NO MEIO DO CAMINHO No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade – 1930 Explode teu átomo no início do mundo observo-te em teu íntimo aplaudo-te à expansão dos tempos e aguardo-te, em fragmentos. Como gostaria de juntá-los feito quebra-cabeça e guardá-los no silêncio profundo. Hoje envelheço desbastando pedras cada partícula do meio a luz e a escuridão cada palavra que invento a astronomia e a solidão cada meio do caminho, o operário e o malhete na mão cada eterno obstáculo dentro de mim haverá solução. Percebo que o tempo já não mais existe tampouco o contraste entre os seus elementos. O céu e a terra a antiguidade e o seu futuro a guerra e a paz a Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade a fuga de todos os caminhos o apocalipse do absurdo e a humanidade. O que o homem não sabe é aguardar o momento do fim da tempestade, a física da humildade e a lógica inefável da liberdade. …desde longas remotas eras construindo templos e glórias fileiras de homens e pedras atravessam calmamente pela nossas histórias Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