Tomando como base trabalhos pesquisados na internet, nosso Compêndio Litúrgico e o Ritual de Aprendiz Maçom, além da experiência pela qual passei, ouso apresentar-vos meu primeiro trabalho tratando do tema INICIAÇÃO. E, sendo a iniciação um renascer, dei a ele o título de RENASCIMENTO ATRAVÉS DA INICIAÇÃO.

Sei que não há nada de novo aqui, mas, a elaboração deste trabalho, foi um aprendizado para mim e espero que seja para os irmãos desta Augusta Loja uma relembrança do vosso processo iniciático, servindo assim para rememorar o importante passo dado ao entrar para a Maçonaria.

Era tarde de terça-feira, 21 de outubro, quando o Venerável Mestre desta Loja simbólica pegou-me pelo braço e da calçada deste templo mostrou-me o horizonte, disse-me para contemplar tudo aquilo, e eu olhei o firmamento o céu de um azul límpido, as arvores que pela ação do vento balançavam suas folhas, aves que revoavam de um lado a outro, o horizonte e tudo que havia ao seu redor, eu já sabia que tudo o que avistava era obra de Deus, único criador do universo.

Disse o Venerável Mestre que dentro de algum tempo eu renasceria para uma nova vida e que tudo o que estava contemplando seria visto de uma maneira diferente.

Assim que adentrei a porta do Templo estava a minha espera o Ir.´. preparador o qual, após indispensáveis boas vindas, explicou-me que seria colocada uma venda sobre os meus olhos, e assim o fez tendo o cuidado de verificar que eu me achasse em estado de cegueira.

Lembro-me bem da palavras do Venerável, que antes de deixar o local disse: não tema nada do que de agora em diante lhe acontecerá, tenha fé e acredite sempre”. Igual ao homem primitivo na ignorância de todas as coisas, embora permanecesse o tempo todo confiante, naquele momento, privado da visão, havia me tornado ignorante de tudo o que me rodeava.

Enquanto permanecia em silencio numa sala, ouvia barulhos, portas que batiam, pessoas que entravam e saíam, tudo parecia ser aterrorizador, mas martelava em minha mente as palavras do Venerável: “tenha fé”.

Em certo momento fui levado a descer vários degraus sendo colocado em um lugar que me parecia estranho. Ao ser retirada a venda de meus olhos percebi que tratava-se de um quarto fechado e sem janelas, que lembrava uma caverna e estava repleto de símbolos, sendo que na parede haviam varias frases.

Antes de sair, o irmão que para lá me conduziu disse para prestar muita atenção em tudo o que estava a minha volta, me entregou um questionário e um testamento para preencher, disse que quando acabasse deveria tocar uma sineta que ali se encontrava, deixando o local.

Não sabia o que estava acontecendo, mas não tive medo, ao contrario permaneci firme, pois meu coração estava cheio de fé. Hoje sei que aquele lugar é a CAMARA DAS REFLEXÕES e, pelo pouco que já estudei após aquele dia, sei que tudo o que ali existe tem a finalidade de nos levar a uma reflexão profunda em virtude do importante passo que estamos dando ao entrar para a Maçonaria.

Aquele lugar leva-nos a refletir sobre os instrumentos de tirania e cerceamento da liberdade, os símbolos da mortalidade deve nos lembrar sobre a instabilidade e a fragilidade da vida humana. Tem a finalidade, ainda, de lembrar que o desejo de torna-se um verdadeiro maçom passa pelo desejo de morrer para o vicio, para o erro, para o preconceito e nascer de novo para a virtude da honra e da sabedoria.

Terminada minha reflexão, foi recolocada a venda em meus olhos, e levado dali, voltando ao local onde me encontrava antes. Para lembrar o homem primitivo antes da civilização em seu estado natural, quando desconhecia as vaidades e o orgulho, fui despojado de todos os metais e objetos que trazia comigo.

Para simbolizar a doação de meu braço à maçonaria e meu coração aos Ilr.’., meu braço e peito esquerdos ficaram desnudos e meu pé direito descalço representando meu respeito ao solo sagrado onde pisaria desde então.

Por ser considerado homem livre e de bons costumes fui introduzido ao templo, sempre levado por um irmão, que a todo o instante me tranquilizava, sem saber, no entanto, que tranquilo eu já estava desde quando entrara alí. Já no templo, após os rituais iniciais, fizeram-me empreender três viagens.

