Normalmente observamos irmãos tecendo comentários e até criticando lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam, inclusive, a perguntar se os irmãos componentes daquelas lojas não têm amigos. Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem. Em verdade, a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que se perpetuarão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados. Outrossim, o padrinho não deve esquecer de que seu afilhado, no futuro, pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom ou, porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível. A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria, excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz. Os meios, apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, são de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercite e os coloque em prática no mundo profano. Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica deve o maçom pregar: 1º- o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas; 2º- que através do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto; 3º- que exercitando a tolerância com paciência se evita atritos entre as pessoas; 4º- que todos são seres humanos com ideias próprias e, como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive respeitando a autoridade e a crença de cada um, não se estabelecendo para isso fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais. Daí uma grande responsabilidade do padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas. Por essa e outras razões, é que dizemos que o padrinho ou proponente deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que é o responsável direto pelo seu afilhado. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem Perante a Assembléia da loja, o padrinho garantiu, através de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro. A responsabilidade, que tem início na escolha do candidato, deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento. Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado. Já a palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja, que tem alma cândida, caracterizada pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dá dignidade para juntar-se aos membros da instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual. Ao padrinho maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do mesmo. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual é de suma importância a participação efetiva de todos os membros da família para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de Jó, movimentos caritativos etc. e etc. Logo, é necessário que o padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo, para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento junto aos colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente, seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos. Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria quando demonstre, sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade. O padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembléia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro irmão, que preserve os costumes da Ordem. Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o padrinho como exemplo, cujo padrinho também é responsável pela manutenção destes costumes. O padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um “Pai”, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado, inclusive cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias junto à Ordem. É bom lembrar, que o padrinho tem o dever de procurar seu afilhado quando este se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente, mediante documento assinado, estarem em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato. Em outras palavras, o padrinho quando apresenta à Assembléia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado. Ocorre que os membros da Assembléia simplesmente acreditam nas afirmativas do irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros. Infelizmente, acontecem casos em que o padrinho, depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: vou deixá-lo no meu lugar. Outras vezes se observa o afilhado cobrando do padrinho as responsabilidades que este não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o padrinho deve ser o espelho do seu convidado. Deve ser estabelecido como princípio maçônico, que o nome de um candidato não surja apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina”. Resumindo: é o G∴A∴D∴U∴ que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug∴ Mistérios da sublime Ordem Real. Quando um irmão recebe a incumbência determinada pelo G∴A∴D∴U∴ de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que adveem com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão. O padrinho tem o dever, inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado. Chegando ao prédio onde funciona a Loja, na sala dos PP∴PP∴ o candidato é vendado por seu padrinho para que fique privado da visão. Privado do mais precioso órgão dos sentidos, o candidato deixa de ver com os olhos materiais e passa a enxergar com os olhos do espírito, tendo início verdadeiro processo esotérico que produzirá efeitos misteriosos que irão criando, pouco a pouco, algumas imagens e alegorias na mente do iniciando dali em diante. Uma vez vendado, o candidato é entregue ao Exp.·. que colocando a mão sobre seu ombro diz: – “Sou o vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis”. (pág. 38 Ritual Aprendiz Maçom) Em verdade, conforme já dito, o padrinho deve ser o espelho do seu convidado Depois de iniciado, ao padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo. Deve o padrinho, ainda no dia da iniciação, orientar o iniciado no sentido de que não deve comentar com ninguém o que se passou, até porque ele prestou um juramento nesse sentido. Deve ainda o proponente, orientar o afilhado na parte ritualística, ensinando-o a entrar em loja quando chegar atrasado, explicando a circulação no sentido dextrocêntrico, de forma que o lado direito esteja sempre voltado para o Altar dos Juramentos. Deve orientá-lo em quais momentos se faz o sinal e deve, inclusive, treiná-lo no trolhamento e incentivá-lo à leitura de livros pertinentes ao Grau de Aprendiz Maçom. Com esses ensinamentos básicos, de certo, as qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica. Deve também o padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, sejam ritualísticos ou não. Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar. Ainda compete ao padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom. Com isso, deve o padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de idéias desagregadoras. Quando, porventura, ocorrer tais imposições capazes de desagregar provocando a desarmonia na loja, deve aflorar na mente do afilhado a figura do padrinho maçom que sempre deu bons exemplos de dedicação à Sublime Ordem. Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição. “QUE O G∴A∴D∴U∴ NOS AJUDE A CUMPRIR ESSA SUBLIME MISSÃO”. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