O Hospital São Thomé, desativado no dia 19 de outubro de 2004, no bairro Consil, em Cuiabá (MT), será repassado ao Hikmat Shriners Internacional, ligado à Ordem Maçônica. Nesta quinta-feira (29), o governador Pedro Taques (PSDB), recebeu representantes das três potências maçônicas de Mato Grosso (GLEMT, GOE e GOB) para formalizar o acordo de ‘Sessão de Uso’. O Shriners devolveu ao Estado uma área de 86 mil metros quadrados, cedida em 2013, onde seria construído um hospital filantrópico infantil para portadores de doenças congênitas.

Na ocasião, o governador teve o aval técnico e jurídico dos secretários da Casa Civil (José Adolpho), Gestão (Julio Modesto), Saúde (Luiz Soares) e da Procuradoria-Geral do Estado. “Mato Grosso, o Brasil e a América do Sul precisam desse novo hospital”, referendou Taques. O Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso (Glemt), Geraldo Macedo, observou que, inicialmente a unidade atenderá em ortopedia. “A intenção é ampliar o atendimento para tratamentos de queimaduras”, completou Geraldo. Toda a coordenação do projeto tem a supervisão do Instituto Green World For Children (GWC), que irá coordenar as ações para aquisição de recursos para a compra de equipamentos e adequação do prédio doado pelo Estado. Os hospitais filantrópicos Shriners tem o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) tanto na qualidade e eficiência do atendimento, quanto na área de pesquisa médica.

O Potentado do Hikmat (sabedoria) Shiriners (santuário) em Mato Grosso, Antonio Kato, expôs ao governador toda a estrutura e forma de atuação do grupo pelo Mundo. “Existem 22 hospitais Shriners especializados em pediatria nos Estados Unidos, México e Canadá”, destacou Kato. Ele observou que a unidade de Cuiabá será a primeira da América Latina e a intenção é que o hospital seja mantido exclusivamente com doações de maçons e da sociedade em geral. Para isso, foi desenvolvido um projeto de financiamento, que prevê o plantio de árvores para cada doação realizada, contribuindo também para a preservação do meio-ambiente.

Os hospitais Shriners, mantidos por maçons de todo o Mundo, atualmente são referências nas cirurgias ortopédicas infantis e também estão ligados a instituições de pesquisas de ponta, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. “Já estamos realizando cirurgias pelo Shriners em hospitais de Cuiabá. Agora, vamos correr contra o tempo e iniciar o novo hospital com o trabalho ambulatorial e avançar gradativamente. Os casos que não puderem ser resolvidos por nossos médicos parceiros serão encaminhados para atendimento gratuito em um dos hospitais Shriners dos Estados Unidos”, contou Genilton Nogueira, que foi o primeiro Pontentado do grupo em Mato Grosso. Em Cuiabá, médicos Shriners como o
Dr. Marcelo Sandrin, tem se dedicado em atendimento e cirurgias nos hospitais Santa Helena, Santa Rosa e Santa Casa. “Na verdade, o Shriners já está atuando em Cuiabá há algum tempo. Agora, consolidamos essa iniciativa com o novo hospital”, argumentou Sandrin. Segundo Antonio Kato, não foi definido se o nome “São Thomé” será mantido e a data de inicio dos trabalhos para efetivação do novo hospital.

O COMEÇO

O primeiro atendimento feito pelo Almas Shriners Internacional, aconteceu em 1922, nos Estados Unidos. A paciente foi uma menina que nasceu com um dos pés deformado. Em vez da sola, ela andava com a parte de cima do pé tocando o chão. Foram anos de cirurgias e sessões de fisioterapia até ela andar normalmente. Depois disso, o Shriners já tratou mais de um milhão de crianças, nos Estados Unidos, Canadá e México.

A intenção em atender crianças com deformação congênita surgiu em 1919 com o maçon e Shriner, Freeland Kendrick, então líder do grupo na Filadélfia. Durante seu mandato como Potentado Imperial, entre 1919 e 1920, Kendrick viajou mais de 240 mil quilômetros, visitando a maioria dos 146 templos Shrine e fazendo campanha para uma filantropia oficial a ser estabelecida. Esse modelo segue por todo Mundo onde haja maçons e Shriners.

A ORIGEM

Todos os Shriners são Maçons mas nem todos os Maçons são Shriners. Essa frase é comum entre Shriners, que nasceram da Maçonaria, a mais antiga, maior e mais ampla fraternidade conhecida no mundo. O Shriners International nasceu, derivaram do Ancient Arabic Order of the Nobles of the Mystic Shrine (Antiga Ordem Árabe dos Nobres do Santuário Místico).

Sua origem remota o ano de 1870, quando um grupo de maçons se reunia com frequência para refeições no Knickerbocker Cottage, na Sexta Avenida, em Nova York. Em uma mesa especial no segundo andar, um grupo que tinha o doutor em medicina Walter M. Fleming e o ator William J. Florence. Como membros Fleming e Florence levaram a ideia de criação do Shriners a sério. Walter Fleming, um maçom dedicado, construiu, sobre as ideias de Florence, o ritual, o emblema e os paramentos até hoje utilizados pelo grupo.

No Brasil as primeiras ações do grupo começaram em fevereiro de 2009. O primeiro contato com a diretoria dos Shriners International, em Los Angeles, foi feito pelo então Grande Secretário de Relações Exteriores da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, Marcos Hans. Os responsáveis pela expansão internacional, o nobre Douglas Maxwell (Imperial Potentate) e o nobre Alan W. Madsen imediatamente deram apoio à formação de um clube no Brasil. Desde então, o grupo se tornou referência de fraternidade, a exemplo da Maçonaria, que trabalha e concentra esforços em prol da humanidade.

Fonte e Fotos: Portal Mato Grosso

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