Primeiramente analisaremos a definição de Religião (de uma maneira geral, independente do nome), como sendo uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado. É um culto que aproxima o homem ao que é divino, aproxima o homem das entidades a quem são atribuídas poderes sobrenaturais. É uma crença na existência de algo superior, crença em um princípio criador, em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para superar o sofrimento e alcançar a felicidade. A primeira manifestação humana de um sentimento religioso, surgiu nos períodos Paleolítico e Neolítico, e que se expressava por um vínculo com a Terra e com a Natureza, os ciclos e a fertilidade. Nesse sentido, a adoração à Deusa mãe, à Mãe Terra estabeleceu-se como a primeira religião humana. Em torno desse sentimento formaram-se sociedades matriarcais centradas na figura feminina e suas manifestações. Segundo o mitologista Joseph Campbell, a mudança de uma idéia original da Deusa mãe identificada com a Natureza para um conceito de Deus deve-se aos hebreus e à organização patriarcal desta sociedade. Herdado da cultura hebraica, o patriarcado é uma palavra derivada do grego pater, e se refere a um território ou jurisdição governado por um patriarca; cada religião inspira certas normas e motiva certas práticas. Os religiosos gregos e romanos acreditavam na existência de vários deuses; os judeus, muçulmanos e cristãos acreditam que há apenas uma divindade, um ser impossível de ser sentido pelos sentidos humanos e que é capaz de provocar acontecimentos improváveis ou impossíveis que podem favorecer ou prejudicar os homens. Para grande parte das religiões, as coisas e as ações se dividem entre sacras e profanas. Sacro é aquilo que mantém uma ligação ou relação com o(s) Deus(es). Profano é aquilo que não mantém nenhuma ligação com o(s) Deus(es). Da mesma forma, para grande parte das religiões a imoralidade e o profano são correspondentes. Religião é também um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas, baseadas em livros sagrados, como a Biblia, o Alcorão, a Torá, o BhagavadGita, etc., que unem seus seguidores numa mesma comunidade moral, chamada Igreja, templo, sinagoga, mesquita, mosteiro, centro, terreiro, etc. Todos os tipos de religião têm seus fundamentos, algumas se baseiam em diversas análises filosóficas, que tentam explicar o que somos e porque viemos ao mundo. Outras se sobressaem pela fé e outras em extensos ensinamentos éticos. Mas todas as Religiões têm por objetivo, aproximar o homem do princípio criador que é Deus. Principais linhas religiosas existentes: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Espiritismo, Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo, Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Siquismo e Protestantismo. Agora analisando a Maçonaria sob a ótica religiosa, vemos que ela deixa bem claro seus fins, já em sua constituição nos artigos 1º e 2º, afirmando que a Maçonaria é uma “Instituição” essencialmente: iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista, cujos fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Faz-se necessário uma análise sobre o que é “Instituição”. – Instituições são organizações ou mecanismos sociais que visam o melhor funcionamento da sociedade e seu aperfeiçoamento, e conseqüentemente, dos indivíduos. Organizadas sob o escopo de regras e normas, visam à ordenação das interações entre os indivíduos. Com outras palavras, as instituições sociais têm seu papel fundamental no processo de socialização, ou seja, tem como objetivo fazer um indivíduo tornar-se membro útil da sociedade. Continuando os postulados constitucionais da Maçonaria, vemos que ela proclama a prevalência do espírito sobre a matéria, luta pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um. Defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano. Considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças religiosas. A Maçonaria afirma que a intolerância política, religiosa e racial são incompatíveis com a universalidade do espírito maçônico, sendo em prol do diálogo, do entendimento e respeito. RELIGIÃO É uma crença