INTRODUÇÃO
O grau de Companheiro Maçom é o segundo na escala da maçonaria simbólica – ao Companheiro Maçom compete polir a P∴B∴ desbastada pelo próprio no grau de Aprendiz Maçom e eleva-la à perfeição. Este grau tem como base dedicação ao trabalho, seja ele intelectual, manual ou técnico.

Na senda maçônica o nosso progresso deve ser contínuo. Iniciamos a caminhada na construção de nosso templo interior no momento de a iniciação, posteriormente a realização das quatro provas do Aprendiz Maçom, que representam as antigas iniciações as quais simbolizam a terra, o ar, a água e o fogo.

Passando ao adiantamento o Companheiro Maçom, viaja em companhia do irmão experto à porta do Templo, desejando passar do prumo ao nível, executa um passo a mais, na procura do crescimento pessoal, que a conclui ao final das cinco viagens normativas do grau.

No enfoque das viagens, temos as ferramentas que utilizamos para transpô-las. E centralizado no desenvolvimento da passagem (elevação) do grau em comento. Descrevemos a seguir o conjunto de viagens e seus significados.

As viagens que o Aprendiz Maçom passará a desenvolver, antes recebe do Venerável Mestre ou do irmão designado, subsídios de que irá realizar cinco viagens – indo do número três ao cinco, que representam os cinco anos de estudos – norma imposta ao grau, ou seja, exigências aos obreiros para ascensão dentro da Ordem Maçônica.

1ª VIAGEM – É consagrada aos cinco sentidos do homem (a visão, audição, o olfato, o tato, e o paladar).

Confere que o vocábulo “sentido” é derivado do latim sentire e se aplica a qualquer uma das aptidões da alma. Pois, através dos sentidos, é que o corpo humano estabelece um relacionamento perfeito com o mundo exterior, é a percepção pelos cinco sentidos “convencionais” que se estabelece a comunicação da razão do viver. O homem isolado, encarcerado, tendo perdido seus sentidos, aproxima-se muito do ser inanimado o qual passa a ter uma vida vegetativa, quase que a acepção da morte.

Seguindo antes de iniciar a viagem o Venerável Mestre solicita ao Mestre de Cerimônias a substituição da régua de vinte e quatro polegadas que o Aprendiz Maçom porta, pelo maço e o cinzel.

O maço é uma espécie de martelo, de maiores proporções. Na maçonaria, é a ampliação do malhete (instrumento utilizado pelo Venerável Mestre e os Vigilantes em Loja). Tem como representação a força e o vigor, que recomenda duas situações, uma ativa, e outra passiva; a ativa é quando bate, e passiva quando o objeto batido sofre o choque.

O cinzel é o instrumento que, com o maço, serve para desbastar simbolicamente a P∴ B∴, divisa da personalidade não educada e civilizada do aprendiz.

Representa o intelecto. Em ato continuo a substituição dos instrumentos, o Venerável Mestre explica: esta viagem simboliza o período de um ano; momento em que o Companheiro Maçom deve dedicar-se e aperfeiçoar-se na prática de cortar e lavrar, a P∴ B∴ utilizando o maço e o cinzel.

Por muito primoroso que seja o Aprendiz Maçom lembrai-vos que sozinho não pode terminar a sua obra, visto que, como os molhes de pedras no Templo, que eleva A∴ G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴ exige um duro e penoso trabalho com o maço e o cinzel, não se desviando do que pelos mestres, lhe foi traçado.

2ª VIAGEM – Perpetra o estudo das cinco nobres ordens da arquitetura: As defino em sua ordem correta (Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita).

A Toscana é a mais antiga de todas as Ordens de Arquitetura (por isso é a primeira) sua figura é grave e austera, despida de qualquer ornamento – sua base e Capitel quase se assemelham. A Ordem toscana dá uma impressão forte, de severidade e dignidade. Também significa perfeição e representa a filantropia, estas ordens formam a base simbólica da maçonaria, pois além de considerar a arte de construir um princípio operativo, considera um conjunto arquitetônico a formação da personalidade humana, incluindo o seu caráter, e seus aspectos moral, intelectual e essencialmente espiritual.

A Dórica que significa união e representa a inteligência. É a segunda das Ordens de Arquitetura e, é a mais simples delas. Interessante é que existem duas Ordens Dóricas – uma Grega, a mais conhecida, e a Romana.

