Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, foi iniciado em 26 de janeiro de 1887 com a idade de 27 anos, foi elevado em 23 de fevereiro de 1887 e exaltado em 23 de março do mesmo ano na Loja Phoenix No 257, South Sea, Hampshire. Ficou ‘adormecido’ entre os anos de 1889 e 1902 mas finalmente desligou-se em 1911, sem ter feito mais progressos na Irmandade. Os registros da Loja Unida da Inglaterra, não contém indicação de que ele tenha se afiliado a qualquer outra loja.

A edição de outubro de 1901 do Masonic Illustrated, pág 29, indica que Conan Doyle freqüentou a Loja em Bloemfontein, África do Sul, juntamente com o escritor Rudyard Kipling durante a guerra Boer. No seu retorno para casa no mesmo ano, ele foi feito membro honorário da Loja de Edimburgo (Mary´s Chapel) No 1. Essa associação foi conferida a ele, quando aceitou discursar em um jantar. Neste discurso ele confirmou muitos testemunhos recebidos a favor da maçonaria no campo de batalha. Prisioneiros de ambos os lados, quando reconhecidos como maçons eram invariavelmente tratados com mais cortesia e consideração do que se o caso fosse o contrário.
Doyle literalmente soprou vida nas narinas dos personagens Sherlock Holmes, e seu inseparável companheiro de aventuras e biógrafo Dr. John Watson. Sendo que um terço dos londrinos vitorianos, acreditavam na existência do brilhante detetive, e ainda hoje o museu localizado no endereço mais famoso do mundo, Baker Street 221B, recebe muitas cartas endereçadas a ele.

Deixou muitas evidências da sua atividade maçônica e pensamento, que transparecem nos seus escritos.

Sob a pena (caneta) de Conan Doyle deu-se a vida ao seu alter-ego, Dr. Watson, cronista de 56 casos, solucionados por Sherlock Holmes, deixou uma trilha clara para os buscadores da luz. Não menos que quatro personagens registrados nos estudos dos casos, são maçons. Outros quatro, tem o nome: “Mason”. É claro que o Ir. Watson não teria usado nomes verdadeiros em muitos dos casos registrados, ao invés, usou nomes de pessoas e lugares para nos guiar através de pistas. St. John´s Wood (Bosque de S. João) é um lugar importante no caso: “Um Escândalo na Bohemia”. Os Mestres-Maçons reconhecerão a sonoridade de “Marylebone Lane”, que é outra localidade crítica, aparecendo em:

“O Problema Final” em que o detetive morre dramaticamente, caindo durante uma contenda com seu arquiinimigo Prof. Moriarty “O Napoleão do Crime”, nas cataratas de Reichembach na Suíça. E, surpreendentemente no caso seguinte: “A Casa Vazia” o autor ressuscita o detetive, iniciando a segunda série de casos “O Retorno de Sherlock Holmes”. Em “O Vale do Medo” o Ir. Watson entra em grandes detalhes a respeito da “Ancient Order of Freemen” uma ordem fraternal claramente baseada na maçonaria. Quando Sherlock Holmes retirou-se da prática da detecção, escolheu um hobby que também diz a respeito de seu entendimento simbólico, tornou-se apicultor. Não é só isso, Sherlock era o mestre do disfarce. Ao menos em três ocasiões, escolheu o disfarce de barqueiro. A evidência mais real, entretanto, é o mistério do famoso “Diogenes Club”.

O Irmão mais velho de Holmes, Mycroft, conhecido por muito superar as capacidades mentais do detetive, era convocado para solucionar os casos mais extremos, sempre era possível encontrá-lo no Diogenes Club, um clube particular, do qual Mycroft era fundador e (trabalhava duro para mantê-lo privado). Diógenes, claro, o filósofo grego, viajante em busca de um homem honesto sempre usando apenas um barril e sua lanterna na mão. Conta-se que Alexandre, O Grande, ao visitar Diógenes, ofereceu-lhe um presente à sua escolha, Diógenes respondeu:

– “ O que você me tirou, não pode me devolver”,
“ O que?”, perguntou Alexandre,
– “ Você está na frente do sol !”.
Estudos comprovaram que na verdade, o Diogenes Club era o Traveller´s Club (Clube do Viajante), na Pall Mall 106 – Londres, um clube para homens viajantes à busca de luz… que era na verdade uma Loja Maçônica.

Algumas referências Maçônicas na obra de Conan Doyle:

A Aventura do Ritual Musgrave – 1893
Holmes tomou um ritual que estaria em posse da família Musgrave por muitas gerações, um estranho catecismo que cada Musgrave teria que passar para entrar em posse da propriedade.
“De quem Era?
Dele que se foi.

Quem deve receber?
Aquele que virá.

Onde estava o Sol?
Sobre o Carvalho.

Onde estava a sombra?
Sob o Elmo.

Como são os passos?
Norte dez por dez, leste cinco por cinco, sul dois por dois oeste um por um e assim abaixo.

O que devemos dar por ela?
Tudo o que nos pertence.

Por que devemos dar?
Em nome da confiança.”

O Vale do medo – 1914
Holmes foi chamado para investigar a morte de John Douglas e sua esposa, entre as pistas havia um cartão com o símbolo V.V. 341 e a marca de um triangulo circunscrito gravado no braço do morto. A inscrição se referia a Vemmissa Lodge No. 341, Chicago.
“-John McMurdo, disse a voz, você já é membro da Antiga Ordem dos Homens Livres?

Ele assentiu.
-Você pertence à loja No. 29, em Chicago?
Ele assentiu novamente
-Noites escuras são desagradáveis, disse a voz.
-Sim, para estranhos viajarem, ele respondeu.
-As nuvens estão pesadas.
-Sim, a tempestade se aproxima.
Houve um murmuro geral…
-Nós sabemos Irmão, pela sua senha e contra-senha, que você é realmente um de nós.”

Aventura do Construtor de Norwood – 1903
“-Você mencionou seu nome como se eu devesse reconhece-lo, mas além dos fatos óbvios de que você é solteiro, maçom, oficial de justiça e asmático, não sei mais nada a seu respeito”

A Liga dos Cabeça-Vermelha – 1891
“-Além dos fatos óbvios dele ter feito por algum tempo trabalho manual, que ele cheira rapé, que ele é maçom, que ele esteve na China e que ele redigiu um considerável volume de escrita recentemente, não posso deduzir mais nada.

O rapé bem, mas e a maçonaria?
Não insultarei sua inteligência dizendo como percebi isso, especialmente muito contra a rígidas regras da sua ordem, você usa um pino de gravata com compasso e esquadro.”

Mr. Josias Amberley – 1926
Uma investigação particular descrita por Watson: “ Um homem de olhar impassivo… um homem escuro com óculos de lente cinza e um grande pino de gravata maçônico.”

Um Escândalo na Boêmia – 1891
“-Há uma maravilhosa simpatia e maçonaria entre os cavalariços, Seja um deles, e você saberá tudo o que há para se descobrir.”

Estudo em vermelho – 1886
“Anel de ouro, com engaste maçônico”

Bibliografia:
– ARLS Quator Coronatorum vol. 104
“Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes and Freemasonry.”
Robert T. Runciman. Londres 1991.
– William H. Boyer – Diretor Executivo da rede Best Western Internacional, Loja Valley – Silver Trowel, nº. 29, Phoenix, Arizona.
– www.sherlockbrasil.com

Reedição da Universo 01

About The Author