na existência de algo superior, crença em um princípio criador A Maçonaria tem como postulado universal, a existência de um princípio criador: o “Grande Arquiteto do Universo”, que é Deus; e exige a proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria religiosa, dentro das lojas ou fora deles, em seu nome. Nessa diferenciação entre Maçonaria e Religião, vemos que a Maçonaria prega a “Tolerância”, respeitando todas das instituições religiosas, baseada no princípio da Liberdade que cada pessoa tem em professar uma crença, e aceita em seu seio todos os homens independentemente de sua crença religiosa, desde que acredite em um princípio criador, que cada um de acordo com a religião tem seu próprio nome, podendo ser Alá, Deus, Jeová, Krishna, Olodum, Olorum, Oxalá, Tupã, Aton e etc. Já nesse aspecto, cada religião acredita ser o verdadeiro e único caminho para se chegar a Divindade, e todas sem exceção, vivem em uma constante luta para conseguir mais adeptos a sua doutrina em detrimento da outra. A diferença básica entre Maçonaria e Religião é que a maçonaria aceita e respeita todas as linhas reigiosas, enquanto que as mais diversas religiões não aceitam e muitas vezes não respeitam as outras linhas de pensamento religioso. A Maçonaria com seus princípios de moral e virtudes, com pessoas livres e de bons costumes, torna os homens mais aptos para a vida em sociedade, aproximando-os mais do princípio criador. Podemos fazer uma analogia, como sendo a Maçonaria um “veículo” que leva os homens a serem melhores socialmente, mais úteis e dedicados, livres em suas maneiras de pensar, possuidores de virtudes que irão reger seus atos, dessa forma independente do nome que se tenha a religião, a Maçonaria auxilia conduzindo e melhorando a todos, independente de crença. Nessa busca do “ser” humano em direção ao que é “divino”, cada um escolherá o caminho que seguirá, frente a uma grande variedade de “Religiões”, a Maçonaria, não diz siga este ou aquele caminho, ela ensina a pessoa a se desenvolver, estudar, prepara para meditação, aponta a buscar da verdade. Ela produz os meios para a pessoa ter olhos para ver, onde cada um buscará o caminho que for mais coerente, com a sua própria evolução e entendimento, seja ela mental ou espiritual. Nessa busca pelo caminho, se congregam em uma loja maçônica, todas as linhas religiosas, todos como irmãos, onde não se invade ou questiona os valores e princípios religiosos de cada um. Analisando a evolução histórica da “religião”, vemos que sempre estiveram ligadas as guerras e mortes, desde antes de Cristo, na luta pela dominação entre os povos o vitorioso, impunha a sua religião aos derrotados. No início do cristianismo, os primeiros cristãos eram jogados aos leões nas arenas. Com o passar dos séculos e com fortalecimento na Europa e do Cristianismo vieram às medidas de controle do povo, onde por vários séculos o conhecimento e a escrita eram restritos aos membros da igreja. Vastas bibliotecas eram guardadas como verdadeiros tesouros e acessíveis apenas ao clero, o povo não poderia ter acesso à escrita e ao conhecimento dos livros, que eram ainda manuscritos. Com as Cruzadas, a igreja pregava uma “guerra santa”, para resgatar das mãos dos “infiéis” muçulmanos os lugares sagrados do cristianismo, as cruzadas perduraram do ano 1095 a 1270. Em plena durante a Idade Média, ao se instituir o ato do “confessionário”, a igreja tinha em suas mãos uma grande fonte de informações, sobre o que se passava com o povo e como este pensava, onde na inocência de se fazer uma confissão pensando na absolvição dos pecados, muitos foram executados. Ainda na Idade Média, surge a “Santa inquisição”, que se destinava basicamente, a acabar com as “seitas pagãs”. Surgem os escândalos das “indulgências”, (as indulgências ou o perdão dos pecados eram dados mediante o pagamento de altas somas em dinheiro) onde a própria igreja católica reconhecia abusos praticados ao longo de séculos, inclusive o uso indiscriminado de indulgência para a construção da basílica de São Pedro em Roma, pelo papa leão X, que aliado ao despreparo dos sacerdotes para o desempenho