A Jônica que significa beleza e representa a retidão – é a terceira na Ordem de Arquitetura – a Ordem Jônica desenvolveu-se nos territórios Orientais da velha Grécia e seu verdadeiro lar foi a Ásia Menor.

A Coríntia que significa grandeza e representa o valor. É a quarta da Ordem de Arquitetura, foi a primeira que apareceu na Grécia, com uma variante da praticada na Ordem Jônica.

A Compósita que significa força e representa a prudência. É também conhecida como Ordem Romana, é a última das cinco Ordens. Ela difere da Ordem Coríntia, somente no desenho do Capitel, o qual é uma combinação das Ordens Coríntia e Jônica.

Nessa o Venerável Mestre pede que o maço e o cinzel sejam substituídos pelo compasso e a régua de vinte e quatro polegadas.

Filosoficamente, o homem constrói a si próprio, e para que resulte um Templo apropriado a glorificar o G∴ A∴ D∴ U∴ torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção. Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, o compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós próprios, executaremos com facilidade o projeto perfeito.

A régua de vinte e quatro polegadas adotada pela maçonaria, simboliza o dia com as suas vinte e quatro horas, o seu tamanho, “0,66 cm” sugere ser um instrumento destinado à construção. Filosoficamente, o maçom deve pautar sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela.

O Venerável Mestre ensina que a segunda viagem nada mais é que o símbolo do segundo ano, no qual o Aprendiz Maçom deve adquirir os elementos práticos da maçonaria, isto é, a arte de traçar linhas sobre os materiais desbastados e aplainados, o que só consegue com a régua de vinte e quatro polegadas e o compasso.

3ª VIAGEM – É dedicada às artes liberais idealizadas na época do surgimento do Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA: composta por gramática, retórica, dialética (lógica), aritmética, geometria, música e astronomia. Evidentemente hoje teríamos uma gama bem diferente a considerar, pois a evolução da tecnologia ensejou o surgimento de novas profissões, jamais imaginadas na época que surgiu o Rito.

O Trivium [a palavra Trivium significa três ramos ou caminho] se constitui das ciências Liberais (Gramática, Retórica e Dialética (Lógica)).

Gramática [Primeira Ciência] – Se estabelece como a arte de inventar símbolos e combiná-los para expressar pensamentos. Possui a real capacidade de escrever e ler sem erros, unindo a aptidão de entender os fatos. Por fim, ensina o homem a falar e escrever genuinamente.

Retórica [Segunda Ciência] – É a comunicação do pensamento de uma mente a outra -, que afeiçoar-se na linguagem às circunstâncias. Modela a real capacidade de expressão sábia e eficaz, no aproveitamento dos fatos e a relação entre eles. Ensina ao homem a justiça da fala.

Dialética (Lógica) [Terceira Ciência] – Levam-nos ao artifício do pensar. Despontando para a capacidade do distinguir o verdadeiro do falso, auxiliando então: no raciocínio de fazer relações dos fatos; traz conhecimento que habilita o homem a discernir entre o verdadeiro e o falso.

O Quadrivium [associa-se ao estudo no mundo das coisas e da matéria]. Registros apontam que as artes (representadas) tinham o momento de começar os estudos – em torno dos 20 (vinte) anos aos indivíduos que buscavam tal aprendizado.

Aritmética [Quarta Ciência] – Teoria dos números. Ensina ao homem a ver e fazer cálculos com os números.

Geometria [Quinta Ciência] – Teoria do espaço. Ensina ao homem a medir a terra e todas as demais coisas.

Música [Sexta Ciência] – Ensina o homem sobre o som, a voz e a harmonia.

Astronomia [Sétima Ciência] – Apresenta aplicação da teoria do espaço. Ensina o homem sobre o curso do Sol, da Lua e das Estrelas

Nesta o Aprendiz Maçom continua com a régua de vinte e quatro polegadas e substitui o compasso pela alavanca instrumento que representa simbolicamente a força da inteligência, subjugada pela vontade do homem. Seu formato sugere essa referida força; basta-lhe um ponto de apoio para erguer um peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço.

Arquimedes dizia: “Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo”, manifestação filosófica no sentido de valorizar o “ponto de apoio”.

Em nossa vida quando no deparamos com algum obstáculo a ser removido e que expressa um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse “ponto de apoio”. Às vezes, a solução está perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada para o grande obstáculo.

