A palavra Graal, etimologicamente, vem do latim tardio “gradalis” ou “gratalis”, que deriva do latim clássico, “crater”, vaso é este vaso, tomado como símbolo do coração e substituindo-se na ideografia egípcia, o coração foi figurado por um só emblema: o vaso.

O coração do homem não é o vaso onde a sua vida se elabora continuamente com o seu sangue? Pensamos imediatamente no Santo Graal, considerado sob os seus dois aspectos – divino e humano, uma vez que erroneamente tentamos separar o corpo da alma. Mesmo cristianizado, o Graal ultrapassa largamente o espectro cristão. O Graal representa um símbolo universal e transversal ao gênero humano.

Na associação do Graal a outros símbolos lendários, encontramos a Lança. No mito de Adónis (o Senhor), quando o herói é ferido de morte por uma presa de um javali (substituindo aqui a lança), o seu sangue, espalhando-se pela terra, provoca o nascimento de uma flor.

Os paralelos simbólicos entre a “seiva” da Árvore da Vida e o sangue divino que é bombeado pelo Sagrado Coração. Segundo a tradição católica, é bem sabido que quem come do fruto da Árvore da Vida partilha da “Vida Eterna”, que não é outra coisa senão o “sentido da eternidade”.

No centro do Jardim do Éden, onde estava a Árvore da Vida, nasciam os quatro rios que se espalhavam nas quatro direções do jardim: o Ghion, o Pison, o Tigre e o Eufrates. Esses rios, emanando da “fonte” que é a Árvore da Vida, são os canais por onde escorrem as “águas da vida”, que são facilmente assemelháveis aos canais sanguíneos por onde corre o sangue sagrado simbolizando a eterna juventude ou “fonte da Juventude.” Oferece para quem nele sacia sua sede a integração ao centro do mundo, portanto, as duas primeiras dimensões, onde encontramos a energia de Gaia e os elementais sendo que a interpretação profunda do regresso à juventude. O sangue do amor, sangue da abundância, o sangue que cura a terra.

Os mistérios do sangue recordam o imenso poder da mulher, o poder do sangramento. Quando sangra na terra (na realidade ou o fantasia) há o reencontro com o poder. É o único sangue derramado que não está associado à morte e sim à vida. É o sangue sagrado que nutre a terra e simboliza a eterna juventude. Os mistérios do sangue ensinam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento é o mesmo sangue, é o sangue universal, sangue do poder, sangue curativo.

Os mistérios do sangue revelam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento são universais, cheios de potencial, cheios de vácuo, que devem ser usados para curar.

Santo Graal seria, afinal, não um objeto em concreto como uma taça, mas sim uma metáfora para o “sangue” de Cristo entendido como a sua linhagem ou descendência. O significado secreto do Graal, ou seja, que ele representaria fisicamente o útero de Maria Madalena ou a dita “linhagem sagrada”, teria sido oculto pelo zêlo destruidor de uma Igreja Católica aterrorizada em ver a destruição de todos os medos que levavam a humanidade a permanecer nas trevas e sob o seu julgo.

Nas sociedades matrifocais as sacerdotisas ofereciam seu sangue menstrual à deusa Gaia e faziam suas profecias durante os estados de extrema sensibilidade psíquica da fase menstrual.

Entretanto a Inquisição atribuía a esse poder oracular a prova da ligação da mulher com Lúcifer, punindo e perseguindo as mulheres “videntes”. E assim originaram–se os tabus, as proibições, as crendices e as superstições referentes ao sangue menstrual.

Quando existem dois campos de poder, o com menor força flui em direção ao de maior força. Quando uma mulher está menstruando, com a carga de poder maior, e numa situação cerimonial, em que haja muita liberação de emoções, as cargas emocionais iriam em direção a ela.

Além disso, ela cria um campo de rotação de força da vida no sentido anti-horário o que impossibilita sua participação em cerimônias em que integra-se o sentido dinâmico da terra e das forças solares no sentido horário, o que pode interferir no poder da cerimônia. O fato de a mulher menstruada não participar de algumas cerimônias pode parecer preconceituoso ou discriminatório, mas não é. Entretanto a mulher menstruada deve participar como administradora de energia em todas as cerimônias, pois tem a capacidade de detecção da manipulação.

A ativação da paixão, ou a elevação da kundalini, quando ativada pela elevação da consciência, torna-se fogo alquímico dos deuses. Os homens ao senti-lo, hipnotizados com seu potencial, erram ao pensar que precisam sair do corpo, separar o corpo do espírito, se afastar de uma realidade mundana, associação essa promovida pela Igreja Católica. É exatamente nesse momento que corremos para os templos quando deveríamos permanecer fazendo a magia sexual (maituna), para ancorarmos nessa energia. Nesse momento, alguns correm para os templos em profunda meditação, deixando suas famílias, achando mais excitante ser alquimista. Nossas famílias constituem o laboratório perfeito para nossa transformação.

