O ódio de Hitler ao povo maçônico externou-se no fato que deu início à Primeira Grande Guerra. O assassino do Arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria em Sarajevo no ano de 1914, teria sido um maçom da Bavária.

Preso por combater o governo da época, em 1920, Hitler escreveu seu famoso livro “Mein Kampf” (Minha Luta) onde afirmava que os maçons, estavam corrompidos e manipulados pelos judeus e seus objetivos, pois estes se utilizavam de seus fios invisíveis para puxar as camadas superiores da sociedade para os seus desígnios, referindo-se à Maçonaria da seguinte forma: “A paralisia pacifista geral do instinto nacional de autopreservação começada pela Maçonaria é transmitida então às massas da sociedade em geral pela imprensa.”

Com o final da Primeira Guerra, na Alemanha formaram-se grupos de caçadores de Maçons como o General Erich Von Ludendorff, considerado herói nacional na primeira grande guerra e que escrevera um livro intitulado “A Aniquilação da Francomaçonaria Através da Revelação de Seus Segredos” onde responsabilizava a Ordem pela derrota alemã na Primeira Guerra. Ainda no ano de 1920, tornou ilegal a Maçonaria na Alemanha, iniciando um processo de saques à bibliotecas e obras de artes, nas Lojas Maçônicas em território alemão.

O mesmo ocorreu na Itália de Mussolini que impôs que os fascistas escolhessem entre ser fascistas ou Maçons. Aqueles que optavam em permanecer Maçons, tinham seus nomes anotados, tendo inclusive um oficial italiano, General Cappello, um ex-maçom, sido condenado por conspiração contra Mussolini. Em 1926 o prédio do Grande Oriente da Itália, havia sido tomado e pilhado pelo governo de Mussolini.

No ano de 1931, em uma obra intitulada “Guia e Carta Instrutiva” direcionada ao Partido Socialista Nacional, Hitler declarava: “A hostilidade natural dos camponeses contra os judeus, e sua hostilidade contra a Francomaçonaria como sendo os servos dos judeus, deve ser trabalhada freneticamente.” Em seguida o Ministro da Agricultura da Alemanha declarava em comícios que a maçonaria era inimiga do
povo camponês.

O Maçom von Heeringen, disse que no nazismo não havia conciliação com Maçons. Rapidamente num curto período de tempo a posição da Alemanha contra a Francomaçonaria chegou à Espanha e ao Japão. O delegado japonês Fujiwara declarava que “A Maçonaria Judaica está forçando os chineses a transformarem a China em uma ponta-de-lança para um ataque contra o Japão, forçando então o Japão a se defender contra esta ameaça. O Japão não está em guerra contra a China, mas sim contra a Maçonaria, que é representada pelo General Chiang-Kai-Shek, sendo este o sucessor de seu mestre, o Maçom Sol-Yat-Sen.”

O Partido Nazista proibia a utilização dos termos Maçom e Loja, e obrigava aos Maçons descartarem seus votos de segredos, agindo como qualquer outra instituição que tivesse um ritual baseado no livro da lei.

O Grão Mestre Nacional da Alemanha, Dr. Otto Bordes, temendo que muitos maçons abandonassem a “causa” mudou o nome da Loja para “Ordem Cristã Nacional de Frederico o Grande”, porém logo constatou-se que ali ainda ocorriam alguns trabalhos ritualísticos mesmo que alterados os nomes. Na época havia cerca de 9 Grandes Lojas Alemãs com aproximadamente 80.000 membros.

Em 30 de Janeiro de 1933 o presidente da Alemanha Paul Von Hindenburg tornou Hitler chanceler da Alemanha, dando início à escalada de poder do Füher. Em 1934 Hermann Goering ordenou a dissolução das três principais Lojas alemãs, declarando que a Maçonaria era hostil, destituindo em decreto os antigos e proeminentes maçons de graus elevados.

Em 1934 Leo Muffelmann, o Grande Mestre e fundador da Grande Loja Simbólica da Alemanha, morreu num campo de concentração e em 08 de agosto de 1935, o jornal pertencente a Hitler, o Voelkischer Beobachter (Observador Popular) promoveu a dissolução completa das Lojas Maçônicas na Alemanha, pelo incidente ocorrido há 20 anos atrás, em Sarajevo em 1914.

Em 1936 o Ministério do Interior da Alemanha declarou que todos os maçons afiliados desde quando Hitler tomou poder em janeiro de 1933 eram inelegíveis a qualquer serviço Público na Alemanha.

Já Dr. Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Nacional Socialismo e Esclarecimento do Povo no Terceiro Reich, que em 1935 afirmou que cerca de 300 homens judeus que apoiavam a União Soviética na Liga das Nações eram conspiradores afiliados a Francomaçonaria, criou em 1937 em Munique a “Exposição Anti-maçônica” onde se exibia os templos, a simbologia e rituais maçônicos para o grande público leigo, seguindo a ideia de se combater a Maçonaria expondo
seus segredos.

Em seguida, no dia 12 de Março de 1938, a Gestapo (Polícia Secreta do Estado – da Alemanha), liderada por Heinrich Heydrich, tomou posse da Grande Loja em Viena, Áustria, onde relata-se que foram saqueados registros, artes, objetos maçônicos e toda mobília, levando seu Grão Mestre, o Dr. Richard Schlesinger preso, morrendo pelos maus tratos recebidos, logo após
ter sido solto.

