma
da iniciação da eternidade.

nem morte ou sentimentos
nem nascimentos
ou pedras brutas esquecidas no firmamento.

a sabedoria nasce e renasce dos templos antigos!

onde havia o nada
tudo recomeçaria.
onde havia estrelas,
eis a perfeita harmonia.
oh! mãe dos homens férteis
rainha da luz do dia.
amar-te é compreender,
a síntese da filosofia.
este é o ciclo do tempo,
descrevo-te em metáforas e poesia.

sussurro-lhe desesperadas preces
invoco-lhe a beleza, a força e as velhas vestes
e me retornas conhecimento
paciência, tolerância e o silêncio dos mestres.

assim vou subindo os degraus
tenho a luz
a curvatura
a astronomia, o prumo e a partitura.

assim saio das sombras,
aparo as arestas
e venço as próprias paixões.
sob o manto da mãe do mundo
traço meus planos
e reuniões…
o que mais preciso de ti
se já perfilo entre tantos irmãos?

qual a magia
da lapidação das pedras,
das gerações,
das engrenagens de um tempo
que recomeçaria
nos grandes mistérios
da maçonaria?

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