INTRODUÇÃO
Simbolicamente, a Luz representa o conhecimento; a revelação dos mistérios das Leis Divinas; a sabedoria permanente; a libertação das amarras da ignorância pela compreensão de quem somos, de onde viemos e para vamos.
Na cerimônia de Iniciação, pede-se a Luz para o neófito e a Luz lhe é dada. A partir de então, o neófito passa à condição de Iniciado e cabe-lhe envidar todos os esforços para melhorar. A jornada começa como desbaste das arestas morais, num esforço para vencer suas paixões inferiores, lapidando-se, paciente e diuturnamente, como concurso da vontade firme e da inteligência, representados pelo cinzel e pelo maço. Nesse esforço, cumpre-lhe trabalhar, sem descanso, para livrar-se das suas imperfeições. É uma tarefa individual, porém, não prescinde da colaboração dos IIr∴ que o ajudam com lições e conselhos e orientações lastreados em suas experiências e vivências maçônicas. Essa ajuda faz parte do processo de aprendizagem, concretizando um dos nossos mais sublimes preceitos: a Fraternidade.

DESENVOLVIMENTO
Tudo que devemos aprender, e fazer, encontra-se no Ritual de Aprendiz, dizem-nos os Mestres mais experientes. É verdade. Está tudo no Ritual e basta uma reflexão profunda como sincero interesse em adquirir uma instrução. Tomemos um exemplo:
O Vem∴ Me∴ pergunta ao Ir∴ 1º Vig∴, na abertura ritualística:
“ — Para que nos reunimos aqui, Ir∴ 1ºVig∴?
— Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Verdade e a Justiça; para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantando templos à Virtude e cavando masmorras ao vício”.
Convido os IIr∴ a refletirmos sobre cada frase:
Combater o despotismo
Pela definição do Dicionário Houaiss, despotismo é o “poder isolado, arbitrário e absoluto de um déspota”. O déspota ainda na definição do Houaiss significa “que ou quem age tiranicamente embora não detenha o poder absoluto”. O despotismo deve ser combatido onde quer que este se encontre: dentro ou fora do Templo.

A ignorância
É a causa de vários males que afligem a Humanidade. Ignorância é viver imerso em sombras, desconhecendo as Leis Morais que governam a todos, favorecendo a harmonia geral. O estudo sério e metódico é uma das formas mais eficazes de combatê-la. Erra, demasiadamente, o Maçom que não é dado ao estudo, à pesquisa e à busca da Verdade. A Maçonaria não revele seus segredos àqueles que cultivam, com zelo, a preguiça mental e abdicam do sagrado direito de pensar por si próprios.

Os preconceitos e os erros
Imaginemos os preconceitos e os erros como filhos diletos de Ignorância, donde retiram o seu alimento e o sustento para crescerem fortes. Desde que se combata a Ignorância, exterminando-a, condenam-se os preconceitos e os erros a morrerem de inanição.

Glorificar a Verdade e a Justiça
Ao compreender a Verdade e a Justiça como atributos Divinos, torna-se dever do Maçom glorificá-las, nunca esquecendo da aplicá-las no convício com os seus semelhantes. Quem combate a ignorância com as luzes da Sabedoria conhece a Verdade; quem conhece a Verdade é Justo. Tal é a perfeição do ensinamento.

Promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade
Todo conhecimento adquirido só tem sentido, se compartilhado. Age maçonicamente quem é consciente de seu papel como cidadão brasileiro e como cidadão do mundo, fazendo todo esforço para melhorar a existência, contribuindo para a Obra da Luz.

Levantando templos à Virtude
É trabalho de construção. Nós, Maçons, somos construtores sociais e a nossa obra maior consiste na edificação das virtudes em nós mesmos.

Cavando masmorras ao vício
Ao mesmo tempo que erguemos nosso Templo Interior, para a glória do G∴A∴D∴U∴, suplantamos os vícios de que somos portadores, dominando-os e torturando-os até a extinção.

CONCLUSÃO
Eis o porquê de nos reunirmos em Loja aberta.
Quem agir com despotismo querendo impor a sua vontade, cerceando a liberdade e a iniciativas benéficas dos IIr∴…
Quem desejar manter-se e manter os IIr∴ na ignorância, descuidando ou desmerecendo as iniciativas que promovam o estudo e a prática da Sagrada Maçonaria…
Quem, por medo do novo, rechaçar as ações inovadoras e as ideias progressistas apenas para manter uma tradição obsoleta ou o status quo…
Quem esquecer que a Verdade e a Justiça são atributos do G∴A∴D∴U∴ e delas fizer pouco caso, disseminando a mentira e promovendo injustiças…
Quem não se comprometer com o bem-estar de seus IIr∴, da sua família, da sua cidade, do seu país e do mundo…
Quem persistir nos vícios e desregramentos morais e tornar-se um estorvo no caminho dos IIr∴ que buscam melhorar-se, envolvendo-os em intrigas, calúnias e difamações, atacando-os em suas ausência e maquinando para vê-lo cair…
Quem assim proceder, a despeito de ser Iniciado, não é o Maçom. É um simulacro de homem; é um espectro danado que nos espreita.
É mais um inimigo da Luz.

BIBLIOGRAFIA:

– Comentários ao ritual de aprendiz – 2006
3ª Edição – Vade Mecum – Iniciático Nicola Aslan
– A corrente da fraternidade – 1993 – Rizzardo da Camino
– Simbolismo do primeiro grau de aprendiz – 1005 – Rizzardo da Camino
– Dicionário Houaiss

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