Falar corretamente não é atributo ou privilégio apenas do orador da Loja; todos, sem exceção, devem aprender a fazê-lo e enganam-se aqueles que imaginam poder dispensar as virtudes oratórias, exprimindo-se em Loja como se estivessem em uma reunião informal ou uma “festinha familiar”. A Maçonaria, a partir de seus Rituais mais simples, adota uma linguagem culta, elegante e tradicional que não deve ser “quebrada” com frases e expressões vulgares; ela mantém acesa a chama de uma tradição que remonta a priscas eras, quando a expressão verbal diferenciava a aristocracia da plebe e hoje diferencia o iniciado do profano. Nós, maçons modernos, temos a obrigação de continuar cultuando em nossos templos as três mais importantes Artes Liberais da Antiguidade, ou seja: Gramática: que nos ensina a escrever. Lógica: que nos ensina a pensar. Retórica: que nos ensina a falar. Percebam como os maçons veteranos e os mestres instalados falam corretamente, como sabem dar brilho às palavras, como conseguem prender a atenção dos ouvintes, como sabem se portar nas solenidades dentro e fora dos templos, como não se intimidam com o público e sabem cativá-lo; e isso é o fruto da vivência nas Lojas e da experiência nos cargos maçônicos; sim, nos cargos maçônicos, porque não é somente o orador da Loja que desenvolve essa arte; também o venerável, os vigilantes, o secretário, e até mesmo o cobridor do templo, para bem exercerem o seu trabalho, necessitam dominar as técnicas verbais que abordaremos nesta obra. O estudo da oratória na Maçonaria deve começar pela observação, desde o primeiro dia, quando o neófito se apresenta no templo para ser iniciado e, ainda com a venda nos olhos, sente, percebe e imagina, pela pompa e pelo cerimonial que não vê, mas ouve, haver ingressado em um ambiente seleto, frequentado por pessoas cultas, sérias e solenes. Esse é o primeiro exemplo que ele deverá observar, imitar e seguir. Essa é a primeira lição a todos aqueles que desejam superar suas barreiras de medo e timidez, tornando-se bons oradores, senhores da palavra, líderes no mundo maçônico…e até mesmo no mundo profano. Em meus muitos anos de Maçonaria presenciei e acompanhei, inúmeras vezes, a trajetória de aprendizes tímidos, porém persistentes que, gradativamente, vão dominando o uso da palavra, do gesto e da persuasão até chegarem ao ponto de se tornarem grandes oradores, confirmando aquele velho ditado: “Os poetas nascem…os oradores se fazem”. Observação importante: neste livro, algumas vezes estaremos nos referindo genericamente aos oradores, isto é, a todos aqueles que falam, que proferem uma oração e, outras vezes, aos oradores de ofício das Lojas maçônicas. Para diferenciá-los e evitar confusão de termos, estabelecemos a seguinte convenção: Oradores em geral serão mencionados simplesmente como: oradores. Maçons exercendo o cargo de orador serão mencionados como: oradores de Loja. “Diante do público… …o fraco treme, o louco afronta, o tolo subestima… e o orador conduz.” Continua na próxima edição… Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