POESIA O que meu interior revela, senão o segredo da própria vida que me espera? Leio e releio, rituais, mensagens e tratados espirituais. Vivo o entendimento e as verdades ancestrais. Quero saber tudo e o caminho dos que se lapidaram. Quero adentrar meu templo, alcançar a luz, a paz e o saber, dos que já o alcançaram. Percorro ao encontro do futuro mas me agarro aos dogmas do passado. Meu presente é nascer de novo, artesão da minha pedra bruta e do meu tempo obscuro. Quero conhecer o milagre que me percorre ao lado. Quero ser o profeta dos sonhos e crepúsculos, sensível aos sentimentos dos deuses, de todas as vidas. Quero amar a verdade dos homens de bem e combater a ira dos moluscos, dos tiranos e turbulentos. Não posso fingir que lascas de carne e sangue serão desculpas bumerangue, naufragadas, nas pedras a serem polidas.