da função, geraram condições religiosas, sócio-econômicas e políticas para o grande “cisma” da igreja, provocado por Martin Lutero, o clero recebia um duro golpe. A partir de fins do século XIV, mundo medieval começou a desintegrar-se; um processo que durou até fins do século XVII. Não só as instituições básicas medievais, como o feudalismo, enfraqueceram como também a visão medieval do universo se transformou na compreensão moderna e científica da natureza. Vários movimentos históricos em princípios da idade moderna tornaram possível essa transformação intelectual, conhecida como a “Revolução Científica”. O Renascimento italiano criou novos estilos literários e artísticos que buscaram retratar as pessoas e a natureza tal como são, e essa curiosidade estimulou a investigação dos fenômenos físicos. Em seguida, a Reforma protestante, fragmentou a unidade da cristandade, e passou a existir uma pessoa religiosa diferente, empenhada em encontrar a salvação pessoal sem a assistência de padres ou de sacramentos. As cidades e os países protestantes viram-se inevitavelmente, em oposição à igreja romana e seus ensinamentos; aos poucos, os partidários da nova ciência encontraram uma atmosfera de trabalho melhor nesses centros protestantes. Tanto o Renascimento como a Reforma Protestante estimularam um sentimento de confiança na capacidade humana de chegar a verdades novas sobre o ambiente físico. Por fim, o feudalismo e o senhorialismo foram substituídos pelo Estado-nação e pelo capitalismo comercial. E em fins do século XVII, os líderes desses Estados estimulavam ativamente o conhecimento científico como a chave para aumentar o controle humano do meio ambiente. Compreenderam que com isso, particularmente com as experiências agrícolas, poderia vir uma prosperidade maior. A diferença básica entre a Maçonaria e a Religião é que, a maçonaria aceita e respeita todas as linhas religiosas, enquanto que as mais diversas religiões não aceitam e muitas vezes não respeitam as outras linhas de pensamento religioso A Revolução Científica compreendeu também a descoberta de uma metodologia nova, a ciência. Destacaram-se os cientistas e filósofos naturais como Galileu Galilei (1564-1642), William Harvey (1578-1657), Robert Boyle (1627-1691) e Isaac Newton (1642-1727). Com a Revolução Científica surgiu uma nova matemática, o cálculo; e o que foi ainda mais importante, os filósofos convenceram-se de que toda a natureza, tantos objetos físicos como forças invisíveis era passível de expressão matemática. Uma nova cultura científica havia nascido e alcançaria durante o iluminismo do século XVIII, grande importância como modelo para o progresso, tanto na ciência natural como na humana. Copérnico tira a Terra do centro do universo e, com ela, o homem. A Terra não é mais o centro do universo, mas um corpo celeste como os outros, ela, precisamente, não é mais aquele centro do universo criado por Deus em função de um homem concebido como o ponto mais alto da criação, em função do qual estaria todo o universo. Em pleno Século XVIII tem início da fase especulativa da maçonaria, em 1717, e desde esse início oficial, já causava temor na religião dominante, que se via perdendo espaço na população, com isso qualquer tentativa de abrir as mentes das pessoas, era visto como uma heresia, punível com a morte na fogueira. O “Iluminismo” assustava o clero, as novas idéias geravam debates e cada vez mais a população tinha acesso a novas informações, lentamente e em ritmo constante a população das diversas regiões do mundo, foi tendo acesso ao “conhecimento”, umas mais rapidamente e outras de uma maneira lenta, mas os princípios da Revolução Francesa, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, já corriam o mundo e influenciavam governos, aos poucos a ciência e as pesquisas já não precisavam se curvar aos princípios religiosos, com isso foi surgindo novos questionamentos, a revolução científica abria a mente das pessoas. O tempo que é o grande mestre da vida continuou seu lento caminhar, e novas sementes foram germinando no desenvolvimento da história do mundo. A “Santa Inquisição” perdia