Bruno Santana, nosso sobrinho segundo os costumes maçônicos, mandou-me uma lembrança das boas festas desse Natal. Um livro a cuja procura eu andava fazia alguns anos: “Filosofia e História da Educação Brasileira”, do renomado educador Paulo Ghiraldelli Jr. Presente, para mim, da melhor valia.

Registra em seu oferecimento que vem acompanhando o esforço da maçonaria em ver aprovado o PNE 2, mensageiro das possibilidades de oferta aos brasileiros de uma educação pública de melhor qualidade, que mais se aproxime do alto nível a que hoje chegou nos países desenvolvidos.

E me felicita pela insistência com que encaro o assunto, em artigos divulgados quinzenalmente. Destaca uma citação que fiz do Senador Marco Maciel, pinçada de livro da autoria do respeitável político pernambucano, publicado em 1987. A citação encontra-se em meu artigo publicado recentemente sob o título “O joio nos trigais da educação”, que servirá de base ao texto de uma palestra que irei proferir ao oriente de Gravatá, a convite da Loja Maçônica “Trabalho e Firmeza”, filiada ao GOIPE/COMAB.

Ora, no livro, como o título indica, está narrada a história da educação no Brasil, desde os seus primeiros anos, até os nossos dias. O autor vai direto aos assuntos. Sem rodeios, nem delongas, conferindo os créditos a seus merecedores, Doutor e Mestre em Filosofia e História da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). E é de fontes assim, de tamanha credibilidade, a que temos de recorrer para a formação de nosso conhecimento crítico sobre o tratamento que tem sido dado à educação brasileira em nossos dias, tão mesquinho, aviltante e de somenos importância.

O educador Paulo Ghiraldelli Jr., autor do livro a que me refiro e que eu desejava ler pelas menções elogiosas com que fui informado, chegou a ser consultado, em sua residência pelo Ministro Haddad (um Ministro da Educação ir à residência de um professor, para consultá-lo!), segundo me contaram, no período precedente à elaboração do texto que viria ser o projeto do PNE 2.

E a leitura do livro me trouxe à lembrança alguns fatos agradáveis no campo da educação brasileira, que eu tive a oportunidade de acompanhar, através da mídia, ao tempo da execução, mas em que outros historiadores se omitiram. Quero me reportar à passagem do Senador Marco Maciel como Ministro da Educação no Governo do Presidente José Sarney. O Ministério teve a sua direção confiada ao Partido da Frente Liberal, tendo a Pasta, naquele Governo, quatro Titulares: Marco Maciel (1985/86), Jorge Bornhausen (1986/87), Hugo Napoleão (1987/89) e Carlos Sant’anna (1989).

O Ministro Marco Maciel, como os outros Titulares da Pasta, demorou pouco tempo no cargo, mas tal brevidade não o impediu de mostrar o seu empenho e sua dedicação em favor da educação pública brasileira. O orçamento de seu Ministério passou a ser o 2º maior de todos os Ministérios, resultante dos projetos apresentados que demonstravam e convenciam o seu significado para o desenvolvimento do País.

Era um plano que entre vários outros projetos destacava a construção de muitas escolas técnicas, melhorava a merenda escolar e aumentava a quantidade dos alunos beneficiados, como fazia da distribuição do livro didático uma obrigação do governo. Criou o programa EDUCAÇÃO PARA TODOS, que alcançou grande êxito.

Vejamos o que escreve o Professor Doutor Paulo Ghiraldelli Jr, a respeito dessa memória que faço do Ministro Maciel, em sua passagem como Titular do MEC (15.3.85 a 14.2.86): “Marco Maciel foi o ministro de Sarney que fez o MEC não ficar de todo paralisado. [ … ] a partir de 1986 o MEC passou a ter o segundo maior orçamento entre os ministérios. Maciel criou o programa Educação para Todos, que visava inclusive ampliar o número de escolas técnicas. Além disso, incentivou a distribuição do livro didático e da merenda escolar. Todavia o seu período de gestão foi pequeno.” (Obra citada página 169, 2ª edição, Editora Manoele Ltda, Barueri/SP, 2012).

Agradeço-lhe, sobrinho Bruno, tão valiosa lembrança. Pois a “Educação para Todos” é presente inigualável, como sonhou o Senador Marco Maciel, embora hoje (e é urgente descobrir por que) esteja havendo, no Congresso, resistência em torná-la realidade.

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