“Ouviu-se nas redondezas o som de um hidraulo, tão agradável e tão encantador que nos fez voltar, fascinados pela harmonia. Então Ulpiano, voltando o olhar para o músico Alcides, disse: – Entendes tu, o maior músico dos homens, esta bela sinfonia que nos fez voltar, deslumbrados?…” Ateneu (séc. II).

Diante desta citação de Ulpiano (Domitius Ulpianus, jurista romano, nasceu em 150, na cidade de Tiro e faleceu em 228) à Alcides, retrata o que entendemos deva ser o protagonista da Coluna da Harmonia nas nossas sessões. Além de ser um maçom experimentado deve ser um apaixonado por música. Poderá algumas vezes ser um moderno, mas, nunca deve ser àquele que não tenha no mínimo algum flerte por esse instituto que nos faz transportar no tempo e naquele momento por vivenciar o teatro maçônico de cada grau através das melodias.

Deve o douto musicista entregar-se de corpo e alma a tão nobre tarefa, porque é dele que toda a assembléia constituída interage sob vibrações de acordes, que por momentos as alocuções textuais dos rituais se rendem para apreciar a sonoridade, a musicalidade, porque a textualização musicada torna mais agradável e atrativo os encontros maçônicos.

Fazer seleções musicais e estar sempre atento ao aprendizado deve ser o seu pilar, pois, previamente escolher o que executar lhe trará segurança e menos dissabores. O norte desta coluna é saber o compasso musical da loja, isto é, o gosto musical do Mestre de Harmonia deve prevalecer, mas, há que se entender e ser humilde em apreciar o entendimento dos Irmãos ao que tange este instituto.

Há um entendimento entre os maçons que se dedicam a coluna da harmonia, que devam ser tocadas, musica clássica e ou orquestrada, evitando-se melodias cantadas e essencialmente voz feminina, sob pena de quebra da concentração inerente ao momento, o que concordo. Destacamos para exemplificar a musica romântica, que embora muito linda e apreciada desviariam os pensamentos dos integrantes da sessão, elas muito bem caberiam nas Sessões Abertas, que há um certo relaxamento na concentração, sem perder a seriedade da mesma e peculiarmente pelo ingresso de nossas cunhadas no Templo.

A vertente musical clássica é muito vasta ao que concerne à utilização das mesmas em nossas sessões, as quais destacamos os músicos de nossa apreciação: Bach, Beethoven, Tchaikovsky, Wagner, Ravel, Bizet, Albinoni, Vivaldi, entre outros, todavia, o que mais temos admiração no nosso mundo maçônico é Mozart, haja vista, algumas de suas obras foram especialmente escritas para a Ordem Maçônica em que era membro.

A Flauta Mágica, a mais conhecida foi escrita com esta intenção, bem como a música especialmente escrita para funerais, pouco conhecida, chamada “Maurerische Trauermusik c-moll KV 477”, na língua germânica, “Masonic Funeral Music in C minor K.477”, na língua inglesa ou simplesmente e traduzindo para o português “Musica para Funeral Maçônico”.

Concluindo, o Mestre de Harmonia deve ter sempre em conta que pode tanto sustentar a performance de uma sessão, como arruiná-la, portanto deve ser esmerado, dedicado e possuir conhecimento com muito treinamento para desenvolver o que se propunha.

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