A primeira por um caminho tortuoso cheio de dificuldades e obstáculos, em meio a ruídos de trovões que pareciam sim querer me atordoar, significando assim o caos que se acredita ter precedido e acompanhado a organização dos mundos e os primeiros anos do homem e os primeiros tempos da sociedade, durante os quais as paixões, ainda não dominadas pela razão e pelas leis, conduziam o homem e a sociedade aos excessos.

A segunda viagem foi menos difícil, ouvia-se o som de armas batendo uma na outra, significando a idade da ambição; os combates que a sociedade é obrigada a sustentar, antes de chegar ao estado de equilíbrio; as lutas que o homem é forçado a travar e vencer para se colocar entre seus semelhantes.

A terceira viagem significou o o estado de paz e de tranquilidade resultantes da ordem e da moderação das paixões do homem, que atinge a idade da maturidade e da reflexão, isto porque ela foi empreendida por um caminho plano e suave, rodeado do maior silêncio.

Ao termino de cada viagem faziam-me a bater uma porta, que hoje sei que estavam ao sul, ao norte e no oriente.

Na porta do sul me mandaram passar, na do norte fui purificado pela agua e no oriente fui purificado pelo fogo.

As purificações significam que para estar em condições de receber a luz da verdade, necessário se torna ao homem desvencilhar-se de todos os preconceitos sociais ou de educação e entregar-se com ardor a procura da sabedoria.

Foram três as portas que bati, significando as três disposições imprescindíveis a procura da verdade: sinceridade, coragem e perseverança. Abro aqui um parêntese para confessar-lhes: sou sincero e corajoso, mas preciso de voces para ser perseverante.

O irmão que me conduzia na escuridão que me encontrava ajudou-me a dar três passos num quadrilongo, isto para me levar a compreender que o primeiro fruto do estudo é a experiencia e que esta é que torna o homem prudente.

Cumpridas todas as etapas deixaram cair a venda de meus olhos e raios cintilantes me ofuscaram a vista e após uma observação mais atenta vi que eram espadas empunhadas por meus irmãos e apontadas para mim, tudo isso significando os raios da LUZ da VERDADE, que ofuscam a visão intelectual daquele que ainda não está preparado, por solida instrução, para recebê-la.

Fui ligado a maçonaria por um juramento e uma consagração, sendo que prometi guardar fielmente os segredos que me fossem confiados; amar, proteger e socorrer meus irmãos, sempre tiverem justa necessidade.

Daquele momento em diante abriram-se para mim as portas de uma amizade verdadeira e sincera, que já estou tendo a oportunidade de experimentar.

Daquele momento em diante, além dos amigos de longa data que aqui já se encontravam, conquistei novos amigos prontos a me socorrer, na verdade conquistei irmãos.

Hoje, me vejo sentado no topo da coluna do norte, agradecido ao Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, porque além de eu ter uma família maravilhosa, uma profissão honesta, agora chego neste lugar onde poucos conseguem chegar, que é a Maçonaria.

Aqui do norte, vejo o sul, o ocidente e o oriente, e entre essas referências, os homens construindo o mundo, do meio dia à meia noite, com suas particularidades na divisão do processo de trabalho e seu produto carregado de extrema simbologia, isso tudo tem me fascinado.

Mas olhar o mundo de uma só posição não nos dá a real dimensão da sua grandeza e sua realidade.

Não quero ficar só por aqui, quero conhecer o mundo também pelo sul, pelo ocidente e pelo oriente.

Esse é meu compromisso, e farei as viagens que forem necessárias respeitando meu tempo e dos meus irmãos, sob a luz do G.’.A.’.D.’.U.’.

E hoje, toda vez que volto no cair da tarde a este templo, da calçada dele, no mesmo lugar onde, na tarde de 21 de outubro de 2008 da era vulgar, o venerável mestre mostrou-me o horizonte, revejo tudo novamente e está lá o firmamento, o céu de um azul límpido, as arvores que, sob a cão do vento, balaçam suas folhas, aves que revoavam de um lado a outro, o horizonte e tudo o que o rodea, tudo parece igual era antes, porém há algo diferente em mim ao rever tudo isso, sou aprendiz, não sei nada, apenas sei que tudo é criação do G.’.A.’.D.’.U.’.

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