Nbstante as excomunhões e perseguições adotadas por chefes da igreja, é enorme a lista de padres iniciados não só no Brasil como também na Europa, que procuraram ver a Verdadeira Luz. Entre esses, a história regis- tra um sem número de bispos, cardeais e quatro papas que ingressaram no seio da Maçonaria.

Tivemos preliminarmente no Brasil o período de formação da nacionalidade com a criação em 1800 do Seminário de Olinda, em Olinda, Pernam- buco, que se tornou o centro de difusão das ideias libertárias. Tendo como reitor o Bispo José Joa- quim da Cunha de Azeredo Coutinho, o Seminá- rio abrigou figuras que se tornariam expoentes na política, oratória, no civismo e nas virtudes. Brilhantes padres-maçons tomavam parte daque- la nacionalidade. Liderado por Azeredo Couti- nho, eclodiu em março de 1817 a Revolução Per- nambucana. Do movimento, que ficou conhecido como Revolução dos Padres tomaram parte clé- rigos da estirpe de João Ribeiro Pessoa de Melo, Frei Joaquim do Amor Divino Caneca (herói), Padre Roma, Padre Miguelinho, dentre outros. Aspirava-se uma Nação republicana.

O movimento pernambucano chegou ao Cea- rá em 1823, entrando pelo vizinho município do Crato, no Ceará, com o nome de Confederação do Equador, liderado pela revolucionária Bárbara de Alencar, que envolveu seus três lhos: José Mar- tiniano Pereira de Alencar, Carlos José (padres) e Tristão Gonçalves, seu irmão Leonel Pereira de Alencar, o cunhado Inácio Tavares Benevides e outros amigos. O padre Mororó, alcunha de Gon- çalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo, sobralen- se, ordenado no Seminário de Olinda, foi o editor do jornal – o Diário do Governo do Ceará. Criado a serviço da Confederação, o primeiro número da folha circulou na data de 1o de abril de 1824. Na manhã de 30 de abril de 1825, o religioso era fu- zilado no Campo da Pólvora (hoje Passeio Públi- co) “por ter dirigido a maldita folha que afrontava S.M.I. (…)” Isso há 65 anos antes do Brasil tornar- -se República. Mororó é homenageado como herói – mártir e como patrono da imprensa cearense.

Considerações recolhidas das palavras de sacer- dotes da igreja católica apostólica romana: Padre Manuel Bernardes (Lisboa 1644-1710) – Um dos maiores clássicos da prosa portuguesa: “Os ns da Maçonaria em nada são opostos aos dogmas da religião de Jesus, e, se o fossem, eu seria indigno ministro, não ocuparia um lugar em meio desses homens. A moral maçônica é toda santa e o Divino Mestre foi o mais el dos seus adeptos. Cônego Ja- nuário da Cunha Barbosa: “Filha da Ciência e mãe da Caridade! Fossem as sociedades civis como tu, oh santa Maçonaria! e os povos viveriam eterna- mente numa idade de ouro. Satanás não teria mais o que fazer na terra, e Deus teria em cada homem um eleito”. Bispo Sebastião Pinto do Rêgo: ”Jesus Cristo instituiu a caridade, a Maçonaria apoderou- -se dela e constituiu-a a sua mestra. É sob os seus auspícios que não morre a sua esperança e que ro- bustece a sua fé. Bendita seja esta irmã da Igreja na virtude”. Monsenhor Muniz Tavares – Bahia: “A Maçonaria foi em todos os tempos a maior propa- ganda dos direitos do homem. Por isso mesmo ca- minhou sempre de acordo com a igreja de Jesus Cristo” Padre Francisco João de Azevedo (João Pessoa, 1814-1880) O inventor da máquina de escrever: “Só podem ser maçons os que creem em Deus infinito, que reconhecem a necessidade de um culto e que têm uma Pátria, cujos direitos e leis devem respeitar. A Maçonaria ama a ciên- cia, o progresso, a civilização dos povos, por que é com o auxilio da ciência que perscruta para, pacificamente, remover as causas que entorpe- cem e retardam o progresso da humanidade. Já vede pois que a Maçonaria louva-se – que afa- guemos em nossos corações a crença em Deus, na religião e na Pátria.”

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