Em uma pequena cidade tinha a Loja Maçônica que acabara de iniciar um aprendiz, que acompanhado de um mestre perguntava muito. Pelo menos duas vezes por semana o venerável de sua Loja saia pra visitar outras Lojas. Até que um dia o aprendiz perguntou: Por que temos que visitar outras lojas em outras cidades distantes e até mesmo outros estados? O venerável muito sábio pelos seus sessenta anos de Maçonaria sorriu e respondeu calmamente ao aprendiz: Vou responder sua pergunta com uma história!
Era uma vez uma aldeia, onde existia uma família que tinha um filho que vivia muito triste. Até que sua mãe resolveu procurar um ancião para ajudá-lo. O velho sábio disse que ia lhe dar um pássaro encantado e resolveria seu problema.

Ele era um pássaro diferente dos demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar.

Mas o pássaro do menino voava livre e voltava quando sentia saudades…
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.

Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
“- Menino, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi como presente para você…”.
E assim, ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que o menino nunca vira. Até que ele adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
“… Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.”
E de novo começavam as estórias.
O menino amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava o menino, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
“- Tenho que ir”, ele dizia.
“- Por favor, não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar….”.
“- Eu também terei saudades”, dizia o pássaro. “– Eu também vou chorar.Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
Assim ele partiu. O menino sozinho chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ele teve uma idéia malvada.
“- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz”.
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que o menino, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais o abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
“- Ah! Menino… Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias…”.
Sem a saudade, o amor irá embora…
O menino não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar.
Também o menino se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ele amava. E de noite ele chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não mais aguentou.
Abriu a porta da gaiola.
“- Pode ir, pássaro, volte quando quiser…”.
“- Obrigado, menino. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.
Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonito. E você se enfeitará para me esperar…”
E partiu. Voou que voou para lugares distantes. O menino contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
“- Que bom, pensava ele, meu pássaro está ficando encantado de novo…”.
E ele ia ao guarda-roupa, escolher boas roupas; e penteava seus cabelos, enfeitava a casa …
“- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ele percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.
Porque em algum lugar ele deveria voar. De algum lugar ele haveria de voltar.
AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
Quem sabe ele voltará amanhã….
Ao término da história o venerável perguntou ao aprendiz se tinha respondido sua pergunta e o que achava do conto? O aprendiz com os olhos marejados disse que a mensagem podia ter várias respostas, como:
Aprender em outras lojas e trazer bons costumes para a nossa loja.
Conhecer novos irmãos e trazer histórias diferentes e levar também.
Ficar esperando o dia da reunião pra saber o que tem de novo e contar o que aprendemos.
Aprender a visitar nossos parentes consanguíneos, pais, irmãos primos, tias e ouví-los um pouco mais deixando a gaiola aberta de nossos corações.
A você que leu a história acima também pode enriquecer o material como o aprendiz pensando na resposta do por que visitar lojas e parentes!!!

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Autor: Ir∴ Josué Vanderlei Bezerra ARLS Acácia Brasiliense n°1183 GOB/GO Oriente de Goiânia

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