O GADU em sua imensurável bondade concedeu ao Homem primitivo uma inteligência capaz de construir, modificar e destruir componentes dos três reinos da natureza ao longo dos tempos. Mas para que o Homem pudesse manipulá-lo, necessário se fez que ele inventasse ferramentas que o ajudasse em seu objetivo. A Maçonaria, através de sua simbologia, concebeu no ferramental de pedreiros uma forma inteligente de difundir sua doutrina filosófica, de tal modo que cada um dos Maçons pudesse entender suas metas, tirar suas conclusões e usar esses instrumentos de trabalho na construção de seu Templo Interior.

No primeiro Grau simbólico encontramos o Esquadro, a Régua, o Compasso, o Nível, o Prumo, o Malho e o Cinzel, utensílios fundamentais ao Maçom no seu trabalho de lavrar, esquadrejar, medir e polir a Pedra Bruta com a finalidade de transformá-la em Pedra Polida ou Cúbica.

O compasso e o esquadro reunidos têm sido mais antigos bem como a mais comum representação da Instituição Maçônica. Tanto se apresentou este símbolo compasso-esquadro, que ele é prontamente reconhecido, até mesmo pelos profanos (pessoas não iniciadas na Maçonaria). É o sinal distintivo do Venerável Mestre (Presidente da Loja) uma vez que esotericamente representa a “Justa Medida”.
A Justa Medida quer dizer em última análise a Retidão. Faz lembrar aos maçons em geral e a cada instante que todas as suas ações deverão ser plantadas com serenidade, bom senso e espírito de justiça. Faz recordar o compromisso solene assumido pelo iniciado, de sempre agir dentro de uma escola de perfeita honestidade e retidão.

O COMPASSO

É considerado um Símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano. Sendo visto como Símbolo da espiritualidade, sua posição sobre o Livro da Lei varia conforme o Grau. No Grau de Aprendiz, tem suas pontas voltadas para o Ocidente e colocado embaixo do esquadro, simbolizando assim que o Aprendiz só trabalha na Pedra Bruta e então dela não poderá fazer uso enquanto não estiver perfeitamente polida e esquadrejada, indicando que existe, por enquanto, a predominância da matéria sobre o espírito. A abertura indica o nível do conhecimento humano, sendo esta limitada a abertura máxima de 90º, isto é ¼ do conhecimento e os limites de espírito humano não poderiam ser transpostos.

A sua Simbologia ainda é muito mais variada, podendo ser entendido como Símbolo da justiça, com a qual devam ser medidos os atos humanos. Simboliza a exatidão da pesquisa e ainda pode ser visto como Símbolo da imparcialidade e infalibilidade do Todo-Poderoso. É o Compasso um instrumento de dois ramos de madeira ou metal, reunidos por uma de suas extremidades de maneira a poder afastar-se ou aproximar-se uma da outra para medir ângulos, traçar círculos de dimensões diferentes.

Estes diversos círculos nos dão a idéia do pensamento nos vários círculos de raciocínio que podem atingir, ora largas e abundantes posições, ora a raras e estreitas conclusões, mas todas elas sempre claras e positivas. O Compasso da Justiça é a própria razão que determina, não só a origem, mas ainda a legitimidade do direito. Representa as radiações da inteligência e da consciência do homem.

O ESQUADRO

É o Símbolo da Justiça e da Gratidão. O primeiro instrumento passivo e companheiro por excelência do Compasso é o Esquadro. Em conjunto com o Compasso representa o “Escudo Maçônico”, signo mais conhecido da Maçonaria. É composto de dois ramos de comprimento igual e provém da metade de um quadrado que é o Símbolo da Terra onde se desencadeiam as paixões humanas e o verdadeiro Maçom encontra-se entre o Esquadro e o Compasso está entre o Céu e a Terra, entre a matéria e o espírito.

Seu desenho nos permite traçar o ângulo reto e, por tanto, esquadrejar todas as formas. Deste modo, é visto como Símbolo, por excelência, da retidão. É também a primeira das chamadas Joias Móveis de uma Loja, constituindo-se na Joia do Venerável, pois, dentre todos, este deve ser o mais justo e equitativo dos Maçons. O Esquadro, ao contrário do Compasso, representa a matéria; por isso é que, em Loja de Aprendiz, ele se apresenta sobre o Compasso.