O líder da Gestapo era tão obcecado pela ideia de um complô judaico-maçônico, que criou uma sessão especial no Serviço Secreto da Gestapo para lidar exclusivamente com a Maçonaria, de onde saíram relatórios sobre infiltração da Maçonaria no Banco Central Alemão e até uma sinistra conexão com maçons brasileiros e uruguaios.

De igual maneira se sucedeu na então Tchecoslováquia com a Grande Loja Lessing dos Três Anéis e a Grande Loja Nacional da Tchecoslováquia, obtendo acesso à todos os nomes de Maçons do país, levando-se muitos a serem presos, torturados e mortos.

Hitler sempre foi muito ligado ao ocultismo e possuía Himmler, um oficial da SS, como um de seus principais assistentes. Himmler por sua vez, tinha ao seu lado o astrólogo Wilhelm Wulff, responsável por previsões sobre o futuro do Füher e do III Reich, cujas previsões eram utilizadas como base nas decisões de Himmler.

Astrologia, ocultismo e até ufologia eram objeto de estudo dos nazistas, buscando nestas ciências a busca de alguma vantagem sobre os seus inimigos. Ocultismo e política foram o amálgama para que Hitler se preocupasse com a proximidade da Maçonaria, desencadeando a perseguição às lojas e seus membros.
A organização da entidade maçônica incomodava Hitler que previa que de dentro de suas paredes uma revolta contra o regime do III Reich poderia surgir.
Durante a Segunda Guerra Mundial, são conhecidas as histórias e as atrocidades cometidas pelo III Reich, em especial o holocausto que vitimou milhões de judeus, numa guerra em que morreram mais de 80 milhões de pessoas. Na lista de oficiais alemães que cometeram crimes de guerras temos alguns poucos que foram julgados no famoso “Julgamento de Nuremberg” e que ao seu final decretou 12 condenações à morte, 3 prisões perpétuas, 2 condenações de 20 anos de prisão, uma de 15 anos e outra de 10 anos. Três oficiais foram absolvidos.

Contudo, alguns deles conseguiram fugir da Alemanha e do seu julgamento, quando perceberam que o final da guerra se aproximava e a ruína do III Reich era eminente.
Valendo-se de uma rede de influência e de admiradores espalhados não só na Alemanha, mas por outros vários países europeus, inclusive do Vaticano, muitos nazistas conseguiram fugir da Alemanha, falsificando seus documentos e começando nova vida em outros países, trabalhando e vivendo como um cidadão alemão comum. Essa rota de fuga era conhecida por “Rota dos Conventos” ou “Caminho dos Ratos”.

Os saques feitos durante a guerra alimentavam financeiramente a fuga desses nazistas e possibilitava que os mesmos alugassem imóveis, pagassem viagens, subornassem pessoas, possibilitava a falsificação de documentos e tantas outras ações voltadas para a fuga de sua terra natal.

Muitos também vieram se refugiar na América do Sul, em especial na Argentina que era então presidida por Juan Perón, declarado simpatizante da Alemanha Nazista e que abriu as portas de seu país para esses fugitivos, que lá encontravam um grupo altamente preparado para receber esses fugitivos, liderados por Reinhard Kops possibilitando aos mesmos iniciarem uma nova vida, longe de seus inimigos, especialmente o povo judeu.

A organização da entidade maçônica incomodava Hitler que previa que de dentro de suas paredes uma revolta contra o regime do III Reich poderia surgir

Dentre os alemães que fugiram para a Argentina estavam Joseph Mengele, conhecido como o “Anjo da Morte”; Eduard Roschmann, “O Açougueiro de Riga”; Gerhard Bohne, “O Matador Misericordioso” e o temido comandante da SS Josef Schwammberger, dentre outros.

Adolph Eichmann, outro nazista que fugiu para a Argentina, pertenceu ao alto comando da SS Nazista, foi o responsável pela logística da “Solução Final” que consistia no plano de erradicação dos judeus do solo europeu.

Em 1935, já trabalhava para o partido nazista, como membro de coleta de informações que o partido entendia interessante. Sua tarefa era a de compilar uma lista de maçons alemães, que eram considerados inimigos pelos nazistas. Já trabalhando na SS, a habilidade de Eichmann em trabalhar as informações chamou a atenção de seus comandantes que o encarregaram de monitorar os judeus. Não há registro de quando Maçons foram presos ou mortos através do trabalho desenvolvido por Eichmann.

Eichmann foi responsabilizado pela morte de seis milhões de judeus com seus planos de deslocamento e assassinato de prisioneiros pelos campos de concentração nazistas. Ele foi caçado pelos israelenses do Mossad e por caçadores de nazistas como Simon Wiesenthal, até ser encontrado num bairro remoto de Buenos Aires, utilizando do nome de Ricardo Klement, tendo sido capturado e conduzido à Israel, onde foi julgado e sentenciado à morte por enforcamento.

Seu julgamento ganhou notoriedade mundial, pois além de ser o primeiro depois do julgamento de Nuremberg, foi o primeiro desse tipo realizado em solo judeu, tendo sua sentença executada em 29 de maio de 1962, quase vinte anos após o fim da guerra.

Os movimentos: Nazista e Fascista ruíram e fazem parte do passado negro da humanidade. O III Reich que foi feito para durar mil anos, sobreviveu por 12 anos enquanto a Maçonaria permanece forte e crescente no mundo, de forma independente e contra as ditaduras, combatendo a ignorância, a superstição e a tirania.

“Não somos inimigos dos governos ou autoridades, se são justos.”

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