Temos visto bastante, nas propostas de admissão na ordem, candidatos dizerem: Quero entrar para a Maçonaria para me tornar um homem melhor. Existe um Companheiro Maçom de uma das Lojas que sou obreiro que toda vez que converso com ele, aprendo muito, mais muito mesmo. Pois bem, o cidadão procura a Maçonaria em busca de LUZ, a busca pela sabedoria, e espera que a ordem Maçônica tenha meios próprios de transformá-lo em um cidadão melhor do que já é. Depois de algum tempo se não encontrarem esse Diamante, muitos terminam adormecendo. Para estes, a procura da LUZ não passou de um relâmpago, rápido e claro, a rotatividade grande é devida principalmente a estes cidadãos, onde a LUZ não penetrou, isto porque eles mesmos não permitiram. É comum não conseguirem distinguir a diferença entre duas definições: Educação com Aquisição de conhecimento. Ao mestre Maçom é dada a obrigação do ensinar, mas ensinar não apenas ritualística, e sim a vida. Pelo modelo do mundo, é de sua atribuição transmitir conhecimentos e, através da Maçonaria, é induzir o educando a decidir qual caminho deseja seguirem sua jornada. O método da ordem Maçônica visa provocar cada um a descobrir seus próprios caminhos. Lerem em conjunto as instruções do ritual não faz do mestre um educador Maçônico, mas um professor que transmite conhecimento; ele não induz a luz a educação da Maçonaria, a almejada sabedoria; para tal, ele carece de um condicionamento de auto-formação. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica nem instrui, pois se comporta a semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução e igrejas conceitos de ação e moral, que na maioria das vezes visa apenas escravizar para o trabalho ou ao fundamentalismo radical. Auxiliar alguém em mudar o rumo de sua jornada, na presença do livre arbítrio, é educação. Romper a “couraça de aço” que envolve o intelecto do educando exigem a expressão de arte, algo quase místico. Para despertar dentro do educando as potencialidades de seus dons, exige-se do mestre obter conhecimento lato da natureza humana. Para aprofundar-se no conhecimento das características humanas exige-se dele que conheça antes a si mesmo, da forma mais ampla possível – é a essência do “conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates. Este autoconhecimento só aflora quando ele atinge a fase de auto-realização em sua vida, o último estágio que um ser humano atinge depois de atender a todas as demais necessidades, e que Abraham Maslow definiu para o indivíduo que procura “tornar-se aquilo que os humanos podem ser, eles devem ser: eles devem ser verdades à própria natureza delas”. É neste último patamar que se considera a pessoa coerente com aquilo que ela é na realidade, seu verdadeiro eu, de ser tudo o que é capaz de ser, de desenvolver seus potenciais até o limite. Só então é possível ao mestre conhecer a natureza humana alheia, onde a educação passa a obter característica de arte ao invés de ciência. É ilusão pensar que pelo fato do Maçom ver-se mergulhado numa sociedade de homens bons, livres e de bons costumes, já seja o suficiente para fazer dele um homem bom. Se ele não o desejar e não agir conforme, de nada adiantará os melhores mestres que nunca obterá a sabedoria Maçônica; esta luz só penetra num homem se este o permitir. Por mais que o mestre se esforce, ou possua proficiência num determinado tema, se o caminho para dentro do educando não estiver aberto, isto não sedimentará e não se transformará em educação ou em luz Maçônica. Ao mestre Maçom é dada a obrigação do ensinar, mas ensinar não apenas ritualística, e sim a vida. Se o recipiendário não se abre ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. O mestre educador exerce apenas um impacto indireto, por uma espécie de indução; um potencial que todos têm latentes em si de influenciar terceiros por um conjunto de atividades intelectuais, afetivas e espirituais. Para romper os bloqueios do educando, o mestre deve encontrar-se primeiro, mudar-se, e só então obterá a capacidade de induzir luz Maçônica ao outro – de fazer o outro mudar – momento em que, mente e coração do educando se abrem, e ele mesmo passa a efetuar mudanças em si, exercendo seu potencial de auto-educação. Em todos os casos o educando só muda se o mestre mudar antes. O aprendizado torna-se ainda mais eficiente quando as provocações provêm da ação do grupo sobre o individuo – é o efeito tribal fixado profundamente na mente de cada indivíduo, fenômeno psicológico e social desenvolvido desde os vetustos homens das cavernas – é quando a maioria das barreiras e bloqueios desabam e abre-se espaço para a auto-educação; neste caso, com o objetivo de obter aprovação do grupo e identificar-se com seus semelhantes. Fica mais efetivo quando uma força assemelhada é aplicada a si mesmo, para obter a aprovação própria, algo que lança o homem não obtenção de sua derradeira necessidade: a auto-realização. Note-se que educação Maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, ou ser exímio na ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos quase mágicos, principalmente quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais. Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além, e alcança intuição cósmica, limitada apenas nas fronteiras que cada um impõe a si próprio. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, pode até alcançar o místico. Abordagens técnicas não furam a couraça do livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela “metafísica” da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade; elementos dependentes entre si.A educação que quebra as barreiras do livre arbítrio apresentará sem pré contornos lúdicos na sua indução. Para isto exigem-se do educador maçônico autoconhecimento e auto-realização. Tal personagem porta a capacidade de induzir na mente do educando uma caminhada que o motiva a efetuar mudanças em sua vida; não porque o mestre assim o determina ou exemplifica, mas porque o educando assim o deseja. Quando o mestre adquire esta arte de atingir e motivar o educando pela auto-educação, terá quebrado a barreira da indiferença do livre arbítrio e o educando se modifica porque ele assim se auto-determina. Com isto o mestre alcança a plenitude de sua atribuição. É a razão do educador Maçônico nunca ser definitivo em suas colocações e sempre apresentar as verdades sob diversos ângulos, para que o educando possa escolher ele próprio qual é o melhor caminho a seguir. É a razão de propiciar aos educandos a possibilidade de debater num grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada um a sua maneira, as suas próprias verdades. É a razão de o mestre brincar com os pensamentos, propiciando emoção agradável, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e onde cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos onde o educando sente-se livre para pensar e intuir, ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese. Da mágica que se segue da absorção da luz pela auto-educação é que surge a razão do Maçom nunca iniciar um trabalho sem invocar a fonte espiritual da arte de educar a glória do Grande Arquiteto do Universo, a única fonte de luz da Maçonaria…!!! Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