Em uma noite fria do mês de Fevereiro de 1717, mais precisamente na Taverna da Macieira em Londres,  alguém prestando melhor atenção, não deixaria de notar um grupo de cavalheiros saindo do local, depois de uma reunião, com modos estranhos, não deixaria de reconhecer o Pastor  James Anderson,  teólogo protestante; o pastor Jean Théophile Désaguliers, físico, membro da Academia Real de Ciências, pregador ligado à corte do Príncipe Real; o George Payne, famoso antiquário e outros personagens que a História não guardou os nomes.

Esses cavalheiros acabavam de decidir a fusão das quatro lojas maçônicas que freqüentavam. Ficou acertada a fundação da Grande Loja Maçônica de Londres que se reuniriam em vinte e quatro de Junho de 1717.

Quando pessoas se reúnem para fundar uma associação é evidente que têm um grande objetivo em vista. Sabe-se que antes de 1717 já existiam Lojas que se reuniam pessoas, que não tinham nada a ver com os construtores de catedrais, é difícil saber com precisão a origem  da Maçonaria, só para se ter uma idéia, das duzentas obras publicadas antes de 1909 consagradas a Franco-Maçonaria, 28 autores determinavam a sua origem no começo da Idade Média;  05 às Cruzadas; 12 aos Templários; 09 à Roma Antiga; 07 ao Gênesis; 06 aos Judeus; 18 ao Egito; 03 ao Dilúvio e 15 à Criação do Mundo.

Antes das famosas Constituições de Anderson, as Lojas tinham uma predileção ao catolicismo e desta forma vamos encontrar num documento antigo maçônico a proclamação de: “Todo Maçom deve amar a Deus e a Santa Igreja e também o seu Mestre e seus Companheiros.”

Os Maçons rezam “ ao Todo Poderoso e à sua doce Mãe Maria para que lhe dê a faculdade de respeitarem os artigos e os pontos como o fizeram os quatros santos mártires que são a honra da corporação” Num manuscrito de 1410 diz do Maçom “O seu primeiro e principal dever é amar a Deus, a Santa Igreja e a todos os Santos”  Em outro “ Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e da Digna Mãe Maria e também dos seus bem-aventurados servidores os Quatros Santos Coroados e de eterna memória”. O Abandono do Catolicismo.

Diz Anderson no livro das “Constituições” “ Um Maçom é obrigado, por sua dependência (à Ordem) a obedecer à Lei moral; e se entender corretamente o Ofício, jamais será um estúpido ATEU nem um LIBERTINO irreligioso. Ainda que nos tempos antigos os Maçons fossem considerados, em cada país, como pertencente à religião desse  país  ou dessa nação, fosse ela qual fosse. Agora considera-se mais conveniente limitá-los somente a esta religião na qual todos os homens estão de acordo, deixando a cada um as suas própria opiniões… qualquer que sejam as denominações ou confissões que ajudem a distingui-las. Conseqüentemente a Maçonaria torna-se o Centro de União e o meio de fortalecer uma amizade sincera entre pessoas que, de outro modo, teriam ficado estranhas para sempre.”

A pergunta fica no ar qual é esta Religião Universal? Fazer esta pergunta já é reconhecer o caráter revolucionário do texto de Anderson. Antes de qualquer coisa Anderson repudia a religião de Estado. A Igreja não se enganou sobre a importância  do acontecimento. Pela bula “in Eminenti” o Papa Clemente XII pronunciou em 1738, a excomunhão dos Franco-Maçons, denunciando o segredo, de que eles se rodeavam e rodeiam os seus trabalhos. Depois disso mais de dez Papas reeditaram a excomunhão. Não temos segredos.

Estes são sinais figurativos e palavras sagradas, que compõem uma língua, às vezes muda e outras eloqüentes, para transmitir à maior distância e para conhecer nossos irmãos em qualquer lugar independente da língua. Os Cavaleiros Templários às usavam entre si para se prevenir dos Sarracenos, que se infiltravam freqüentemente entre eles para  degolá-los. Aconteceu conosco o que não aconteceu a quase nenhuma sociedade. Nossas Lojas foram fundadas e se espalharam em todas as nações civilizadas, trazendo tamanha força aos espíritos dos Homens, até hoje e sempre a idéia da união fraternal.

É meus irmãos, o tempo passa e as coisas sempre mudam, devemos nos ater aos nossos objetivos enquanto Maçons, não se apegando aos problemas do passado, somente utilizando-os para o nosso engrandecimento, pois a Maçonaria teve a devida paciência para suportar as dificuldades e perseguições e com extrema inteligência mostrou ao mundo que os seus objetivos são eternos e não temporais, como algumas instituições que buscam no imediatismo a sua sobrevivência. Não é preciso nem sobreestimar a ação da Maçonaria nem subestimá-la. Ela não explica toda a História, mas a História não se explica sem a Maçonaria.

Bibliografia

Constituições de Anderson
O Segredo da Maçonaria
Jacques Ploncard D’Assac

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