A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido. Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la. O “ponto de apoio” é quem suporta todo o peso do obstáculo e, assim, revela-se à parte mais importante. Numa fraternidade, cada irmão constitui um “ponto de apoio”, que unidos representa a alavanca, devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

Em sua instrução o Venerável Mestre informa que esta terceira viagem simboliza o terceiro ano, no qual, se confia o Aprendiz Maçom a direção, o transporte e a colocação de materiais trabalhados, o que alcança com a régua de vinte e quatro polegadas e o compasso.

4ª VIAGEM – É essencialmente filosófica está simbolicamente dedicada à memória dos grandes filósofos: Sólon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras.

Nessa viagem o Aprendiz Maçom receberá do Mestre de Cerimônias o esquadro que será substituído pela alavanca. O esquadro serve para esquadrejar e poderá com ele transformar a P∴ B∴ em P∴ A∴ e devidamente desbastada, visando – num trabalho – poli-la e burilá-la para ser transformada em pedra de adorno na construção.

O esquadro que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida “dentro do esquadro” tudo está na dependência da retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade.

Seguindo-se as hastes do esquadro, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta, encontraremos o caminho da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material.

A instrução do Venerável Mestre diz que a quarta viagem simboliza o quarto ano de um Aprendiz Maçom no qual ele deve ocupar-se principalmente na elevação do edifício na direção do seu todo, verificando a colocação de materiais reunidos para terminar a obra maçônica. Ela ensina que só a aptidão o zelo e a inteligência que tendes mostrado em vossos trabalhos, podem elevar-vos acima dos irmãos menos instruídos e zelosos do que vós.

5ª VIAGEM – É dedicada à glorificação do trabalho. Significa que, tendo, o candidato terminado as suas aprendizagens materiais, representadas pelas quatro viagens, em que conduziu instrumento de trabalho, esperando alguma coisa além do que pode ser percebido no plano físico do Aprendiz Maçom, ou seja, está pronto para a transição do plano físico ao espiritual ou cósmico.

Ao termino da quinta e última viagem, o Venerável Mestre transmite o seu significado, pronunciando: a viagem mostra o Aprendiz Maçom suficientemente instruído nas práticas manuais precisadas, durante o quinto e último ano, aplicar-se ao estudo teórico.

Não contenta permanecer no caminho da virtude, eleva-se a espiritualidade a procura da perfeição. Para isso, são necessários muitos esforços e dedicação. Segui, pois, o objetivo traçado e tornai-vos digno de conhecer os altos trabalhos maçônicos.

CONCLUSÃO
O trabalho molda-se a trazer aos valorosos irmãos uma sinopse das informações pujantes do grau apontado pelo “título”. Além disso, venho conclamar a construir uma real investigação da evolução do conteúdo e de sua aplicabilidade.

As viagens relatadas norteiam o aprendizado próprio do (trabalho), apontando um abarcamento de intelectualidade, ao interagir com a utilização correta dos instrumentos, reafirma um aproveitamento autêntico da simbologia maçônica do grau.

Finalizando aspiramos um aprendizado coerente com o material em exposição – os convocando para uma leitura de dedicação exclusiva, de aplicação e crescimento cultural

BIBLIOGRAFIA

  • GRANDE ORIENTE DE SANTA CATARINA. Ritual de Companheiro
    Maçom – Rito Escocês Antigo e Aceito. GOSC, Florianópolis. 2001;
  • CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do segundo grau: Companheiro;
  • Ed. São Paulo: Madras, 2009;
  • SANTOS, Sebastião Dodel dos – Dicionário Ilustrado de Maçonaria;
  • SPOLADORE, Hercule; PASCHOAL, Fernando Salles e CARVALHO
    Assis – Instruções para Loja de Companheiro – Caderno de Bolso “A
    Trolha”. 1ª Edição 1994. Londrina PR. pgs. 137;
  • BRIDA, Iran Fontanella de -, (Trabalho) obreiro da ARLS Fraternidade
    Serrana Nº 57 – COMAB / GOSC – São Joaquim, SC – 09/05/2010;
    •Apontamentos outros do Autor.
  • PAST SUMO SACERDOTE & PAST ILUSTRE MESTRE DO CONSELHO
    [RT. YORK AMERICANO].
  • AMML – ACADEMIA MINEIRA MAÇÔNICA DE LETRAS – BH / MG.
  • SEAR – SECRETÁRIO DE ASSUNTOS RITUALÍSTICOS DA GLMMG

Autor: Ir.:José Amâncio de Lima
Ex-Ven.: Mestr.: da ARLS Estrela de Davi II Nº 242
Or.: de Belo Horizonte • GLMMG – CMSB – MG

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