Permitam-me compartilhar com vocês alguns pontos que diferem Rito de Ritual, para auxiliar na melhor com-preensão do vocábulo “Ritual de Emulação” que o que realmente trabalhamos em nossa Loja, ao contrário do que dizem alguns “Rito de York” ou “Rito de Emulação”. Muitos Irmãos confundem ou pensam que o Ritual Emulação é um Rito. E que esse rito é o Rito de York. Acon-tece que não é. Eis que, na verdade, não se trata de um Rito, mas sim de um Ritual pelo qual é demonstrado e expressado por meio de dramatizações ritualísticas. Na Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE) o vocábulo “Rito” não existe. Ou seja, é inominado. Os ingleses não consideram um rito, eles consideram rituais (Emulation, Bristol, Stability, Taylor’s, Logic, West End, etc…). Todos os diversos Rituais Ingleses pouco diferem-se uns dos outros, uma palavrinha aqui, outra palavrinha lá. Mas a Loja usada por todos são iguais, isto não há diferença. É plenamente entendível, pois, o que eles praticam é a Maçonaria, na sua mais pura origem, pois, como é cediço, o Ritual Emulação serviu de base para praticamente todos os demais Ritos existentes no mundo (Foi a base prin-cipal do Rito Brasileiro). Para se ter uma idéia, a União das duas Grandes Lojas Inglesas deu-se em 1813, mas antes disso, em 1797 já era fundado o Rito de York (Thomas Webb), e antes disso por volta de 1717 já haviam reuniões nos Trabalhos de Emulação, ou seja, a forma pura de Maçonaria. Este Ritual era praticado pelas Lojas sob a Égide da Grande Loja de Londres, chamada perojativamente de “Loja dos Modernos”. No entanto, era a mais antiga que a “Loja dos Antigos”. Só por curiosidade, os mais antigos Rituais originais do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), amplamente di-fundido no Brasil, são de 1804, de origem francesa, e não têm nada a ver com o que se pratica no Brasil e em ou-tras partes do mundo. O que é Rito? O vocábulo “Rito”, como um substantivo masculino, é derivado do latim – ritus. Designa o Cerimonial próprio de um culto, determinado pela autoridade competente; seu significado clássico é: “Uma prática, um costume a-provado; ou conjunto de normas e práticas que se faz com regularidade” (Ir. Sérgio Cavalcante – Rito York). Rito vem a ser uma coletânea de rituais, onde o verdadeiro Rito de York é constituído por quatro corpos devida-mente distintos uns dos outros, mas de forma hierárquica, a saber: Graus Simbólicos, Graus Capitulares, Graus Crípticos e Ordens de Cavalaria. Da mesma forma o Rito Escocês Antigo e Aceito, onde se tem os graus simbólicos e mais 30 graus acima, numa hierarquia própria do Rito. No Ritual Emulação isso não existe. Ou seja, há apenas os rituais dos graus simbólicos, e as Ordens Superiores são ordens totalmente independentes, e não há obrigação de iniciar esta evolução. Depois do grau de Mestre o Irmão escolhe como vai se aperfeiçoar. São 17 “corpos”, por assim dizer, e no Brasil ainda temos somente 5. Mas não há hierarquia. Existem duas escadas e o Irmão escolhe por qual vai começar subir. Ou faz primeiro o “Arco Real” ou o “Mestre da Marca”. Tanto são independentes de Rito que são abertas a qualquer outro Irmão de um Rito qualquer, desde que já tenha sido Elevado (Exaltado) a Mestre. Então, apesar de erroneamente chamarem nossos trabalhos de “Rito de York” hoje sabemos que não é, mas sim Ritual Emulação. O verdadeiro Rito de York está sedimentado no norte e nordeste do Brasil, e os Irmãos de lá não gostam nada desta confusão, pois eles praticam o verdadeiro Rito de York, de origem norte-americana, fun-dado pelo Irmão Thomas Smith Webb, em 1797. O que é um Ritual? Ritual, como um adjetivo, derivado do latim (ritualis), designa o que é relativo a