Para desenvolver o tema aqui sugerido, gostaria de lembrar a definição de determinadas palavras constantes nos seguintes dicionários:

1. Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa

Comportamento:
Maneira de se comportar, procedimento, conjunto de atitudes e reações do individuo em face do meio social.
Conduta:
Condução de pessoas, procedimento moral (Bom ou Mal) comportamento.

Compostura:
Comedimento e seriedade de maneiras.

Moral:
Parte da Filosofia que trata dos costumes ou deveres do homem; conclusão moral que se tira de um fato; conjunto das nossas faculdades morais; o que há de moralidade em qualquer coisa; relativo aos bons costumes; relativo ao domínio espiritual.

2. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia de Nicola Aslan

Moral:
Da raiz latina Mores, costumes, conduta, comportamento, modo de agir. É um sistema de costumes ordenado para um fim de conveniência humana, e o conjunto de normas que orientam o homem para a realização de seu fim. A Moral é ordenada e praticada segundo três pontos de vista: – Religioso – Social – Individual

Moral Religiosa ou Teológica:
Fundamenta-se no cumprimento da vontade de Deus, ou seja, dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação universal.

Moral Social:
Consiste na realização de tudo aquilo que redunda em benefício da coletividade e de sua harmonia.

Moral Individual:
Tem sua fonte no dever e na razão; portanto na consciência.

As três formas de Moral são compatíveis e devem caminhar de acordo; porém, seus princípios variam com os tempos, os povos e as religiões, dentro de certos limites. Não obstante, existem certos princípios de Moral Universal que constituem uma espécie de código aceito pelo consenso de toda humanidade.

Ética:
Palavra que vem do Grego Ethikós, de Éthos, costume e significa a Ciência da Moral Individual e Social. Este termo tem, sobre a palavra moral, do latim Mores, a vantagem de melhor precisar a relação entre a ação reta, o procedimento honrado, íntegro e o caráter virtuoso. A Ética é a arte de criar um caráter moral, de contrair hábitos de que resulte, naturalmente, um porte conforme as leis do dever. Esta concepção da moral, que liga a virtude com o caráter e os costumes, parece um tanto distante de certas concepções modernas, tendendo, no entanto, a predominar cada vez mais sobre todas as outras.

Compostura Maçônica:
É o decoro e a circunspecção com que se devem conduzir os Maçons em todos os atos, e muito especialmente durante os trabalhos da loja.

Comportamento Maçônico fora de Loja:
As obrigações de um Maçom, compiladas por Anderson dos antigos manuscritos, contém todas as regras para o comportamento dos Maçons fora de Loja, sob vários tópicos, ou seja, o comportamento do Maçom em qualquer lugar. Estas regras se referem à ocasião em que os Irmãos se reúnem sem a presença de estranhos, também, na presença de estranhos, em casa, etc…
Um Irmão Maçom não deve comportar-se apenas em Loja, mas também fora dela, como um Irmão perante seus Irmãos; felizes são aqueles que estão convencidos de que devem, neste particular, obedecer sempre às leis da Ordem.

Como podemos notar, existe uma correlação entre todas estas palavras, que se redunda no procedimento individual, que cada um deve ter, para ser considerada uma pessoa digna perante toda Humanidade.
Se formos Maçons, ou seja, se temos uma tríade como lema: – Liberdade – Igualdade – Fraternidade. E somos vistos por todos como exemplos de honestidade, moral, respeito, integridade, etc…, espera-se de nós atitudes compatíveis com esta condição.
Muitos falam do comportamento e conduta do Maçom, apenas durante as reuniões. Quase nada se fala do antes e depois das reuniões. Não podemos e nem devemos ser Maçons durante duas horas que giram em torno da sessão, mas sim, 24 horas por dia e sete dias por semana; isto no sentido de nosso comportamento e conduta diária.
O quanto nos preocupa a Caridade, o Amor, a Fraternidade e o respeito pelo próximo?
Quanto disto faz parte verdadeiramente de nossos corações e mentes?

De nada adianta termos ternos, Balandraus, aventais, faixas, abraços calorosos e preceitos preparatórios para as sessões, se quando a mesma termina tiramos nossos paramentos e nos esquecemos de todas as palavras, ensinamentos, instruções e orientações recebidas durante a reunião.
Não podemos sair de nossos Templos, achando que nossa missão e papel terminaram ali e, consequentemente, não aplicamos o aprendizado adquirido.
Sendo a Maçonaria extremamente prática, temos o dever e a obrigação de executá-la.
Como?
Tendo um comportamento e uma conduta compatível com nossa condição de ter sido escolhido para ser Maçom, como tal, devemos agir dentro e fora dos Templos. Não podemos nos deixar envaidecer acreditando que saber a ritualística de cor, ocupar altos graus filosóficos e estar sempre presentes nas reuniões de sua Loja, substituem o comportamento moral correto, Honestidade de propósitos, Caridade e Humildade.
Não! Em absoluto, Não!

Não há parâmetros nem os acima, que substituam um coração nobre, caridoso, honesto e sincero. Para que os preceitos de nossa Arte Real surtam efeito, é fundamental a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo.
Urge nos tornarmos Homens e Maçons melhores. Devemos nos preocupar menos com o que vestir, com os paramentos, com o caminhar dentro dos Templos; e mais com o comportamento moral.

Devemos aprender primeiro a oferecermo-nos, pois como é sabido, todo aquele que é realmente iniciado em nossos Augustos Mistérios, somos o melhor presente que podemos oferecer aos nossos Irmãos e Amigos. Mas precisamos ser dignos de sermos presenteados.
Lembremo-nos sempre, que somos os únicos responsáveis pelas atitudes que atraímos e mantemos.
Cabe, portanto, a cada um de nós, respeitarmos a Maçonaria, através de atos nobres, corretos e coerentes com seus preceitos, dentro e fora de nossos Templos; pois, se não agirmos assim, seremos os piores malfeitores de nossa própria Ordem.
Finalmente, se para cada um de nós, Maçons, existe uma esperada conduta, certamente a intolerância e a vaidade, dela não fazem parte

Bibliografia:

– Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa
– Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
– Coletânea de Trabalhos – Loja Cinquentenário Nº 192

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