Mnemônica é a arte de desenvolver e fortalecer a memória mediante processos artificiais auxiliares. O processo pelo qual desenvolvemos ou utilizamos essa arte é denominado Mnemotécnica, que consiste no uso de auxiliares ocultos, imagens, fichas, palavras-chaves, etc.
Examinemos cada um desses métodos:

1. Auxiliares ocultos: há duas modalidades deles:
a) ponto: é uma pessoa contratada para acompanhar o texto do orador e que, nos teatros, permanece fora das vistas do público e “sopra” à ele as palavras ou frases esquecidas.
b) ponto eletrônico: geralmente utilizado nos estúdios de televisão, é um processo mais complexo e envolve a presença de um auxiliar externo que se comunica com o apresentador por meio de um sistema de som; o apresentador recebe as “dicas” ou “lembretes” por intermédio de um pequeno fone de ouvido.

2. Imagens: Aqui trata-se de retroprojetores e data-shows.
Muitos palestrantes se utilizam largamente das imagens projetadas na tela não somente para ilustrar o que dizem mas, principalmente, para que elas possam servir de roteiro ao que vai ser dito; alguns, novatos, inseguros ou pouco preparados, chegam ao extremo de projetar inteiramente o texto que, então, é apenas lido. Não os critico: cada um faz o que pode!

3. Fichas sinópticas: Consiste em anotar, resumidamente, em uma pequena ficha, o que vai ser exposto durante uma palestra, ou os principais pontos a serem abordados em um discurso. A ficha pode permanecer sobre a mesa ou tribuna do orador, como vemos na televisão durante os pronunciamentos do Presidente da República e outras autoridades políticas. Não havendo a mesa ou o suporte, o orador poderá mantê-la em suas próprias mãos e, dependendo do volume de informações a ser anotado, se utilizar de um número maior delas.
Uma variante da ficha sinóptica, maior, é o roteiro, ideal para uso de palestrantes e expositores; nele, serão anotados, passo a passo, todos os ítens a serem desenvolvidos.
Com o auxílio de um roteiro bem planejado, qualquer palestra torna-se muito mais didática, eficiente e precisa. Cópias do roteiro podem, inclusive, serem distribuídas previamente ao público, que assim conseguirá acompanhar melhor o que expõe o orador.
Veja agora, como exemplo, um modelo de roteiro para uma palestra a respeito da história da maçonaria

TEMA DA PALESTRA: 
HISTÓRIA DA MAÇONARIA.

Histórico: Origens. Divergência dos estudiosos em relação às datas. Pesquisas em museus. Pergaminhos e documentos. Pesquisa arqueológica. Conclusões.
Influências na Maçonaria das Escolas de Mistérios da Antiguidade: Egito, Grécia, Israel, Caldéia, Essênios, Cristãos, Gnósticos, Cabalistas, Alquimistas, Hermetistas.
Relações da Maçonaria com os Templários: o Templo do rei Salomão. Hugo de Payens e Godefroid de Saint-Omer. São Bernardo de Claraval. Regras templárias.
Expansão e apogeu da Ordem. O papa Clemente V e Felipe, o belo. Extinção da Ordem. Suplício de Jacques de Molay.
As Guidas na Idade Média. Os canteiros de construção.
As primeiras referências às Lojas e aos Maçons.
Fundação oficial da Primeira Grande Loja da Inglaterra. Os primeiros Grãos-Mestres.
A difusão da Maçonaria na França. A proliferação de Ritos e Graus.
A Maçonaria no Novo Mundo. Os libertadores das Américas.
A pujança da Maçonaria nos Estados Unidos da América do Norte.
Os primórdios da Maçonaria no Brasil. José Bonifácio, D. Pedro I, Gonçalves Lêdo.
Fundação do Grande Oriente do Brasil. A luta pela Independência. O Fechamento das Lojas Maçônicas no Brasil e em Portugal.
A abolição da escravatura. O Papel das Lojas Maçônicas. A Compra de Cartas de Alforria. 
O Maçom Rui Barbosa.
A Proclamação da República. O Grão-Mestre Deodoro da Fonseca.
Presidentes do Brasil que foram Maçons.
A Maçonaria no século XX. Atuação Política e Social.
Relações Atuais da Maçonaria com os Poderes Constituidos e com a Igreja.

4. Palavras-chaves: Este método consiste em sintetizar vários ítens a serem apresentados em uma única palavra chave. Exemplo:
Um político que deseja apresentar seu programa de governo e discorrer a respeito de Política, Ética, Segurança, Saúde e Transportes, poderá memorizar a palavra-chave PESST, que o auxiliará a lembrar o sequenciamento de seu discurso; outro poderá relacionar cada uma dessas letras com os respectivos dedos de sua mão, e assim por diante… Com um pouco de criatividade pode-se desenvolver e ampliar enormemente esse sistema.
5. Técnicas mistas: Uma delas, muito utilizada, consiste no emprego de fichas sinópticas e palavras-chaves. Exemplo:
Certa vez fui convidado para discorrer, em uma loja maçônica, a respeito dos Landmarks de Mackey. São vinte e cinco ítens a serem comentados e decora-los é extremamente difícil; escolhi, então, em cada um deles, uma palavra-chave que anotei em uma pequena ficha. Vamos acompanhar o processo passo a passo:

Os 25 Landmarks de Mackey:
1. Os processos de reconhecimento (sinais, toques e palavras) não podem sofrer modificações. Palavra-chave: stp (sinais, toques e palavras).
2. A maçonaria possui três graus simbólicos (Aprendiz, Companheiro e Mestre). Palavra-chave: 3 g.
3. A lenda do Terceiro Grau, apresentada ao Companheiro no dia de sua exaltação, deve estar presente em todos os Ritos. Palavra-chave: lenda.
4. O governo da Instituição deve ser exercido por um Grão-Mestre. Palavra-chave: GM.
5. O Grão-Mestre tem o direito e a prerrogativa de presidir todas as reuniões emque estiver presente, em qualquer Loja de sua jurisdição. Palavra-chave: presidir.
6. Somente o Grão-Mestre tem a prerrogativa de conferir Graus sem obedecer a interstícios.Palavra-chave: conferir.
7. Somente o Grão-Mestre tem a prerrogativa de autorizar a fundação e o funcionamento de uma Loja. Palavra-chave: autorizar.
8. Somente o Grão-Mestre tem a prerrogativa de iniciar, elevar e exaltar à primeira vista. Palavra-chave: iniciar.

E assim por diante…
Percebam que, na ficha, esses oito conceitos, resumidos em palavra-chaves, ficam assim:
Stp-3g-lenda-GM-presidir-conferir-autorizar-iniciar

Fácil, não?

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