Para minimizar os efeitos terríveis da carência de recursos, o único meio de garantir a felicidade e o bem-estar das pessoas mais aptas é a redução do número de habitantes humanos do planeta.

Assim como a natureza mata por inanição, o sistema econômico mundial criou mecanismos para matar os menos aptos de forma sutil em busca do equilíbrio; os mais afortunados exploram e sugam toda a capacidade vital e depois os descartam como lixo. Uns morrem antes de completar a idade produtiva, uma grande multidão fenece antes de completar 2 anos, outros nem nascem, são abortados. Exemplo recente dessa realidade é o fato de se repassarem às instituições financeiras mundiais muitas vezes mais recursos que os suficientes para acabar com toda a carência dos mais pobres do orbe. Quer dizer, faz tempo que já se possui a capacidade de acabar com a miséria.

Só não é feito porque não interessa ao sistema capitalista; se acabarem com a fome, ficará mais difícil matar pessoas de forma seletiva: os mais pobres, os menos aptos. Já os mais afortunados sobrevivem porque interessam ao sistema econômico mundial, mas também são eliminados tão logo tiverem exauridas suas capacidades produtivas.

É lógico que não se tem o menor interesse em acabar com as vicissitudes dos pobres, qual vampiro o sistema alimenta–se do sangue de todos, de sua força vital, mas quando ameaçado, para sobreviver, não existe outra saída, não hesita, lança mão do assassínio em massa.

Um dos mais eficientes métodos de assassinato em massa em todos os tempos é a fome. Hoje, alcançamos o índice nada invejável de um bilhão de pessoas que sofrem de fome crônica no mundo; um em cada seis indivíduos passa fome de forma continuada. Para o sistema econômico mundial, a única saída é eliminar os pobres e sem recursos; aqueles que hoje não podem pagar para merecer viver debaixo do sistema capitalista.

Tertuliano (160-240 d. C.) e outros escritores já afirmavam que as pestilências e guerras eram benesses para a sobrevivência de países populosos. Como alternativas de busca do equilíbrio, ao invés de guerra é frequente usar: fome; doença; vício; ausência de princípios; aniquilação de valores; destruição da família; e outros. Tais mecanismos são mais sutis e mais baratos que fabricar culpados, como Adolf Hitler, Sadam Hussein ou Osama Bin Laden.

Só a fome mata 25 mil pessoas por dia; para que melhor agente de matança? E como o sistema econômico mundial é interativo, ele não tem garantia nenhuma de funcionamento, lhe basta uma pequena centelha adversa para provocar uma reação em cadeia com resultados catastróficos. Exemplo recente é a crise financeira disparada por especulação imobiliária; quantos morrerão pelas mais diversas causas por causa desse desequilíbrio conjuntural?

O sistema econômico mundial mantém os menos aptos submissos pela falta de Educação. Em países do hemisfério sul, são estabelecidos pisos para investimento na Educação em todos os níveis do poder, mas esses pisos passam a ser utilizados pela administração pública como tetos, e a partir disso, o cidadão não aprende a pensar, fica desqualificado para o mercado de trabalho, não exerce sua capacidade de libertar-se para a vida com qualidade. E como não tem capacidade de alimentar o sistema econômico mundial, ele fenece. Um exemplo disso é o fato de existirem em nossos dias milhares de indústrias eficientes que produzem bens para um número cada vez menor de clientes; porque esses não têm condições de comprá-los; daí essas mesmas indústrias demitem ou automatizam cada vez mais e com isso eliminam seus principais clientes que são os funcionários demitidos.

Outra faceta é a daqueles que obtêm a possibilidade de levar a vida de uma forma mais confortável e que tomam para si muito mais que o necessário para sua sobrevivência, é o desperdício. Mahatma Gandhi disse que “a cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome”.

Um dia será possível obter liberdade debaixo dessa disputa por recursos cada vez mais escassos? Nunca existiu liberdade com a existência de fome. Quando não é o próprio homem destruindo o outro por ganância, a natureza agredida mata por inanição. É um painel cruel e sanguinário. Os assassínios recrudescem em crueldade crescente. A abundância de vidas humanas disputando e destruindo o ambiente vital não está mais em equilíbrio com a capacidade de recuperação da natureza. Convém ao homem sábio, onde se encaixa o Maçom, pensar soluções de curto prazo para encontrar meios de minimizar esses efeitos destrutivos da busca do equilíbrio; com isso estará aplicando o amor fraterno, o único meio de solucionar todos os problemas em consonância com a vontade do Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia

  • ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. (Tradução: Alfredo Bosi, Ivone Castilho Benedetti) 5ª ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 2007.
  • GEORGE, Susan. O Relatório Lugano, sobre a manutenção do capitalismo no século XXI. (Tradução: Afonso Teixeira Filho) 1a ed. São Paulo: Boitempo Editoria, 1999.
  • MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. (Tradução: Gaetano Lettieri) 1a ed. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
  • MASI, Domenico. O futuro do trabalho, fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. (Tradução: Yadyr A. Figueiredo) 9a ed. . Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1999.
  • ROUSSEAU, Jean-Jacques. A origem da desigualdade entre os homens. (Tradução: Ciro Mioranza) 1a ed., São Paulo: Editora Escala 2007.

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