Gosto de ler as notícias escritas pelo cientista político Cristovam Buarque, especialmente suas escrituras referentes à educação. Percebo que não somente eu gosto, mas também muita gente com quem tenho tido a felicidade de conversar a esse respeito. O professor Buarque é admirado, em todo o País, quero crer, e, se assim acontece, tudo certo, faz por onde merecer. Reitor, Governador, Ministro, Senador e sempre Professor. Com Cristovam Buarque, daqui do Recife, morando em Brasília, só se tem a aprender. Outro dia, ele (homem sincero), escrevendo sobre os erros do Brasil, nos últimos 26 anos, disse assim: “Não percebemos que nossa bandeira viável e revolucionária consistiria em uma concertação nacional por uma estratégia de longo prazo para colocar o Brasil entre os melhores do mundo em educação. Se tivéssemos seguido essa estratégia [ … ], hoje teríamos economia eficiente e sociedade justa.” Uma verdade, direta ao assunto, sem rodeios, nem sofismas, Grande Mestre! O mundo todo sabe, porque entendeu assim e assim pôs em prática, que sem esse capital chamado educação, nenhum povo chegou hoje a ser reconhecido como desenvolvido, primeiromundista. Compromisso de estado! Vamos continuar assim, “até quando”? Falam em 12 a 13 milhões de desempregados. Todo dia, pra lá e pra cá, à procura de uma ocupação remunerada, quase todos são chefes de família, muitos já sem esperança, exilados dentro da pátria. Ah Senhor meu Deus! Mas é preciso ninguém se iludir, nem querer atribuir esse destempero à queda da economia, pois, mesmo com um retorno ao crescimento, não haverá ocupação com esse nível de conhecimento possuído. Quero recordar uma grande advertência da maçonaria, quando, com muito alegria, comemorava-se a sanção da lei do PNE. Trouxemos ao Recife, num Congresso Setorial, o jovem Deputado Federal Raul Henry que chegou a ser, logo após, e com brilhante desempenho, Vice-Governador do Estado de Pernambuco. Ele viera para comentar os acenos ao progresso que poderia advir daquele PNE. Mas não foi bem assim a sua análise. Era necessário, advertia o jovem Deputado, uma Lei de Responsabilidade Educacional, mediante a qual se tornassem evidentes os compromissos de consecução das metas estabelecidas no Plano Decenal, inclusive com severas punições aos que assim não procedessem. A lei de responsabilidade educacional não veio até hoje. Cada governante pensa a educação dos brasileiros a seu modo. Baixos continuam a ser os índices de avaliação. E nada se realiza, porque, como anteviu nosso irmão Raul Henry, o PNE seria, como está sendo, apenas uma carta de intenção.