Todas as doutrinas que procuram revelar e preservar aquela centelha invisível no homem, chamada Espírito, são reconhecidas como espiritualistas. Aquelas que ignoram esse elemento invisível e concentram-se sobre o visível são reconhecidas como materialistas. Há na religião um ponto de equilíbrio maravilhoso, em que o materialista e o espiritualista se encontram no plano da lógica e da razão. Ciência e teologia são dois fins de uma única verdade, mas o mundo nunca receberá o completo benefício de suas investigações até que tenham promovido a paz entre elas e trabalhado lado a lado para o cumprimento da grande obra – a libertação do espírito e da inteligência da casa-prisão tridimensional da ignorância, da superstição e do medo (trecho do livro “As chaves perdidas da Maçonaria: o segredo de Hiram Abiff, página
18 – Manly P. Hall).

(…) Essa crítica (à teoria evolutiva) possui dois erros fundamentais. Em primeiro lugar, na ciência, não precisamos necessariamente ver uma coisa “acontecendo” para crer nela. Como temos várias evidências, ainda que indiretas, da evolução por seleção natural, e como ela constitui uma explicação melhor do que as alternativas disponíveis, é perfeitamente aceitável adotá-la como uma teoria científica capaz de explicar as adaptações e a diversidade dos seres vivos existentes. Afinal de contas, há inúmeros exemplos, vindos de outras áreas da ciência, de casos em que adotamos uma teoria sem ver diretamente as coisas e os processos que ela propõe: acreditamos na existência do átomo sem necessariamente vê-lo; aceitamos a existência da gravidade sem vê-la. O caso da gravidade é bastante elucidativo. (…) (trecho do livro “Evolução: o sentido da biologia, página 51 – Diogo Meyer e Charbel Niño El-Hani)

Como é de conhecimento, principalmente dos biólogos – e, também, dos futuros -, mudanças evolutivas demoram anos, ou até séculos, para acontecer, dificultando sua percepção. Entretanto, pesquisadores conseguiram elaborar experiências evolutivas em laboratório. Bactérias têm o ciclo de vida rápido, como, por exemplo, a Escherichia coli, onde cada uma se divide em duas a cada 20 minutos (Evolução: o sentido da biologia, pagina 52 – Diogo Meyer e Charbel Niño El-Hani) ,permitindo experimentos com muitas, muitas mesmo, gerações.

Foram feitas culturas de bactérias em um ambiente sem glicose. Parte delas foi transferida a um ambiente onde a glicose estava disponível como alimento. Aos poucos, as E. coli passaram a sobreviver e se alimentar dessa nova fonte de energia e depois de 2000 gerações, estavam adaptadas a viver no ambiente com glicose, ou seja, se adaptaram e evoluíram, transmitindo a informação a seus descendentes. E isso acontece com as chamadas “super bactérias”, que se tornam resistentes aos antibióticos. Para comprovar a seleção natural, também foram estudados alguns peixes, os lebistes. Nos locais onde eles sofriam muita predação, os espécimes eram menores e procriavam mais cedo, comparados a seus “parentes” que viviam em regiões mais tranquilas.

Então, a evolução das espécies e a seleção natural são fatos. Comprovados. Para mim, o Criacionismo carece de fundamentos coesivos para que possamos, ao menos, considerá-lo uma teoria. Antes que os religiosos “me atirem pedras”, eu afirmo que NÃO sou ateu. Eu já mencionei em outras oportunidades que acredito em uma consciência Superior. Não importa seu nome: Deus, Jeová,  Javé, Alá, Brâman, Grande Arquiteto do Universo, entre muitos outros, pois Ele “fez diferentes religiões para satisfazer diferentes aspirações, épocas e países. Todas as doutrinas são apenas outros tantos caminhos; mas um caminho não é, de modo algum, o próprio Deus. Na verdade, podemos chegar a Deus seguindo quaisquer dos caminhos com sincera devoção. Não importa a maneira de comer um bolo com glacê: ele sempre terá sabor doce” (disponível em http://www.deldebbio.com.br/index.php/2011/06/24/muitos-caminhos-para-o-mesmo-topo/). Então, devemos ter a mente aberta, perquirir a verdade e sermos coerentes. E o Criacionismo ainda é falho nesses quesitos.

