Introdução: Ao longo dos anos, a Maçonaria Especulativa desenvolveu as tradições herdadas das antigas Corporações de Construtores, conhecidas como Maçonaria Operativa, lançando mão dos instrumentos antigamente utilizados, dentre eles, a Prancha de Traçar ou Prancheta da Loja, próprio do M∴M∴.

Desenvolvimento: A Prancha de Traçar; também conhecida como a Prancheta da Loja ou Tábua de Traçar, é um retângulo sobre o qual são indicados os esquemas que constituem a chave do alfabeto maçônico – a chave das letras = mecanismo que aparece, originalmente, na misteriosa face esquerda da secular Pedra Cúbica Piramidal, considerada a base essencial da Maçonaria e figura de todos os conhecimentos humanos.

O esquema Alfabético Maçônico Moderno (Alemão e Inglês) e Medievais, que figura na Prancha de Traçar, lembra ao maçom que ele sempre deve traduzir seu pensamento de uma forma maçônica, trabalhando com retidão. Todas as letras têm a forma do Esquadro que se relaciona com a Matéria, não se vendo aí o círculo, símbolo do Espírito, pois o Espírito é invisível. Dessa forma, o maçom se vê convidado a se libertar da letra para abordar o espírito (Parte V do Ritual Aprendiz Maçom 2009 do GOB). A chave das letras é um sistema (sistema inglês Moderno) que permite a decifração da linguagem maçônica.

Da Pedra Cúbica foi transportada para o Painel da Loja do Primeiro Grau, onde permanece por tradição. Foi um sistema muito utilizado nos Séculos XVIII e XIX, hoje no esquecimento dos Maçons e em completo desuso. Pois bem, esta chave das letras disposta em um retângulo, constitui a Prancha da Loja e é a sua última Pedra na escala hierárquica. Em poucas Lojas Simbólicas se vê esta jóia colocada em local devidamente designado: segundo degrau à frente e à direta do trono do Venerável Mestre, como dispõe na Planta do Templo no Ritual do Grau I – 2009 do Grande Oriente do Brasil, do R∴E∴A∴A∴.

Historiadores afirmam que a Prancha da Loja serve para o mestre desenhar e traçar o que, simbolicamente, exprime que o mestre guia os Aprendizes no trabalho indicado por ele, traçando o caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento, a fim de poderem progredir no trabalhos da Arte Real.

Chama-se de joia fixa porque permanece imóvel na Loja, como um Código Moral, aberto à compreensão de todos. É, pois, o traçado objetivo da Loja como o Livro da Lei, é o traçado espiritual que nos impele a vencer os nossos dez inimigos interiores, no dizer cabalístico de Hermes Trimegistus: a Ignorância, a Tristeza, a Inconstância, a Injustiça, a Luxúria, a Decepção, a Inveja, a Fraude, a Ira e a Malícia.
Mas, embora seja os Mestres quem têm a obrigação de zelar pela formação de todos os obreiros (incluindo a dos outros mestres e a deles próprios, pois um Mestre Maçom deve considerar-se um eterno aprendiz), não são apenas os Mestres quem apresentam trabalhos em Loja. Também os Companheiros e Aprendizes não devem ignorar seu uso e devem exercitar-se e a esboçar as suas ideias, como demonstração dos seus progressos na Arte Real. Esse o motivo pelo qual o símbolo figura no Painel do Aprendiz. Todo o trabalho apresentado em Loja se denomina uma prancha ou peça de arquitetura. O que importa é que se trata de um trabalho de um maçom para maçons, que destine a testemunhar ou a colaborar no aperfeiçoamento individual ou coletivo.

A cifra de substituição mono-alfabética utilizada pela Maçonaria como Alfabeto Maçônico, hoje conhecido como cifra pig pen, cada letra (porco) é colocada numa casa (chiqueiro), foi criada pelo místico e alquimista alemão CORNELIUS AGRIPPA VON NETTESHEIM, que nasceu em 18/02/1896, de uma família nobre, próximo à cidade de Colônia, onde estudou Medicina e Direito.

Conclusão: Por fim, a Prancheta da Loja, simbolicamente, exprime que o Mestre guia os Aprendizes direcionando o caminho que eles devem seguir, a fim de progredirem na Arte Real. A Tábua de Traçar ou Prancha de Traçar é o objeto de trabalho do Mestre maçom, onde, simbolicamente, imprime as diretrizes para elaboração dos seus projetos e construtores.

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