Este trabalho visa interpretar o Salmo 133 e o comportamento do maçom, seja dentro ou fora de loja. Quando da criação em 1717, da Grande Loja Unida da Inglaterra, estabelecendo os princípios a serem seguidos através da chamada Constituição de Anderson, onde contém os Landmarks, que norteiam a doutrina Maçônica juntamente com o código de conduta moral também fora instituído o L∴da L∴.

O L∴ da L∴ traz a retidão da conduta humana, conforme descreve alguns pesquisadores, foi exatamente nesta data que passaram a utilizar o L∴ da L∴ no altar dos juramentos, pois, anterior a este marco não há como precisar a veracidade. Existem relatos que sim, no entanto, precisar que é verídico é comprometer as pesquisas de historiadores.

Entretanto, o L∴ da L∴ é aberto em todos os trabalhos maçônicos no grau de aprendiz no livro de Salmos capítulo 133, todavia, não se esperava que ao ler o Salmo 133, o mesmo traria várias interpretações. Contudo, poucos autores buscaram interpretar o comportamento humano, neste trabalho o intuito é tão somente buscar a reflexão do Salmo e a conduta do maçom.

Vejamos a leitura do salmo e passamos a interpretar. Na sua primeira parte descreve:
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em União”
Ao me deparar com este versículo, penso que muitas das vezes não é colocado em prática o que acabamos de ler.
Quando Davi o Rei de Israel escreveu este Salmo, acredito que ele pensava em união entre os irmãos na forma mais literal possível, ou seja, “União é o ato ou efeito de se unir. União pode ser a ligação ou combinação de esforços e pensamentos para um bem comum”. Pois, Davi se alegrava ao ver povos de outras tribos indo para Jerusalém para rezarem em seus templos.
Para nós obreiros da arte real, a palavra união vem acompanhada do adjetivo fraternal, que traz uma amplitude no seu entendimento em relação ao simples substantivo união, sendo, a convivência como irmão de sangue, amor ao próximo, harmonia e camaradagem.

Dentro deste contexto quero elencar duas palavras, fraternidade e harmonia.
Neste diapasão, a palavra fraternidade nos remete a união dos seres, que possuem o mesmo objetivo para juntos trocarem conhecimentos para o bem geral, na sua essência significa amar aos outros como a ti mesmo.
Já a palavra harmonia é o resultado da plena união, a concordância de opiniões ou sentimentos, resulta um sentido de paz entre as pessoas, em um contexto mais filosófico indica uma concordância que é pré determinada, que foi criada por Deus desde o princípio.

Meus Ir∴, vamos fazer uma reflexão do que estamos vivendo em loja e fora dela.
Quantos detrimentos ocorrem dentro de loja que poderiam ser evitados, não ocasionando um desgaste entre os irmãos.
Muitos irão dizer: posso não aceitar ou concordar com que você diz, mas respeito o que esta sendo dito.
Será?

Fora da loja o que você tem feito com a sua família, amigos, colaboradores, entre outros?
Tens tratado e respeitado a todos como um verdadeiro maçom que és?
Em uma outra seara, percebemos que muitos dos nossos irmãos estão faltando as sessões, o que esta acontecendo com eles?
Dificuldades profissionais, pessoais ou doença estão afastando nossos IIr∴ ou é seu comportamento que esta afastando nossos IIr∴?

Algum irmão buscou saber o que esta acontecendo?
Não podemos deixar apenas na responsabilidade de um irmão verificar isso (nosso Ir∴ chanceler ou hospitaleiro) todos devemos cumprir com as obrigações.
Estamos vivendo o que o salmo 133 descreve?

Na segunda parte do salmo traz:
“É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce a orla de suas vestes”.
O óleo era um composto de mirra e oliva usado para ungir reis e sacerdotes ou aqueles capacitados a uma iniciação com tamanha grandeza dos ungidos.

Para os judeus o óleo era a unidade, o símbolo do verdadeiro amor entre os irmãos, também perfumava o ambiente com o seu odor, trazendo a paz purificando o mesmo.

Deste modo, buscamos em nossas reuniões um ambiente fraternal, sentimentos de prazer e uma egrégora positiva.
Por fim na terceira parte do salmo é descrito:
“Como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
Hermon, montanha sagrada, continha cevada, trigo, uvas e figo, para seu povo símbolos da paz, harmonia e amor.
Monte Sião, após ser dominada pelo Rei Davi, tornou-se sua morada, pois, o Criador estava com ele e com o seu povo.
A conclusão deste trabalho através dos três versículos do Salmo 133 nos remete a fraternidade e harmonia entre os irmãos.
Ademais, um dos princípios fundamentais da Maçonaria é a fraternidade, pois, o ritual de 1º grau – aprendiz maçom descreve que é uma instituição eclética, que recebe homens livres e de bons costumes para conviverem fraternalmente como irmãos.
Não obstante, devemos refletir quanto ao desbaste da pedra bruta, pois, todos os dias temos que elevar nossos pensamentos ao Grande Arquiteto do Universo pedindo o discernimento correto para a condução das nossas atitudes.
Reflitamos!

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ARLS Mount Moriah n° 3327 GOB/GOSP Oriente de São Paulo

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