A real cegueira gerada pela Bíblia Hebraica e em especial o Vaticano foi a destituição da soberania da energia feminina, soberania de seus corpos, conferindo ao Santo Graal apenas e sentido da procriação.

Entretanto o pênis humano é um órgão ingurgitado de sangue – a lança – regulados pelo fluxo sanguíneo e não pela energia kundalinica, embora essa ative o fluxo de sangue em seus corpos, em que o medo da morte, incita a destruição, através da força, honrando assim apenas o compromisso da perpetuação genética. Portanto, aos homens fora dessa paixão, coube apenas a busca do Santo Graal e torná-lo algo mitológico.

A real divindade, ou seja, a monada de cada um, especialmente quando falamos do sangue divino, criador, a fonte da juventude, já foi manipulada por demais por tantas sociedades. Estamos em uma era em que devemos ressonar com todas as energias de Gaia e do cosmo. O feminino sagrado é sutil, encantador, sedutor e amoroso.

O sangue é o mais potente conector que existe no ser humano. Nele carregamos toda carga de informações e códigos da terceira dimensão. Nele estão contidos toda memória cristalina, o desejo da perfeição, beleza e liberdade. É a nossa parte telúrica e alquímica. Portanto ao consagrar o sangue humano como sujo, pegajoso, símbolo do pecado e da morte, a sociedade das trevas afastou o homem da ativação de seu conhecimento e de seu poder na decodificação de sua sabedoria cósmica, sua matriz cristalina do Santo Graal. Cristo, após inseminar Maria Madalena, demonstrou a alquimia com o próprio sangue, transformando uma planta quirótica – as mais potentes ativadoras do etéreo, sol/uva/vinho, em seu sangue – A eucaristia – que levantou o reino telúrico que por sua vez agitou o sangue humano. Esse ato despertou toda linhagem dimensional Crística e seus discípulos cambalearam pela ativação da kundaline que se elevava em seu corpos – o Pentecostes.

Entretanto para assumir o controle, a Igreja Católica Romana apagou esses registros – Maria Madalena e para afastar qualquer menção, determinou o celibato a seus sacerdotes. Pensando em controle, a retirada do real poder da Eucaristia acharam que mesmo que o DNA Crístico sobrevivesse, eliminaria a possibilidade de sua credibilidade.

A deusa, guardiã dos lugares, pelo seu conhecimento intuitivo, sobre o propósito real dos lugares, do lar e das guerras, foi destituída pelo patriarcado, afastando assim o real conhecimento do Santo Graal da humanidade, passando a ser consideradas inferiores. Sua alquimia superior, dado o contato com as lunações, que ativam sua glândula pineal todos os meses, liberando elementais poderosos em seu sangue, estimula a abertura da criatividade e da sensibilidade que permite a detecção de atos onde a pura intenção é substituída pela dinâmica de controle, provocaram assim no patriarcado o medo da morte pela total possibilidade da deusa agir dentro de elementais e reinos que somente ela pode conduzir e sustentar.

Por causa dos resquícios da tradição pagã, como a dos druidas, Hildegard von Bingen (1.100 d.C. Scivias Conhecer o Caminho) acreditava que Deus não seria apenas homem, não teria apenas características masculinas, Deus seria Pater–Mater. O Ser Supremo teria também um lado feminino, ou uma “natureza feminina” (a deusa, adorada pelos druidas). Afinal, a mulher teria sido também criada à Sua imagem e semelhança, ainda que os padres torcessem o nariz para tal pensamento e culpassem a mulher pela vinda do pecado ao mundo. Em grego, a palavra para o lado feminino de Deus é Sophia, e significa sabedoria. A crença sobre a natureza materna de Deus também estava presente entre os cristãos primitivos, antes de Roma obter a hegemonia sobre os rumos da Igreja. Mas ela manteve-se na Igreja do Oriente, a chamada Igreja Ortodoxa, e entre os judeus durante a Idade Média, mas caiu em completo esquecimento na Europa ocidental (graças ao machismo romano).

Portanto o Santo Graal aí está e sempre esteve sob um manto de lendas e realmente podemos mantê-lo assim ou não. Manter o manto é conveniente e confortável. Apenas lembraremos de forma lúdica e descomprometida.Algo acima de nossa capacidade e ponto. Fácil.

Entretanto encontrar o Santo Graal em nossas monadas mais sutis é uma mudança de nosso comportamento, de atitude, de pensamento de emoções e virtudes, que nada tem haver com gênero e sim com a fusão, fusão corpo e alma, fusão corpo, alma e cosmo, fusões com todas as dimensões do ser divino que é o humano. Fusão esperma e óvulo, fusão do tempo e espaço, na qual assim mantemos viva a fonte de nossa eterna juventude.

Bibliografia

  • Sociedade das ciências antigas (SCA) Hilderberg Von Bingen – Scivias
  • Agenda Pleiadiana (Barbara Hand Clow) Biblioteca de Alcione e o tzolk’in – guardião do tempo – Editora Madras

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