Próximo de amanhã, portanto não muito além, começa outubro. Estou ansioso que ele não tarde. Sabem! Essa ânsia é própria dos que esperam pelo acontecimento de algo muito importante! Pois eu gosto muito de outubro. E as razões desse gostar, eu já as revelei bastas vezes, escrevendo em livros e jornais. Houve um Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso, Anselmo Falcão de Arruda, foi Presidente da COMAB, que me confessou também gostar do mês de outubro, mas por motivações diferentes das minhas razões. Dizia-me o saudoso Dr Anselmo que os frutos amadurecidos no décimo mês do ano eram mais doces e ou mais saborosos. Ele me disse isso durante a solenidade, na Câmara de Vereadores da Marin dos Caetés, oportunidade em que eu experimentava feliz momento ao receber o título de Cidadão Honorário de Olinda e ele me distinguia com a sua presença. Mas aqui, agora, eu desejo tratar de meus quereres. Aqueles que dizem respeito a meu gostar de outubro, porque nele nasceram muitos dos meus entes mais queridos – São Francisco de Assis, minha esposa Lígia, minha filha Raissa, e um dos maiores líderes da maçonaria brasileira, o maçom Francisco de Assis Carvalho, o Xico da trolha ou mais resumidamente XICO TROLHA, o iniciado, como eu e José Castellani, no ano de 1965. Eu, na Paraíba; Castellani, em São Paulo; e Xico Trolha, no Paraná. Recordo que, em 1965, ainda não havia COMAB. Xico sempre entendeu que o sonhar, no singular, se exaure no sonhador antes que “raie sanguínea e fresca a madrugada”. Entendia que no coletivo, aí sim, sonhava-se com consequência, pois desta forma ensinara o poeta, ser “do sonho dos homens que até as cidades se inventam”. Xico inventou A Trolha e os Encontros nacionais da Cultura Maçônica; participou efetivamente da fundação do Instituto Brasileiro de Pesquisas Maçônicas, da Associação das Academias Maçônicas de Letras, da Associação dos Escritores Maçons, da Associação Brasileira da Imprensa Maçônica. Xico escreveu, e escreveu sem parar, incontáveis livros sobre maçonaria; inventou o Círculo do Livro Maçônico para estimular a leitura na Ordem, não só da produção do livro, mas da formação do hábito de ler. Xico foi o grande fomentador do ensino maçônico presencial por esse Brasil afora. Chamado, ele comparecia “contente e satisfeito”. Era o senhor da didática “pinga-fogo”. Não consta que tenha pedido ajuda financeira para seus deslocamentos. Para aonde ele ia, nós íamos com ele: Castellani, Raimundo Rodrigues, Hercule Spoladore, Mário Name, Derly Halfeld, Toinho do Carmo…, mas, vejam, os sinais de um líder! Quando falavam na agenda, ele respondia que ia falar com Cida; quando falavam em ritualística, respondia ir falar com Castellani; quando perguntavam em escrever livro, sua resposta: ir falar com Raimundo Rodrigues; quando falavam em escrever para jornais, ele dizia ir contatar com o Toinho; Xico era o senhor daquelas artes todas, mas evitava se revelar como tal. Nós seguíamos Xico. Aquele que recebeu os talentos e não colocou na botija. Ao contrário, multiplicou-os e os distribuiu com os muitos. Era um prazer que nós tínhamos. Prazer de seguir um dos maiores líderes de que a maçonaria brasileira já dispôs.