A dentrar ao mundo da Maçonaria induz o profano para a mais importante reflexão que pode empreender em toda a sua vida até aquele momento. Muitos homens se julgam senhores de seu destino por serem livres, mas essa liberdade deve ser gozada com absoluta responsabilidade e a Câmara das Reflexões apresenta símbolos que, se observados, analisados e interpretados induz o indivíduo a ponderações que vão muito além do espaço em que ele se insere, levando-o a conferir profundo valor ao meio que o cerca naquele momento presente, ao seu futuro e ainda ao seu passado.

Desde o momento em que sua visão é suprimida, o iniciado cai em um estado de dúvidas, desconfiança e indagações, abstrações minimizadas pelas palavras que são ditas ao iniciado pelos irmãos que o cercam naquele momento. A esses e a todos, é preciso sempre guardar respeito e profunda gratidão.
Ao ser conduzido à Câmara das Reflexões e ter sua visão novamente entregue, surge aí uma questão fisiológica que é a dificuldade de recuperação de tal atributo, esse sentido retorna, gradativamente e, da mesma forma, um turbilhão de questionamentos surge à mente do iniciado. Ao ler e responder às perguntas entregues, surge um sentimento de convicção em suas ideias redigidas e, de forma concomitante, a concreta certeza de que suas respostas precisam de aprimoramento. Ao se deparar com a segunda folha, a que contém um testamento, o iniciado é induzido a uma reflexão do amor proferido aos entes queridos que receberão seus bens materiais em caso de insucesso nas próximas e desconhecidas horas. O amor leva o profano a se empenhar e traz luz àquele ambiente sombrio e o sentimento de coragem é aflorado pela necessidade de sobrevivência.

Terminadas as obrigações documentais, o iniciado cai em profunda reflexão quanto à masmorra em que ele está inserido e reflete, profundamente, na importância de se poder gozar da plena liberdade, sentimento que o induz a pensar na necessidade de respeito e disciplina para com todas as formas de manutenção da ordem justa.

Observar a figura de um galo presente na parede é consolador, pois traz o sentimento de alvorada, essa que chega junto das luzes do nascimento de um novo dia. A luz solar traz esperança e renovação ao íntimo do indivíduo, esse que se sente da mesma forma, renascendo nas trevas da masmorra.

Porém, esse nascimento ocorre em um momento em que o indivíduo julga possuir esclarecimento e capacidade de discernimento, essas faculdades o levam a observar os demais símbolos presentes e chama a atenção o crânio humano no lado esquerdo da mesa.

O crânio representa a fragilidade do ser humano perante a eternidade temporal e as obras do Grande Arquiteto do Universo, conferindo assim um sentimento de humildade perante sua existência e o levando a refletir sobre o quão efêmera é sua encarnação, quando comparada à obra do Ser Superior.

O amor leva o profano a se empenhar e traz luz àquele ambiente sombrio e o sentimento de coragem é aflorado pela necessidade de sobrevivência.

Grafado nas paredes existem frases que levam o profano a refletir sobre suas motivações para se submeter ao processo de iniciação. Sentimentos como curiosidade, hipocrisia, distinções, medo e desrespeito à morte devem ser profundamente repensados naquele momento, uma vez que não é permitido a um maçom carregar tais atributos em seu íntimo.

iado ao estado de pedra bruta. Por encontrar-se em tal estágio, ele é capaz de fazer reflexões ainda superficiais acerca dos símbolos presentes em tal espaço, mas deve carregar consigo, com absoluta clareza, todas essas reflexões, simplistas ou não, empreendidas na câmara e buscar avaliação e aprimoramento das mesmas.

Nesse local é feito um profundo compromisso entre iniciado e o meio que o cerca, com o amor que o motiva a estar ali, para com as pessoas às quais são nutridas esse sentimento, e para o aprimoramento individual e coletivo pautado nos princípios que norteiam a Maçonaria. O novo aprendiz deve ser profundamente grato a todos os irmãos, esses que com muita paciência e empenho colaboram com seu aprendizado maçônico. Para começar a ver as luzes da razão, partindo do estado de pedra bruta como aprendiz, é preciso perder as trevas da ignorância da vida profana. Penetra nos interiores da terra e, esquadrinhando-os, encontrarás a pedra oculta.

BIBLIOGRAFIA:

FONSECA JUNIOR, Antonio Soares da. Noções básicas do aprendizado maçônico: do primeiro grau. 1ª Ed – Londrina: Ed. Maçônica A TROLHA, 2009.