Falando dos evolucionistas, eles também têm seu dark side. Cito como exemplo um brilhante e conceituado biólogo, evolucionista, zoólogo e escritor britânico, que é, também, um ateu que possui enorme aversão aos assuntos que envolvam religião, criação e Criador. Sua aversão aos temas espiritualistas e das religiões assemelhasse ao sentimento que os fundamentalistas religiosos têm aos “infiéis”, com a diferença de que, ainda, ele não partiu para a violência. Acredito que ele, assim como aqueles que seguem sua linha de raciocínio, perde tempo, coerência e conhecimento, ao desviar seus estudos para ataques desnecessários.

Agora, o que eu acho? Sinceramente, tenho asseverada simpatia pela frase elencada no começo deste texto: Ciência e teologia são dois fins de uma única verdade…
Outro dia eu estava assistindo a um ótimo programa – Through the Wormhole, apresentado pelo ator Morgan Freeman – e uma cientista (a Sra. Janna Levin) apresentou uma hipótese que achei extraordinária: ao analisar a órbita de dois buracos negros, os objetos, possivelmente, mais pesados do universo, ela encontrou uma semelhança interessante, e inquietante, à forma que dois dos mais leves objetos movimentam-se ao redor um do outro. Os minúsculos prótons e elétrons dentro do átomo (Through the Wormhole – episódio 2 da 1ª temporada). A similaridade entre os dois sistemas, o macro e o micro, é, no mínimo, fascinante.

Alguns credos acreditam em um Criador acima de tudo e de todos, inatingível. Outras crenças têm o conceito de que “Deus” está em cada um de nós, que temos uma “fagulha divina” em nossa essência.

Ciência e teologia são dois fins de uma única verdade…

Então, juntando tudo o que fora elencado, e mantendo a mente aberta, pensem: se o Macro Cosmo tem um funcionamento semelhante ao Micro Cosmo, em sua base fundamental, será que essa “chispa divina” (que alguns chamam de alma, outros de espírito, ou outras denominações), essa centelha universal, essa energia, dentro de nós, não seria parte direta do Cosmos, onde nós faríamos parte desse “Todo”, seríamos parte do Universo? Todos sabem que os elementos químicos que nos formam são os mesmos elementos que estão espalhados pelo espaço Sideral, compondo estrelas, planetas, meteoros, galáxias, pedras, água, ente outros, apenas fazendo combinações nas proporções adequadas. Assim, depois dessa viagem, pegando a hipótese da cientista Janna Levin, e outros argumentos, seria muita loucura imaginar que o Universo é um grande organismo, assim como nós somos, e que tudo que nos rodeia fazem parte desse imensurável organismo? O Universo não seria o próprio DEUS?

Embora esse texto seja, para alguns, uma grande divagação, eu sugiro uma analogia bem lacônica: como será que os micróbios, se pudessem, nos veriam? Ou, para uma ameba, o planeta Marte (que está logo ali na “esquina”) está à mesma distancia que para nós, analogamente, está à galáxia de Andrômeda…

Conquanto eu ache muito improvável que tenhamos alguma resposta definitiva nos próximos séculos, a busca pela verdade, os estudo pelos caminhos coerentes e o aprimoramento intelectual e espiritual devem ser massivos, embasados na mais avultada tolerância, moral ilibada e ética.

E vale lembrar que “a moral diz respeito aos costumes, valores e normas de condutas específicas de uma sociedade ou cultura” (Filosofia da Educação: Aula 22 – Concepções de ética e moral conforme a visão essencialista e existencialista) e “a ética surge como uma reflexão, um estudo, sobre os princípios destes comportamentos, costumes, hábitos e usos. Ela tem na moral seu objeto de estudo. Daí seu caráter universal, geral”. (Filosofia da Educação: Aula 23 – Caráter universal da ética).

Fontes:

– Evolução: o sentido da biologia – Diogo Meyer e Charbel Niño El-Hani. Editora Unesp
– As chaves perdidas da Maçonaria: o segredo de Hiram Abiff – Manly P. Hall. Edotora Madras.
– http://www.deldebbio.com.br
– Through the Wormhole, com Morgan Freeman – Science Channel
– Textos da Aula Filosofia da Educação, 2º semestre.

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