Fazendo uma viagem pela história, há cerca de 30 mil anos no período paleolítico ou “período da pedra lascada”,a astrologia teve seus primeiros registros na Mesopotâmia, conhecida como “terra entre rios”, onde o homem tinha conhecimento sobre o sol e sua influência nos vegetais, bem como as fases da lua. Porém, somente na idade dos metais foi comprovado o início de uma organização dos conhecimentos astrológicos juntamente com a evolução no misticismo.

Bem mais tarde, há cerca de 3.500 a. C surgia uma civilização chamada de sumérios que 1200 anos depois passaria o domínio da região aos acadianos. Deste momento em diante foi preparada a restauração suméria que ocorreu 2150 a 2.050 a. C., porém, mesmo neste período de domínio dos acadianos a base da Mesopotâmia era a legião de origem dos padrões dos sumérios que baseavam em divindades cósmicas, sendo as principais correspondentes ao Sol, Lua e Vênus. Foi através dos sumérios que surgiram os primeiros conhecimentos da Astrologia, e principalmente, o misticismo e a crença da influência dos astros sobre os indivíduos e de seus acontecimentos de uma forma geral, tudo isso motivado pelo medo do desconhecido bem como, da necessidade de explicar todos os eventos que o cercava.

Fazendo uma breve analogia com os períodos paleolítico, neolítico e a idade dos metais, onde tiveram os primeiros registros da construção de ferramentas, com a caminhada do Aprendiz Maçom que trabalha em lapidar sua pedra bruta rumo à pedra cúbica, e posteriormente, no terceiro grau como mestre utilizando as ferramentas maçônicas, seria coincidência esta semelhança simbólica maçônica com a história?

Segundo Castellani, a Maçonaria moderna que evoluiu a partir de organizações medievais, começou, a partir do século XVIII, a desenvolver conceitos e símbolos de instituições místicas, que haviam ganhado maior expressão a partir da Idade Média, que é o caso da astrologia, rosacrucianismo e alquimia oculta.

Focando ao tema, não será preciso discorrer a respeito do significado das colunas, porém, a muito para falar no âmbito maçônico, como sua origem, construtores e seus significados. Cada simbologia zodiacal ou o signo tem relação com um dos quatro elementos e de um planeta. A associação dos planetas com os signos ou zodíacos, tem influência da mitologia greco-romana, onde cada planeta simboliza um Deus, sendo ele masculino ou feminino, como exemplo, Mercúrio, filho de Zeus, representado em seu símbolo no âmbito maçônico pelo Delta em sua “positiva” para indicar sua divindade de ordem masculina e Vênus, filha de Zeus, representada com o delta em posição oposta ou negativa para indicar sua divindade feminina.

Zodíaco de origem do grego antigo significa “ciclo de animais”, sendo uma faixa celeste imaginária que foi definida conforme o caminho que o sol percorre do ponto de vista da terra que foi divido em 12 casas de 30 graus cada uma e o sol caminha 1 grau por dia, formando aparentemente um ciclo de um ano.

Muito se fala sobre a origem dos nomes signos ou das constelações representadas neste ciclo de 12 casas a qual chamamos de signos. Segundo Castellani, foi dado os nomes se referindo a uma lenda ou um mito, como exemplo, o signo de touro que era o touro branco que cortejou a Europa, carregando-a em seu dorso. Ele era, na realidade, Zeus disfarçado; este, ao reassumir a sua forma normal, colocou a imagem do touro no céu.

Existem evidências que também demonstram que os nomes das constelações têm relações com a vida pastoril, como os três reprodutores do seu rebanho: touro, bode e carneiro. Os três inimigos naturais: leão, escorpião e câncer (caranguejo) e assim por diante. Não posso deixar de mencionar os 12 trabalhos de Hércules e que cada um deles faz sua referência a fatos e caminhos percorridos por ele, como exemplo, o famoso leão gigante que tentou matar com sua clava e arco, porém, não teve êxito, tendo que estrangular até a sua morte. Segundo a descrição do signo de leão os defeitos a serem superados são o orgulho e o negativismo e suas virtudes de criatividade e força.

Ao estudarmos a evolução do ser humano e de sua caminhada pelo conhecimento, é fato aceitar que primeiramente houve os símbolos antes mesmo de qualquer tipo de idioma falado ou escrito. Os símbolos são como ícones de analogias e de impulso ao conhecimento e são utilizados até hoje.

Pude concluir que as colunas zodiacais foram introduzidas na Maçonaria com objetivo de simbolizar o caminho de lapidação do maçom iniciado, não sendo nenhuma coincidência a característica de “loja simbólica” atribuída às lojas maçônicas de estudo e a presença dos quatro elementos nas provas de admissão, bem como toda a simbologia no âmbito exotérico e esotérico, pois tratam de conceitos e simbologias oriundas do conhecimento interno dos elementos presentes na terra e externo dos astros presentes no universo. O compromisso terrível citado no ritual de iniciação se refere a este ardo caminho onde terá que vencer seus vícios, desapego com a materialidade e vaidade, levantando-se templos para arte de amar e virtudes morais.

Bibliografia:
– Colin Dyer – O Simbolismo na Maçonaria
– José Castellani – Astrologia e Maçonaria
– Barb Karg / John Young – O Livro Completo dos Maçons
– Xavier Musquera – As Chaves e a Simbologia na Maçonaria
– Site: Universo Maçônico: Os 12 trabalhos de Hércules.
– Ritual – Rito Escocês Antigo e Aceito 2009.

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ARLS Colunas de Piratininga, nº 3780 - Oriente de São Paulo • GOB/SP

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