INTRODUÇÃO
Tradicionalmente, na Maçonaria, os operativos em- pregavam cordas com nós amarrados a distâncias iguais, para efetuar medições das distâncias no can- teiro de obras e esquadrejar grandes ângulos. Isso lhes permitia traçar os planos de construção das obras que realizavam por encomenda dos poderosos e, principalmente, da Igreja Católica.

A corda de 81 nós que circunda todo o templo maçônico é uma alegoria que possui grande simbo- lismo, como todos os objetos presentes no templo maçônico. Ao aprendiz de primeira luz ca com a impressão de ser apenas uma alegoria, um ornamen- to decorativo da Loja maçônica. Sua origem e signi cado especí cos encontram controversa entre diversos autores.

É consenso que a corda de 81 nós deve estar nas paredes dos templos, acima das Colunas Zodiacais, podendo ser esculpida ou natural, sendo composta sempre por “nós oito” equidistantes. Antigamente era desenhada no chão em volta da loja, sendo apa- gada ao nal dos trabalhos para evitar a observa- ção dos profanos e as consequentes perseguições. De acordo com o Dicionário Maçônico (CAMINO, 2006) a corda de 81 nós simboliza a União e Fra- ternidade que deve existir entre todos os maçons da face da terra.

Após a morte de Hiran Abiff (o pai da constru- ção do Grande Templo), o Rei Salomão para prosse- guir e concluir as obras do Grande Templo nomeou um corpo composto por oitenta e um membros. Os quais foram divididos em três grupos de vinte e sete elementos (SPOSTI, 1997).

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS
Uma das possíveis origens da corda de 81 nós, de acordo com Castellani (1995), remonta ao ano de 1773 por ocasião da instituição da primeira palavra semestral, em cadeia de união, onde tomou posse Louis Phillipe de Orleans como Grão-Mestre da Ordem Maçônica na França e, naquela solenidade, estavam presentes 81 irmãos e a decoração da abó- bada celeste apresentava 81 estrelas.

Outra corrente de historiadores acredita que os canteiros de obras da antiguidade (trabalhadores em cantaria, onde obreiros entalhavam as pedras), eram cercados por estacas, ligadas umas as outras por anéis de ferro, que eram ligados entre si, através de elos e possuíam uma única abertura, destinada a entrada no local.

A Corda de 81 Nós que circunda todo o tem- plo, tem o nó central sobre o Trono do Venerável, acima do Delta, na parede oriental. A partir daí, a Corda deve estender-se pelas paredes do Norte e do Sul, com quarenta nós de cada lado. Os ex- tremos da Corda terminam em ambos os lados da porta ocidental, em duas borlas, representando a Justiça e Prudência. Esta abertura da Corda, em torno da Porta indica que a Maçonaria sempre estará aberta para receber novos candidatos que se interessem pelo estudo da Verdade, como também para todos os conhecimentos e novas ideias que elevem a espiritualidade do Homem, no entanto podemos entender que a interrupção na entrada do templo valoriza a maçonaria como uma insti- tuição dinâmica e progressista, estando, sempre aberta á novas ideias, que venham contribuir para a evolução do homem e para o progres- so racional da humanidade, visto que o maçom não pode ser aquele que rejeita as ideias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, al- tamente deletério.

Os números relacionados à Corda de 81 Nós merecem especial atenção, por terem como base o número 3, número de alto valor místico para as ci- vilizações antigas, intimamente ligado a religião e aos seus cultos, sendo um número cabalístico, que representa a clareza da inteligência, além de representar o número da forma simbolizando as três di- mensões dos corpos (comprimento, largura e pro- fundidade). O número 81 é o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3. Recordemo-nos a simbologia do número 3:


– 3 ERAM OS FILHOS DE NOÉ (SEM, CAM E JAFÉ) GÊNESIS, 6, 10;
– 3 ERAM OS HOMENS QUE APARECERAM A ABRAÃO – GÊNESIS, 18, 2;
– 3 OS DIAS DE JEJUM DOS JUDEUS DESTERRADOS – ESTER, 4, 16;
– 3 AS NEGAÇÕES DE PEDRO MATEUS, 26, 34;
– 3 AS VIRTUDES TEOLOGAIS (FÉ, ESPERANÇA E AMOR) I CORÍNTIOS, 13, 13;
– O NÚMERO 40 (QUARENTA NÓS DE CADA LADO DA CORDA, ABSTRAINDO-SE O NÓ CENTRAL) É NÚMERO SIMBÓLICO DE PENITÊNCIA E EXPECTATIVA. POR EXEMPLO: 40 FORAM OS DIAS DO DILÚVIO GÊNESIS, 7, 12;
– 40 FORAM OS DIAS DE MOISÉS NO MONTE SINAI – ÊXODO, 34, 28;
– 40 DIAS DUROU O JEJUM DE JESUS – MATEUS, 4, 2;
– 40 DIAS JESUS ESTEVE NA TERRA APÓS SUA RESSURREIÇÃO – ATOS, 1, 3.

Devemos nos lembrar que o número 40 tem grande relação com ciclos que levam a mudanças radicais: Utilizamos, inclusive nos dias de hoje a quarentena de pessoas, plantas, animais ou espaços, buscando a puri cação de males pré-existentes; A quaresma dura 40 dias, e ainda, os hebreus vagavam por 40 anos no deserto.

CONCLUSÃO
Valendo-me das palavras de Castellani (1995) onde nos esclarece que os Nós, não são propriamente nós, mas sim “laçadas” frouxas, sugerindo o símbolo do infinito, o eterno o permanente, porém se esticada transforma-se em nós. As “Laçadas” simbolizam “Laços de Amor” e lembram ao Maçom para a pré- -disposição a amar o seu irmão e, ser devidamente cuidadoso de não transformar a laçada em nó, pois simboliza o egoísmo. A Borla localizada na porta de entrada da Loja, “recebe” os uídos negativos, por uma das extremidades, quando os Maçons por ela adentram, sendo “descarregados” através da Borla localizada na outra lateral. As “vibrações” negativas são absorvidas pela terra como se fossem raios.

Diante do que foi exposto neste trabalho po- demos concluir que a simbologia nos mostra uma infinidade de significados que devem ser estuda- dos minuciosamente para conseguirmos nos aper- feiçoar e aprender a cultura maçônica. E a men- sagem mais importante tirada deste estudo sobre a corda de 81 nós, é a importância da união que deve existir entre os irmãos, não a apertando de- mais ou deixando frouxa, para que possamos vi- ver em harmonia, e sermos pessoas melhores em nossa sociedade, trazendo os ensinamentos maçô- nicos para a prática do dia a dia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
– CAMINO, RIZARDO DE. Dicionário Maçônico. São Paulo, SP. Madras Editora. 2006.
– SPOSTI, ALDERICO NATAL. A Corda de 81 Nós. Londrina, PR. A Trolha, Agosto 1997
– CASTELLANI, JOSÉ. O Rito Escocês Antigo e Aceito – História, Doutrina e Prática. Editora A Trolha, 2a edição, 1995.
– https://bibliot3ca.wordpress.com/corda-de-81-nos/
– http://www.masonic-lodge-of-education.com/47th-problem-ofeuclid.html – http://solepro.com.br/trabalhos/publicadoMac/81nos.pdf

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