suas forças, a maçonaria sempre esteve presente em todas as revoluções dos povos em sua luta pela “liberdade”, isso fazia com que um maçom fosse visto pela antiga religião que já não era mais, tão dominante, como sendo um verdadeiro representante do demônio na terra, incutindo isso nas mentes de várias pessoas pouco informadas, e mais fáceis de serem manipuladas. Surgiram as inverdades destinadas a afastar as pessoas “normais”, dos homens de preto, que se trancavam dentro de suas “lojas”, adoravam um bode e praticavam os mais variados rituais. Em 20 de Abril de 1884, o Papa Leão XIII, lança a encíclica “Humanum Gens”, atacando a maçonaria e após dois anos, na Europa, em 1886, surge a “Liga Anti-Maçônica”, organizada e controlada pela Igreja Católica, destinada a combater e destruir em toda a parte o poder nefasto das Lojas Maçônicas, o Papa Leão XIII, envia uma carta ao dirigente da Liga Anti-Maçônica, orientando com os dizeres: “…deves aplicar todas as forças em combater as intrigas e as maquinações da seita maçônica, empregando todos os vossos cuidados em promover as obras que a nossa encyclica humanum genns vos mostrou serem como o baluarte que se deve oppor aos ataques dos encarniçados inimigos da igreja, visto que em nossos dias, mais do que nunca se infiltra nas veias da sociedade humana o pestilencial veneno d’esta facinorosa conspiração, com máximo de prejuízo das famílias,….” O tempo continuou passando, a perseguição aos maçons foi ficando mais velada, mas ainda existente; pais maçons não poderiam batizar seus filhos na igreja católica, homens maçons não eram aceitos como padrinhos de casamentos ou de batizados, até para missas de sétimo dia não eram feitas se o morto era um maçom, era preciso ocultar a origem maçônica para poder ser aceito na religião que havia escolhido seguir. Apesar de séculos de perseguição religiosa à Ordem Maçônica, a postura da ordem, sempre foi de não revidar aos infundados ataques, se pautando no exemplo, na postura reta, agindo com sigilo e discrição e continuando na luta contra todos aqueles que procuram manter o povo na ignorância, na superstição e no medo. A maçonaria desenvolve nas pessoas a qualidade de raciocinar e tirar suas próprias conclusões, com isso passam a ver as “Igrejas” que procuram desviar a atenção do povo, de seus milhares de mortos nas mãos de uma Santa Inquisição, “Igrejas” que acobertam seus milhares de graves incidentes envolvendo pedofilia, “Igrejas” se preocupam mais em coletar dinheiro de seus fiéis destinando a suntuosos palacetes residenciais e fazendas, de seus pastores e bispos; “Igrejas” que pregam a intolerância e o radicalismo com o objetivo de gerar uma “Guerra Santa”, estimulando ataques terroristas em nível mundial, contra estas a maçonaria sempre lutará, pois o objetivo é o Bem Estar de toda humanidade, contra o fanatismo e a dominação do povo. E finalizando ficam as perguntas que não querem se calar: Porque aos olhos de algumas religiões, a Maçonaria deve ser perseguida e seus membros devem ser discriminados? Porque atacar uma “instituição”, que se visa o “Bem comum” de toda a humanidade, respeitando o ser humano com os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade? Porque atacar algo que nem conhecem, algo que sabem por “ouvir dizer”, criando inverdades sem dar qualquer chance de defesa aos atacados? Porque algumas religiões atacam outras pessoas que são de carne e osso, também filhos de Deus? ELABORAÇÃO: Apr∴ M∴ Paulo Henrique Tigre de Castro; Apr∴ M∴ Willer Frederico Borges; Apr∴ M∴ Vinicius da Cruz Caretta; Apr∴ M∴ Gustavo Henrique luz Lacerda; Apr∴ M∴ Ronaldo Marques; Apr∴ M∴ Sergio Roberto Nogueira de Moraes; Coordenação: M∴ M∴ Vicente Perine Junior. BIBLIOGRAFIA: – Constituição do Grande Oriente do Brasil; – A Maçonaria ao Alcance de Todos – José Carlos de Araújo Almeida Filho; – As Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria – Helena Pretovna Blavatsky; – Dicionário Michaelis; – Encíclica “Humanum Gens” – Papa Leão XIII, 1884; – Manual da Liga Anti-Maçônica – Aprovada pelo Papa Leão XIII – 1886. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