Predominância da Matéria sobre o espírito. Sendo o Esquadro o instrumento que se destina a dar forma regular a todo material, serve simbolicamente, para indicar ao Maçom que sob o ponto de Vista moral, deve ser empregado para corrigir as falhas e as desigualdades do caráter humano. Como Símbolo da justeza que conduz o homem a perfeição o Esquadro torna-se o Emblema da Sabedoria. Na posição da Ordem do Grau de Aprendiz a qual ostenta quatro Esquadros e cuja interpretação é astronômica, porque nesta forma está contida quatro vezes no ponto onde se cortam os diâmetros do círculo zodiacal, que os dividem em quatro partes, correspondentes cada uma à estação do ano respectiva, de conformidade com a inclinação do Sol em sua carreira.

A RÉGUA

Como ferramenta usada para medir e delinear os trabalhos, assim como, para traçar linhas retas, deve servir como utensílio de medição, de consciência, de inteligência e de cautela ao Maçom na execução de seus afazeres, ou na tomada de decisões, que o permitam traçar na Pedra Bruta, retas que a tornem Cúbica. Antigo Símbolo da retidão, do método e da lei, a Régua é considerada o emblema do aperfeiçoamento e como a reta não tem começo nem fim, ela também é vista como Símbolo do Infinito.

Significa ainda o meio de assegurar o cumprimento das normas do comportamento humano – sem as quais não pode haver ordem. Em Maçonaria utiliza-se a Régua de 24 polegadas significando as 24 horas do dia, as quais devem ser divididas pelo Mestre de Cerimônias que porta a insígnia da Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos e mentais e à recreação, ou seja, as horas não devem ser mal empregadas na ociosidade e em ocupações egoísticas.

O NÍVEL

Como joia do 1º Vigilante é o emblema da igualdade entre os Maçons. Ele lembra aos Obreiros da Ordem que todas as coisas devem ser consideradas com serenidade igual e que o seu Símbolo tem como corolário noções de medida, imparcialidade, tolerância, igualdade, além do correto emprego dos conhecimentos. Prima pelo ideal de que ninguém entre nós deve procurar dominar os outros. É o Símbolo de igualdade social, base do Direito Natural, corresponde a igualdade original, embora sem nivelamento de valores. No simbolismo o Nível é considerado como uma ferramenta passiva, é o “Símbolo da nossa submissão à Lei, que impôs a todos e perante à qual somos
todos iguais”.

O PRUMO

O Prumo ou a Perpendicular é a insígnia do 2º Vigilante e representa a retidão da consciência e procedimento de um Irmão da igualdade e da profundeza na observação. Para os antigos é o emblema do equilíbrio que simboliza, ao mesmo tempo, a escada sobre a qual se encontram repartidos, desigualmente, os seres da Natureza. O prumo é o símbolo da estabilidade, da ordem, da justiça e da equidade. No ponto de vista geométrico é vertical e ereto, sem inclinação nem para um lado nem para outro, ou seja, em sentido figurado significa:

Justiça – é a que não inclina para qualquer lado a não ser a verdade.

Fortaleza – aquela que não cede ao desfavorável.

Prudência – aquela que segue sempre o caminho da integridade.

Temperança – que não se desvia por apetites e paixões.

A LETRA G

É o símbolo de Deus, o Divino Geômetra. Uma das razões de ser tomada como símbolo sagrado da Divindade, é que, com ela, a palavra Deus, se inicia em vários idiomas. GAS, em Siríaco; GADA, em persa; GUD, em sueco; GOTT, em alemão; GOD,
em inglês, etc.

A TROLHA

Ou colher de pedreiro. Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os Pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto como um Símbolo da tolerância, com que o Maçom deve aceitar as possíveis falhas e defeitos dos demais Irmãos. Pode ser vista, também, como um Símbolo do amor fraternal que será, então, o único cimento que uniria toda a Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha, significa perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma pode ser vista como Símbolo da Paz que deve reinar entre os Irmãos.

O AVENTAL

O símbolo do trabalho. É a parte principal do vestuário maçônico, constituindo-se um dos símbolos mais importantes da Maçonaria. Tem a forma de um retângulo, encimado por um triângulo; nos dois primeiros graus são simples, sem enfeites ou adornos, e de tecido branco. Os aventais dos demais graus têm cor e desenhos variados, conforme os graus que representa e conforme o rito adotado. O fundo, porém é sempre branco.

A PEDRA BRUTA

Simboliza a inteligência do aprendiz maçom, ainda rude, porque com os vestígios do Mundo Profano, está apenas iniciando sua aprendizagem nos Mistérios da Maçonaria. A aresta desta Pedra Bruta cabe ao aprendiz desbastar disciplinando, educando instruindo sua personalidade, objetivando vencer suas paixões e subordinar sua vontade à prática do bem. Assim a tarefa principal do Aprendiz consiste em trabalhar e estudar para adquirir o conhecimento do simbolismo do seu grau e a sua interpretação filosófica.

