Big Bang ou Grande Expansão é a teoria cosmológica dominante sobre o desenvolvimento inicial do universo. Os cosmólogos usam o termo “Big Bang” para se referir à ideia de que o universo estava originalmente muito quente e denso em algum tempo finito no passado. Desde então tem se resfriado pela expansão ao estado diluído atual e continua em expansão atualmente. A teoria é sustentada por explicações mais completas e precisas a partir de evidências científicas disponíveis e da observação. De acordo com as melhores medições disponíveis em 2010, as condições iniciais ocorreram há aproximadamente 13,3 ou 13,9 bilhões de anos.

A Luz foi a inicio de tudo

Independentemente de qualquer versão sobre a criação e/ou surgimento das coisas, da vida, ela é mencionada. Para os cientistas o Big Bang, considerado a grande explosão luminosa, marca o início da história do universo e por consequência dos planetas e seres. Para os religiosos a luz foi uma das primeiras criações divina e dela a divisão entre o bem (luz) e o mal (trevas).

Continuando o viés religioso recordo-me de uma citação do Padre Antônio Vieira, que dizia: “Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros”. Na Bíblia, como em qualquer outro livro religioso, a presença da palavra luz é uma constante, sendo que na maioria das vezes de forma simbólica e merecedora de reflexões metafóricas.

Na filosofia, desde Platão na famosa Alegoria da Caverna, a luz deveria ser uma busca incessante dos seres humanos, pois ela é metaforicamente comparada com a sabedoria, com o conhecimento. Quem encontra a luz, encontra o saber. Da mesma forma, segundo o mito, quem encontra a luz (conhecimento) também corre o risco de ser morto pelos que vivem nas trevas (ignorantes). Como disse Antônio Costa: “Só quem está acostumado na escuridão, indigna-se com quem lhe acende uma luz”. Um paradoxo estranho, mas real.

O século XVIII é considerado o Século das Luzes, pois neste momento histórico uma gama de teorias conhecidas como Iluministas revolucionou o mundo, modificando estruturas sociais, possibilitando mudanças na forma de pensar e agir. As luzes, que simbolizavam o conhecimento, deveriam iluminar os novos rumos das sociedades. Dentre os filósofos iluministas, Voltaire, ousou dizer já naquele século uma grande verdade, que pode ser questionada por muitos, mas que não deixa de ser repleta de luz: “É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem”.

Nem a biologia escapa da luz, primeiro porque não há vida sem luz, as plantas precisam dela para realizar a fotossíntese e por consequência tornarem-se alimentos para os demais seres, movendo assim, a cadeia alimentar. E segundo, porque um dos atos mais belos da humanidade, o parto, é comparado ao ato de dar à luz.

O ser humano necessita desejar a luz, sair das trevas. Buscar a luz deveria ser uma constante, um ato contínuo, prazeroso e essencial. Encontrá-la é o ápice da própria essência do ser. Se, somos de fato animais racionais, a racionalidade só acontece quando iluminada. Ao contrário, uma racionalidade apagada, provocará atos danosos ao próprio ser e a todos que estão ao seu redor.

A luz ilumina nossas escolhas; permite visualizarmos o nosso ambiente com mais clareza; induz à bondade, à tolerância, ao desejo do bem para si e para os outros. O ser que busca a luz acredita na vida e em si próprio. Martin Luther King disse, fazendo uma analogia muito pertinente e iluminada: “A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso”.

Termino esta reflexão com um pensamento de Carl Gustav Jung: “Até onde conseguimos discernir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência”. Por isso, quando alguém ou a nossa própria consciência perguntar o que queremos, não hesitemos em responder: queremos a luz.