Os três pontos maçônicos constituem o mais simples e característico emblema do Ternário. Escolhendo esses símbolos com o esquadro e o compasso, como insígnia da Ordem, os seus fundadores deram prova de uma perspicácia e sabedoria que aqueles que conhecem o valor oculto das coisas nunca poderão negar-lhes

Esses três pontos sintetizam admiravelmente o Mistério da Unidade, da Dualidade e da Trindade, ou seja do Mistério da Origem de todas as coisas e de todos os seres.

Encontramos esses três pontos, harmonicamente juntos e diferenciados numa Unidade Oriental e numa Dualidade Ocidental, nas três Luzes do Altar, em torno do Livro da Tradição que pelos séculos é portadora da Eterna Verdade, e dos instrumentos que são necessários para compreendê-la e aplicá-la.

O ponto superior representa, como é evidente, a Unidade Fundamental ou Primeiro Princípio Preantinômico, Originário e Imanente, do qual tudo teve origem. É o Absoluto, o Ain-Soph, cabalístico, que existe “em princípio”, e no qual existem em princípio todas as coisas. Brahma, Vishnu e Shiva o Criador, o Conservador e o Destruidor do Universo Osiris, Isis e Horus, ou seja o Pai, a Mãe e o Filho, formam Nele uma única pessoa e um só ser, uma única e indivisível Realidade. É SAT “o que é” o fundamental Princípio imanente e transcendente de toda existência, o Fulcro Central Imóvel que é Origem e Princípio da Criação.

Os dois pontos inferiores são igualmente uma imagem da Dualidade; os dois Princípios que representam as duas colunas, de cuja união e de cujas múltiplas ações e reações é produzida a multiplicidade fenomênica do Universo. Cada um deles é um diferente aspecto da Unidade Primordial Originária, que permanece indivisa e indivisível em sua dúplice aparente manifestação: um existe enquanto existe o outro, e os dois resolvem-se no Princípio Fundamental do qual tiveram origem. Efetivamente, se aproximarmos os dois pontos inferiores, com movimento igual, ao ponto superior, aproximam-se também, um do outro, e quando se unem a esse, unem-se também mutuamente.

Se traçarmos duas linhas entre o ponto superior e os dois pontos inferiores, obteremos o ângulo que expressa, com seus dois lados emanados de um único vértice, essa mesma dualidade dos dois Princípios, emanações ou aspectos de um só Princípio Originário. E se traçarmos outra linha que una os dois pontos inferiores, obteremos o triângulo, cuja base, unindo os dois elementos, representa o terceiro, que reproduz em si, no mundo do relativo um novo aspecto contingente da Unidade Preantinômica Absoluta.

Assim os três pontos mostram isoladamente os três Princípios que constituem a Unidade Originária e a Dualidade da manifestação. A união dos três Elementos primordiais – o enxofre, o sal e o mercúrio, o Pai, a Mãe e o Filho – que tornam fecunda e construtiva a atividade dos três Princípios.

Enquanto o ponto superior corresponde ao Oriente e ao Mundo Absoluto da Realidade (e, na Loja, ao Delta, emblema da Unidade tri-unitária), os dois pontos inferiores correspondem ao Ocidente, ou seja ao Mundo Relativo, que é o domínio da aparência, e na Loja às duas colunas emblemáticas da Dualidade:

O progresso maçônico acha-se também, aqui, indicado sinteticamente, com o progresso da inteligência, que se ergue sobre o domínio da mente concreta (Reino da Dualidade e dos pares de opostos), estabelecendo-se no sentimento e na consciência da Unidade fundamental de tudo e da identidade essencial de todos os seres, por meio das faculdades superiores da Inteligência, que se baseiam na Unidade, da mesma maneira que a mente concreta baseia sua lógica e seus juízos no sentido da Dualidade.

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