O MALHO E O CINZEL

A primeira representa nossas resoluções espirituais: é o cinzel de aço, que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda lado passivo, e corresponde à receptividade, ao discernimento especulativo.

O Malho junto com o Cinzel e a Régua são as ferramentas imprescindíveis ao Aprendiz Maçom, pois, sem o concurso delas o trabalho de desbaste da Pedra Bruta seria impossível. O malho representa a vontade, a energia física, o aspecto ativo da consciência, necessários para vencer os obstáculos, e seu emprego seria nulo se não existisse o Cinzel, instrumento passivo que produz a beleza final de toda a obra e determina a justa aplicação da sabedoria.

O malho representa a inteligência que permite ao homem distinguir o Bem do Mal e avaliar o que é justo do que é injusto, mas para tanto necessário se torna que o trabalho seja dirigido e consciente, daí a importância da Régua no planejamento e do Cinzel no corte e embelezamento da Pedra Bruta. Sem esta integração o Malho apenas quebraria, pulverizaria ou esmagaria a Pedra ao invés de lapidá-la.

Ferramenta cortante o Cinzel representa a perseverança e o agente espiritual da vontade celeste que pode penetrar a matéria. Movido pelo Malho ele tem por missão fazer desaparecer as asperidades, os preconceitos e os erros. Assim, nenhuma obra poderá ser produzida na pedra sem a ação bem orientada do Cinzel, com a Força do Malho, após o traçado de linhas retas e perfeitas pela Régua.
A segunda é a vontade executiva, o malho, insígnia do mando, vibrado com a mão direita, lado ativo, relacionada coma energia atuante e a determinação moral donde difama a realização prática.

A PEDRA CÚBICA

Havendo o Aprendiz trabalhado na Pedra Bruta como Malho e o Cinzel, transformando-a num cubo imperfeito, caber ao Companheiro (Grau 2), polir este cubo com o auxílio do esquadro, do Nível e do Prumo, tornando-a finalmente em pedra cúbica. Desbastadas as rudes arestas da personalidade, ainda como Aprendiz, cabe agora, ao Companheiro disciplinar suas ações através do conhecimento adquirido realizando contornos e nuances delicadas em seus psiquismos, fazendo então, do seu “eu”, um cubo perfeito, a pedra polida que assim estará apta a ser utilizada na construção do edifico do Templo, isto é, a humanidade Perfeita.

O MALHETE

É o instrumento de trabalho do Venerável Mestre e dos Vigilantes (na hierarquia os dois cargos logo abaixo do Venerável Mestre e que juntamente com ele dirige os trabalhos da loja).

Nada mais é que uma espécie de malho, e como tal é símbolo da vontade, da força, do trabalho e da determinação. Um aspecto fundamental na utilização deste instrumento é o do discernimento e lógica que devem conduzir a vontade. Utilizando ao caso, com força apenas, ele passará a ser um instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria.

O DELTA LUMINOSO

Também chamado de Triângulo Fulgurante, representa na Maçonaria o Supremo Criador de todas as coisas, cujo olho luminoso é o Olho da Sabedoria e da Providência, que observa tudo que vê e provê.

Ele simboliza também, os atributos da Divindade: Onipresença, Onividência e Onisciência, que o verdadeiro maçom tem como lembrete divino de sua suprema relevância para sua vida.

Não sendo efetivamente uma religião, a Maçonaria compreende e reverencia todas as crenças e cada crente maçom pode ter no Delta Luminoso a representação de todos os sentimentos de religiosidade.

Ele é como uma lembrança para uma advertência permanente e solene, traduzida pela compreensão fraternal, que não procura sobrepor a importância de qualquer religião em particular, as demais profissões de fé.

Espiritualistas por princípio sabem os maçons, na interpretação do Triangulo Fulgurante, que há um Deus que tudo vê e por esta razão entendem que uma oportunidade de fazer o bem que deixam escapar, é uma eternidade que se lhes espera.

Enfim, como é lamentável que os homens não tenham compreendido a generosidade do Grande Geômetra do Universo e utilizem todo esse conhecimento de geometria, de construção e manipulação de ferramentas para a destruição, a perversidade, perseguição e domínio de seres semelhantes.

OBS.: Há muitos outros símbolos na Maçonaria. Apresentamos aqui somente os mais difundidos e conhecidos do povo em geral.

Leave a Reply

Your email address will not be published.