No Brasil atualmente existem três Obediências tidas como reconhecidas entre si, o que poderia se argumentar como “Obediências Regulares” – Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e Grandes Orientes Independentes (COMAB). Na questão do reconhecimento internacional, diretamente relacionado à Grande Loja Unida da Inglaterra teríamos o Grande Oriente do Brasil. Em relação às outras duas Obediências, nessa questão de reconhecimento internacional, a prudência me faz não opinar, simplesmente porque sou obreiro regular do Grande Oriente do Brasil, daí tecer considerações nesse sentido sobre as outras duas coirmãs não me parece muito ético. Na história da Maçonaria regular brasileira, a partir do ano de 1800, a Obediência mãe é indubitavelmente o Grande Oriente do Brasil (à época Grande Oriente Brasílico), fundado em 17 de junho de 1822, com o objetivo máximo naquela oportunidade de promover a Independência do Brasil. No seguir dos tempos, o Grande Oriente passou por várias dissidências por motivos que aqui não cabem comentar devido a sua complexidade, porém, destas, duas viriam ser as mais importantes: uma ocorrida em 1927 e outra em 1973. Em relação às outras, estas acabariam se acomodando e novamente sendo absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil. Aquela referente ao ano de 1927, com a retirada do Irmão Mário Marinho Behring, deu origem às Grandes Lojas Estaduais. Naquela oportunidade, Behring buscou reconhecimento das Grandes Lojas Norte-americanas e esse sistema obediencial funciona até os dias atuais com uma distribuição estadual de Grandes Lojas regidas por um colegiado de Grão-Mestres estaduais – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB). Quanto à dissidência de 1973, no seio do Grande Oriente do Brasil, esta deu origem aos Grandes Orientes independentes estaduais que aos moldes das Grandes Lojas estaduais também é regido por um colegiado de Grão-Mestres denominado Confederação Maçônica do Brasil – COMAB. Na questão de reconhecimento, esses Grandes Orientes – não tenho certeza se todos – estão ligados à CMI. Já o Grande Oriente do Brasil possui um sistema de federação de Lojas ligadas a um Grande Oriente estadual, que por sua vez é jurisdicionado a um Poder Central, daí a característica do GOB é que nele existe, além dos Grão- Mestres Estaduais, a figura do Grão-Mestre Geral. Na questão de reconhecimento, o GOB o tem pela Grande Loja Unida da Inglaterra e por quase todas as Grandes Lojas Norte Americanas. Em relação à convivência doméstica das três Obediências brasileiras, em linhas gerais há um relacionamento cordial e amistoso, inclusive com muitos tratados estaduais de mútuo reconhecimento. É bastante comum a intervisitação e a participação nos trabalhos das Lojas entre os obreiros desta ou daquela Obediência, todavia sem a interferência nos procedimentos legais de cada Grande Oriente ou Grande Loja. Nesse sentido, muitos Irmãos sonham na existência de uma só Obediência no Brasil, o que não deixa de ser interessante a proposta, entretanto penso que isso, embora salutar, é utópico. Nesse caso, cada uma dessas Obediências já possui a sua própria história que, diga-se de passagem, é bastante sedimentada. Além desse fato, existe o “nome”, o “patrimônio” e a característica administrativa. Assim, para uma união sacramentada, vejo que no tocante a essas questões as coisas se tornam praticamente impossíveis Penso, sim, que o ideal seria que tivéssemos uma só Palavra Semestral e que os diversos ritos praticados fossem exatamente iguais em todos os rincões do nosso querido Brasil. Essa proposta, sem dúvida, também é bastante difícil, porém não impossível, a despeito de que em termos de resultado seria imensamente mais proveitoso. Ainda na questão de reconhecimento, as três Obediências brasileiras têm sempre a característica do Franco Maçônico Básico Universal, ou os três graus simbólicos, muito embora apareça a figura do Mestre Instalado que, diga-se de passagem, não é grau, todavia uma distinção. Assim também não pode haver interferência dos Supremos Conselhos de ritos inerentes aos que porventura os possuam. Ainda na questão de regularidade essas três Obediências são essencialmente masculinas atendendo particularmente a tradição, usos e costumes e o reconhecimento internacional. Nessa questão da Maçonaria Mista ou Feminina, estas possuem o seu próprio espaço, todavia não podem interagir nem estarem ligadas com Lojas do Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas e Grandes Orientes Independentes. Quanto à Maçonaria espúria, essas estão se disseminando progressivamente através da Internet. Não cabe aqui comentário, pois o próprio título já a conduz para a irregularidade. Assim, se apenas três aqui no Brasil se reconhecem, o resto… De qualquer maneira, vou remeter em anexo um rol (de autoria do Irmão Hideraldo A. Teodoro) de algumas tantas que se intitulam como Maçonaria, mas não são reconhecidas. Evidentemente, essa relação tende a aumentar cada vez mais, contudo cabe às Lojas Regulares esclarecer essas aparições anômalas aos seus Obreiros. Finalizando e a título de esclarecimento, qualquer Obreiro oriundo do Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e Grandes Orientes Estaduais Independentes (COMAB), pode ser regularizado em qualquer uma dessas Obediências, obedecendo primeiro aos preceitos administrativos e legais inerentes à Obediência receptora. Até aonde eu sei, é vedada, sim, a filiação de um obreiro que possa vir pertencer a duas Obediências.T∴F∴A∴ Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