Nós, como seres humanos munidos de uma intensa e latente força, sempre procuramos traçar um paralelo mais ou menos de acordo com aquilo que almejamos em nossa íntima vontade. A arquitetura inserida nesse contexto e de acordo com o dicionário, nos informa que: “arte de construção que trata simultaneamente os aspectos funcionais, construtivos e estéticos de edifícios e construções”, logo, num contexto maçônico, podemos expandir esses conceitos para templos e catedrais. Agora, vejamos o que nos diz Paulo de Tarso na primeira carta aos Corintos no capítulo três: “Não sabeis vós que sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. Vejamos, então, que as citações anteriores têm em comum a ciência arquitetura como ferramenta, pois se ela trata de aspectos funcionais e estéticos, entre outros, e maçonicamente aplica-se em templos e catedrais e que, numa segunda exposição, vimos que somos esses templos e catedrais justamente para abrigarmos o Espírito do Senhor, fica claro que “arquitetura de um novo tempo”, nos remete a um entendimento de que devemos nos preparar como Templo móvel (Tabernáculo), para que consigamos ser de fato e não só de direito, verdadeiros iniciados na seara Daquele que é infinitamente bom, sublime e perfeito.

“todo dia morremos para o velho e nascemos para o novo, eis aí o esplendor da vida”

Muitas são as vertentes que nos remete ao nosso intrínseco progresso espiritual. Deus, o Supremo Arquiteto do Universo, concedeu-nos o livre arbítrio e colocou em nossos caminhos vários veículos que nos levam até a Sua glória. Há várias nuances religiosas e sectárias, não sendo esse nosso objetivo por hora, vamos nos debruçar na liturgia maçônica. Quando nossos irmãos maçons operários no ofício, reuniram-se em guildas e proclamaram uma disciplina ética, justa e perfeita, tinham eles a preocupação de garantir em sigilo suas técnicas esotéricas de como se construir com sabedoria, ou seja, de preservar quanto seria ao certo a mistura necessária para dar liga e força juntando óleo de baleia e areia, esse era o cimento usado para construção, preservar ainda a fórmula complexa de como embelezar as catedrais com arcos até então desconhecidos da construção arcaica. Todo esse arcabouço tinha o desiderato de preservar a dignidade de um ofício caracterizado pela retidão do esquadro e pelo ângulo simétrico do compasso, corroborando com a perfeição gótica concernente daquele momento histórico vivido.

Ao trazermos os aspectos abordados para nossas vidas no presente, e sobrepor o entusiasmo edificante dos nossos primeiros irmãos em detrimento das nossas vaidades e fraquezas, aí, sim, completaremos o que em outrora começara, começou-se no norte, no setentrião, nas trevas, e hoje já no sul, com as trevas mais dissipadas, cabe a cada um de nós, livres e aceitos, engendrarmos ao oriente, indo de encontro aonde tudo começou. Tal é a lei solar, assimilada por todas as culturas da antiguidade, todo dia morremos para o velho e nascemos para o novo, eis aí o esplendor da vida, o resumo alquímico dos herméticos, a vigilância constante aliada com as ferramentas a nós confiada, certamente nos conduzirá a fazermos uma arquitetura não só voltada para um novo tempo, mas também como veículo divino que inexoravelmente nos levará à perfeição.

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