Prosseguindo nos estudos dos Landmarks, compilados por Alberto Galletin Mackey em 1856, examinaremos neste número os artigos décimo primeiro e décimo segundo com a promessa dos seguintes em edições futuras.

Décimo Primeiro Artigo:

A necessidade de estar uma Loja a coberto, quando reunida, é um importante Landmarks que não deve ser descurado. Origina-se do caráter esotérico da Instituição.
O cargo de Guarda do Templo, que vela para que o lugar das reuniões seja absolutamente vedado à intromissão de profanos, independe, em absoluto, de qualquer lei de Grandes Lojas ou de Lojas subordinadas. E o seu dever, por este Landmarks é guardar a porta do templo evitando que se ouça o que dentro dele se passa.

Anotação do décimo primeiro artigo:

A preocupação deste artigo é a proteção dos segredos de tudo que acontece no interior do Templo durante as sessões.
Estabelece esta norma expressamente a função do obreiro que ficar de guarda na “Cobertura do Templo” evitando que pessoas estranhas aos quadros maçônicos tomem conhecimento dos trabalhos que ali se desenvolvem; aliás, até os próprios participantes das reuniões não devem, sequer, comentar o acontecido lá no Templo para não correr o risco desse segredo ser violado. Em algumas sessões esse juramento de manter segredo é renovado ao seu término.

É oportuno observar ainda que este Landmark usa a palavra “esotérica” grafada com “s” e sobre isso o saudoso mestre Rizzardo da Camino, citando outro não menos professor renomado, José Castelani, estabelece distinção de sentido da mesma palavra, se escrita com “s” ou “x”- autor citado, “Maçonaria Esotérica”, revista “Vida & Religião Especial”- fls. 28 – e ensina :”Esotérico-adjetivo (do grego esoterikós, reservado apenas para os adeptos) designa aquilo que é apenas ensinado aos iniciados; diz-se que é incompreensível aos não-iniciados; é a linguagem esotérica.

A maçonaria como sociedade reservada apenas aos iniciados possui, evidentemente, uma linguagem esotérica referente aos seus símbolos e ensinada apenas aos iniciados. Isso não justifica o exagero de alguns maçons, pretendendo transformar toda a estrutura maçônica esotérica, confundindo o esoterismo com o ocultismo, ou hermetismo, quando os termos não são sinônimos. Exotérico – adjetivo (do latim espertus) refere-se em filosofia, àquilo que é exterior, vulgar, comum, trivial: a maior parte da doutrina maçônica, seus símbolos, é esotérica, ou seja, só acessível aos iniciados; existem, todavia, símbolos e ensinamentos que podem ser divulgados publicamente, sendo, portanto, exotéricos. É o caso, por exemplo, da doutrina moral, social, política e espiritual da Maçonaria e de símbolos, como o conjunto de Esquadro e Compasso, que, para o público em geral, simboliza a Maçonaria, enquanto o iniciado os vê mais profundamente, esotericamente”. E prossegue o grande mestre em sua lição:“O esoterismo maçônico não se limita a uma reserva ou a um sigilo. Ele diz respeito à localização espiritual, seja na mente, seja no espírito. Essa dedicação, formalizada pela constante leitura maçônica, constitui a caminhada para dentro. O maçom já passou pela cerimônia iniciática, analisando as marchas que lhe foram impostas. O caminho para dentro significa maçonaria esotérica”.
E é isso o significado do “caráter esotérico da Instituição”, mencionado no texto deste Landmark.

Décimo segundo artigo:

O direito representativo de cada Irmão nas reuniões gerais da Fraternidade é outro Landmark. Nas reuniões gerais, outrora chamadas assembleias gerais, todos os IIr∴, mesmo os simples aprendizes, tinham o direito de participação. Nas Grandes Lojas só têm direito de assistência os Veneráveis e os Vigilantes na qualidade, porém, de representantes de todos os IIr∴ das Lojas. Antigamente, o Ir∴ exercia pessoalmente sua missão. Hoje, são representados por seus oficiais.Nem por motivo dessa concessão, feita em 1717, deixa de existir o direito de representação firmada por este Landmark.

Anotação do décimo segundo artigo:

Esta regra lembra que no passado todos os obreiros podiam participar pessoalmente de todos os trabalhos, inclusive os aprendizes, apresentando propostas, debates e sugestões.
Nas Grandes Lojas essa representatividade, atribuída aos Veneráveis e Vigilantes, cinge-se aos interesses de todo o grupo da unidade maçônica. Embora possam ser representadas por seus oficiais, cada um dentro de sua esfera de atribuições, continua esse direito de representação para cada um, sem distinção de graus.

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