A simbologia da espada flamejante é bastante expressiva, mas, para a completa elucidação dela, necessitamos saber o real significado de alguns termos usados estoicamente. Assim, o “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” nos ensina: • Espada: “arma branca de lâmina comprida, geralmente pontiaguda, dotada de um ou mais gumes e de um pequeno cabo pelo qual é empunhada”. • Flamejante: “que flameja; que lança flamas”. • Flama: “chama; labareda”. • Flamígero: “que tem ou provoca flamas, chamas”. Desse modo, espada flamejante, ou flamígera, é aquela que lança chamas, figuradamente. A espada flamejante é idêntica à espada comum em tamanho, estrutura e características. Contudo, sua lâmina é diferente, ondulada, serpentiforme, assemelhando-se às labaredas de fogo. Sua origem está nas Escrituras Sagradas, quando o anjo que expulsou Adão e Eva do paraíso e guardou as portas com uma espada de fogo, ou flamígera (Gênese, 3-24). Os historiadores, além da Bíblia, não têm outras fontes de informação que esclareçam a origem dessa arma tão peculiar e inusitada. Por outro lado, “maçom” significa, etimologicamente, “pedreiro”, “profissional que tem como ferramentas esquadro, compasso, régua, maço, cinzel, nível prumo e alavanca”. A presença de uma espada entre os pedreiros, então, seria destoante. Tem-se como certo que a espada está presente nos ritos de origem francesa: R∴E∴A∴A∴, Moderno e Adonhiramita. A explicação é que a Maçonaria, quando surgiu na França, foi pela mão de escoceses exilados no país, os stuartistas. A loja, então, era composta de membros escoceses, nobres franceses e militares franceses, os quais usavam espadas, e a introdução delas no rito ocorreu com muita facilidade. Como a espada flamejante é usada em sagração, teria que ser diferente, sagrada, imaculada, e o fogo simboliza a purificação. Ela só pode ser empunhada pelo venerável mestre ou pelo mestre instalado, mesmo sendo esse um título honorífico, ou seja, de um ex-venerável. O venerável mestre representa a retidão na Maçonaria, e o uso da espada flamejante por ele denota seu caráter de autoridade máxima. Com ela o venerável mestre tem o poder de iniciar novos aprendizes, de elevar novos companheiros e de exaltar novos mestres na loja simbólica. Isso é feito dando-se os toques definidos conforme o ritual para cada grau com o malhete em sua lâmina e a direcionando para a cabeça do recipiendário. Ela não deve ser encostada na cabeça do candidato durante a sagração, devendo ficar somente próximo, pois é flamejante do ponto de vista simbólico. Normalmente, na sagração, a espada flamejante é oferecida sobre uma almofada ao Venerável Mestre pelo irmão denominado Porta-Espada, na verdade, um Mestre Instalado. O Venerável Mestre pega a espada com a mão esquerda e, com a direita, dá os toques específicos na lâmina da espada flamejante. Essa fica desembainhada sobre a almofada, no lado sul do altar, visto que o fogo não pode ser acondicionado. Na realidade, ela fica no lado direito do altar, no lado direito de quem vai do Ocidente para o Oriente, e sua ponta pode se situar em qualquer direção, não havendo um simbolismo na posição. Na verdade, a espada flamejante nunca teve a pretensão de ser uma arma fulminante. Usada somente para a sagração de um candidato, nada tem a ver com o que é sagrado, santo ou religioso. A sagração é o mesmo que “consagração”, conferindo dignidade a alguém ou a alguma coisa, e a espada flamejante domina esse mister com galhardia e discernimento. BIBLIOGRAFIA: • HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. • QUEIROZ, Álvaro de. A maçonaria simbólica: rito escocês, antigo e aceito. São Paulo: Madras, 2010. • ANTÔNIO, Nami. 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