Ritos. Como substantivo mas-culino, designa o livro que contém a ordem e a forma de uma determinada Cerimônia, e das dramatizações e re-presentações ritualísticas, ou seja, é um conjunto de regras e/ou normas estabelecidas para a liturgia das cerimô-nias maçônicas. Sempre existiram os rituais, inicialmente através das tradições e de forma oral, posteriormente, com o passar dos anos por escrito, mas isto não tirou a tradição inglesa de nas reuniões da Loja praticar o Ritual de forma decorada. Pode-se concluir claramente, sem qualquer dúvida, que ritual é totalmente diferente de Rito. O que é Rito de York? Para se entender a definição de que é “Rito York” e a sua origem, é necessário voltarmos um pouco no passado. O Rito York é baseado nos antigos rituais remanescentes da Antiga Maçonaria que era praticada no começo do século XVIII (Loja dos Antigos). Referidos Rituais eram praticados pelos Maçons da “Grande Loja dos Antigos”, fundada no ano de 1751 por Maçons irlandeses, que haviam sido impedidos de entrar na Grande Loja de Londres (Loja dos Modernos – Emu-lation Working), fundada no ano de 1717. Thomas Smith Webb, é considerado como se fosse o organizador e fundador do Rito York, ou seja, o “pai” do Rito . Ele nasceu em 30 de outubro de 1771, em Boston. Foi iniciado na Loja do Sol Nascente, em Keene, New Hampshire, aos 19 anos. No ano de 1797, ele pesquisou, catalogou, organizou e codificou todos os rituais antigos e fez um conjunto de 13(treze) rituais, de forma con-densada, em um monitor e denominou-os de “Rito York” , em homenagem a cidade de York , pois em suas pes-quisas foi tida como berço da Maçonaria no mundo, ou seja, a cidade onde se tem os registros mais antigos de reuniões maçônicas. Ritual Emulação O Ritual Emulação foi aprovado oficialmente pela Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE) em 1813, e foi cria-do um Comitê curador do Ritual, chamado de Emulation Lodge of Improvement for Master Masons (Loja Emu-lação para Aperfeiçoamento de Mestres Maçons). Este Comitê é o responsável pela edição e publicação do Ritu-al de Emulação, com plena autorização da UGLE, respeitando os princípios gerais impostos pela mesma. Por isso o Ritual de Emulação é como se fosse um monitor que contém o conjunto de práticas consagradas pelo uso e costume, e que assim se devem de forma invariável em momentos determinados. Ou seja, é o cerimonial propriamente dito. Na Inglaterra, compete às Lojas a regulamentação das formas de ritual, reservando-se, a UGLE, o direito de in-tervir em qualquer Loja Inglesa que adote formas ou modificações estranhas a prática do ritual conforme ensina-do desde 1813, ou algo que venha a se opor aos princípios gerais estabelecidos. Pois, segundo o Art. 155 do Li-vro das Constituição da Grande Loja Unida da Inglaterra, esta liberdade é concedida, mas também limitada. Em tradução livre: “155. Os membros presentes de qualquer Loja, devidamente reunida, têm o direito inalienável para regular os seus próprios procedimentos, desde que eles estejam de acordo com as leis gerais e regulamentos do Ofício (ou da Ordem); contudo, um protesto (reclamação, denúncia) contra qualquer resolução ou procedi-mento que seja contrário às leis e aos costumes do Ofício e com a finalidade de reclamar ou atrair uma autorida-de maçônica maior, pode ser feito, e tal protesto será anotado no Livro de Atas, se o Irmão que faz o protesto as-sim solicitar. Assim, existem na Inglaterra, diversas formas de rituais, conforme já foi citado, pois a Grande Loja não legisla sobre a forma de ritual adotado por suas Lojas, mas sim sobre os princípios gerais da Ordem, e nenhum ritual pode ser contrário a isso. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