Confesso que na hora assustei, e quase deletei o e-mail sem ler, mas quis ler todo o corpo do texto para ter noção do que estaria recebendo de um próprio DeMolay afinal. Ao longo do e-mail um garoto indicado era indagado sobre porque estava sendo indicado e poderia iniciar na Ordem. Quando ele disse o seguinte: “- Ok, vocês me explicaram que a Ordem DeMolay prega o respeito a Pai e Mãe, quer que sejamos cidadãos patriotas, tolera e respeita todas as religiões e etc, mas eu não preciso ser DeMolay para fazer isso, pois isso é que meus pais têm me ensinado desde pequeno. Então, por que eu precisaria ser iniciado na Ordem para continuar fazendo o que eu já faço?”
E não é que o garoto pode ter razão? Mas um tio (maçom) responde: “- Na verdade as pessoas não deveriam precisar ser lembradas a todo momento que devem ter respeito pelo seu país, sua família ou ao próximo, deveria ser a coisa mais normal do mundo nós nos reunirmos, para arrecadar fundos para ajudar um orfanato. Aliás, mesmo se o mundo fosse diferente nem deveriam existir orfanatos, pois não deveriam existir crianças abandonadas pelos pais. Nós deveríamos sair à rua e não deveria ser normal querermos brigar com o motorista de outro carro por causa de uma vaga para estacionar. Ninguém deveria desconfiar da honestidade de outra pessoa, porque a desonestidade não deveria existir. Eu não deveria colocar portões na minha casa e me fechar dentro de uma gaiola para evitar ser assaltado, porque a violência não deveria existir.

Ninguém deveria temer sair de casa com a camisa do seu time de futebol preferido, com medo de ser espancado até a morte por uma meia dúzia de imbecis que usam uma camisa de outro time. Mas, infelizmente, este mundo que acabei de comentar não existe e somos expostos diariamente a tantas influências negativas que temos de procurar uma forma de nos unirmos a pessoas que ainda cultuam algum tipo de preceitos e valores morais e que pensem como nós. E para isso que existe a Maçonaria e a Ordem
DeMolay, por exemplo.

Lá somos lembrados a continuar usando tudo de bom que aprendemos com nossos pais e nos são “relembrados” alguns outros valores que acabamos esquecendo com a correria da vida. No dia que o ser humano aprender a respeitar o próximo proponho o fim da Maçonaria e de todas as Ordens semelhantes, enquanto isso seria um prazer, ter você conosco.”

E quando li isso eu fiquei pensando na minha história. Sou filho de protestantes da Congregação Cristã no Brasil, igreja essa que é a maior, senão uma das mais rígidas doutrinas para se seguir, a ponto de homens não poderem usar bermudas, camisetas cavadas, homens não poderem usar barba e cabelo compridos, e mulher jamais sair de casa com qualquer tipo de calça.

Afinal, onde quero chegar com tudo isso? Bom, no meu colegial meu melhor amigo na época, vez ou outra ele comentava sobre os projetos DeMolays que estavam fazendo e tudo aquilo que tantos capítulos fazem. Lembro como se fosse hoje, vários sábados, o chamava para sair para qualquer lugar e ele nunca podia, pois tinha que estar presente nas reuniões capitulares, e percebi que a partir disso comecei a ficar triste por não poder participar de algo que eu admirava tanto.

Anos depois, fui indicado com a maior dificuldade do mundo, porque meus pais não aceitavam de maneira nenhuma, mas apesar de toda a dificuldade, iniciei e ali senti uma das maiores emoções da minha vida, e já fiz para ajudar a ordem e a sociedade tudo o que pude, e até o que não pude. E hoje tenho o maior orgulho de dizer:
Eu sou um DeMolay.

Autor desconhecido