POESIA Que elementos perfeitos corrigiriam os meus mais bizarros defeitos? Por quais perigosos labirintos eu não deveria percorrer sem submeter minha vida às ruas quietas, às ladeiras falsas e aos amores fugazes?Onde viver meus melhores dias e atravessar o segredo do tempo, ou curtir em êxtase o meu sucesso, e sentir o sabor dessa interminável viagem do vento que lubrifica a engrenagem da vida, reinventa velhos pensamentos e me faz mais sábio, antes de morrer? Não torçam por mim… sou impenetrável! Nem me admirem… sou estranha ave rara! Se precisarem de mim… buscarei à perfeição, a minha mais rara inspiração! Minhas tempestades interiores, guardo-as, como as relíquias egípcias. Meus acidentes de percurso, abro os mares mais longínquos das minhas entranhas, vasculhando soluções, mas, quanto ao sofrimento e às desilusões, contemplo-os, e a todos, como o meu “fim-de-mundo”… Surpreendo-me numa clausura, gueto, ruelas, calabouço, profunda gruta obscura: e então, reluzentes novas frestas, magias e demônios da escuridão, renascem em novas formas, eclipses, mares e florestas, concretizando minha morte e a compreensão. Se ser feliz é renascer das pedras, da tolerância, e conhecer o segredo da poesia e da iniciação… Sou feliz! Se os meus versos expressam o silêncio e a sensibilidade, e minha conduta busca o lapidar das pedras e, se o caminho do princípio da palavra é a humildade: sou o que restou da minha secreta infância mágica, sou o sonhar dos inimagináveis sonhos sobre a construção do amor, sou incerto, tímido e dissonante, mas, num ímpeto repentino, SOU GIGANTE! Se a poesia é a magia do poeta, uma heroica seta projetada para o nada, ou a mais certeira das flechas disparada para a alma, então, sigo o frágil espaço fundo rumo à maturidade, e possuo a chave da privacidade que invade o estreito quebrado espelho, a receptividade! A busca da felicidade é a senda energética e o infindável caminho do absurdo, do ato de ser surdo ao resvalar dos espinhos, e o perdão da vida no abraço dos anjos. O poema é o ato leve de amar a vida e subir feito um raio pela transparência dos sentimentos e alcançar a silhueta da lua. Todos os versos juntos não salvarão nosso planeta… Toda poesia, a geometria, e os espaços estelares em sinfonia não dissiparão as nuvens de gases onde jazem os homens que destroem nossas bases, ou aqueles que espalham bombas sobre os nossos medos, e que matam as esperanças no enterro das crianças. Serão inúteis as frases de amor… É como buscar uma coisa infinita dentro de cérebros ocos… É como se descobrir, por um momento, vagando em estado líquido, ao lado de um bando de loucos… Mas, ainda espero ser o avesso do naufrágio trágico, ou o rastro de todos os sentimentos do mundo comemorado num sorriso mágico. Espero ainda mergulhar nas lições e nos movimentos das ondas e das canções. Espero não perder a paciência, a tolerância e a fé na harmonia da eternidade, que é a minha ciência. Espero não desistir de mim mesmo, pois a sabedoria não se aprende a esmo. Espero meu final feliz… e o ascender de minha própria luz, aquele espetáculo do amor que não se apaga nunca: O fino fio da vida que me lapida, me guarda e me conduz. A Vida Secreta Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