À Dourival Marcelo Candido Carneiro

Eu sou uma Pedra Bruta Dentre tantas outras
Sobrevivi as intempéries da Vida Sob chuva, vento… agradecida
Meu espírito nasceu entre ranhuras, Tremores, abalos, gelo e lava
Vagou por eras entre nervuras
Uma Pedra Bruta que fala
Imperfeita e bela criatura
Nas mãos desajeitadas do obreiro De Avental a proteger o umbigo Maço e Cinzel meus novos amigos
Eu sou uma Pedra Bruta
Não sirvo, ainda, para algo edi car, Mas bem trabalhada, estudada, Uma nova vida posso formar
Vejo uma amurada sendo erguida
E me pergunto:
Onde me encaixo nessa vida?
Calado e atento, o Obreiro, nada fala, Apenas transpira e atento trabalha
Vejo uma amurada sendo erguida Sonho em ser: Reta, Angular, Lapidada Eu sou uma Pedra Bruta no canteiro Nas mãos de um atento Obreiro
Ele e eu ganhamos formas juntos Sendo instruídos pelos justos
O Mestre pousa a mão no
ombro do Obreiro
Sorrindo lhe diz:
Meu Amado Irmão, estou satisfeito.

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