1 – ETIMOLOGIA:

A palavra “egrégora”, ou “egrégoro”, é originária do grego “egregoroi” e do latim “agregare”, significando, respectivamente, “reunir” e “agregar”. Linguisticamente falando, o termo “egrégora” é um substantivo masculino, mas a forma “a egrégora” ficou consagrada pelo uso.
Nota-se que a palavra não consta no “Novo Dicionário da Língua Portuguesa” (1ª edição), de Aurélio Buarque de Holanda, nem no “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”, de Antônio Houaiss (edição de 2.009) nem tampouco no “Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa” (edição de 1.999), de Antônio Geraldo da Cunha.

2 – DEFINIÇÃO:

Segundo o site Wikipédia, “egrégora é como se denomina a força espiritual criada a partir da soma de energias coletivas (mentais, emocionas), fruto da congregação de duas ou mais pessoas”. O termo pode também ser descrito como “um campo de energias extrafísicas criadas no plano astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões vibracionais”. Seria uma força-pensamento resultante de energias físicas, mentais e emocionais de duas ou mais pessoas, cumulativas, quando se reúnem para qualquer finalidade. Pode se materializar pela chamada “energia construtiva”.
De acordo com Gabriel Gómez, a definição clássica e aceita seria a que designa “a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas quando se reúnem com qualquer finalidade”. A egrégora acumula a energia de várias frequências. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que ele incorpore as dos demais.

3 – A EGRÉGORA EM GERAL:

Conclui-se que nada mais é do que um pensamento forte, positivo, vibrátil, que emana do indivíduo ou do grupo, criando um ser vivo, com força e vontade próprias. De acordo com o poeta, filósofo e escritor Emerson, “o homem é aquilo que pensa”. Por outro lado, a egrégora pode ser negativa, já que é a vibração de uma energia.
Segundo Michael Winetzki, “a física quântica, que é a ciência dos corpúsculos, dos infinitamente pequenos, ensina que todo o universo é formado pela mesma substância primordial, a energia, conforme a famosa equação de Einstein: E=mc2. Todos os átomos e suas partículas subatômicas são formados por energia. Nós somos formados por energia, e as leis da física quântica que atuam sobre as partículas também atuam sobre as pessoas, produzindo coisas, acontecimentos e realidades”.

Então, de acordo com a física quântica, vibração significa que tudo é energia. Somos seres vibracionais, e cada vibração equivale a um sentimento no mundo vibracional. Existem apenas duas espécies de vibrações: a positiva e a negativa. Qualquer sentimento faz com que se emita uma frequência para o universo, e essa frequência pode retornar a você. Tudo em nosso corpo é energia vibracional, como provam os exames eletrocardiograma e eletroencefalograma, bem como a chamada aura, que representa um campo energético que envolve um ser vivo, e o magnetismo pessoal (que seria responsável por influenciar as energias psíquicas do ambiente e das pessoas). Assim, se você tem pensamentos negativos, como tristeza, raiva, desânimo e medo, tudo isso pode lhe retornar. Por isso, devem-se cultivar pensamentos positivos. As companhias, do mesmo modo, ou seja, as pessoas à sua volta, influenciam sua frequência vibracional; se você está ao lado de pessoas determinadas e alegres, as vibrações dela também passam para você. Lembre-se de que o inverso é válido.

Desse modo, há egrégora em qualquer associação de pessoas determinadas, com um pensamento positivo, como, por exemplo, nos templos religiosos, nas fábricas, nos clubes, nas associações de classe. Quem já não observou, em uma partida de futebol, quando o técnico e os jogadores formam um círculo unidos pelos ombros em busca de um resultado positivo? Isso nada mais é do que uma egrégora. O mesmo se dá em um templo religioso, como na Igreja Católica, com a “corrente de orações” em busca de um resultado factível, que, muitas vezes, pode se dar com o aparecimento de um “milagre”.

4 – A EGRÉGORA MAÇÔNICA:

Na maçonaria, cada loja, por intermédio de seus membros, possui sua egrégora; cada obediência tem a sua, e a reunião de todas essas egrégoras forma a Grande Egrégora Maçônica. A egrégora inicia-se quando o irmão orador termina a leitura em voz alta de um trecho do Livro da Lei. Nesse momento, sai do altar uma força espiritual positiva que adquire características humanas. Muitos irmãos mais sensitivos percebem essa entidade benéfica, etérea, que explicita a materialização das forças do maçom a serviço do bem e da mais perfeita ordem. A egrégora pode terminar quando é fechado o Livro da Lei. Diz-se que há uma vibração energética mística na ritualística maçônica.

Vale destacar que temos em nosso corpo sete principais vórtices de energia, denominados chacras. Esses redemoinhos de energia giram no sentido horário, dito dextrogiro. O chacra chamado Frontal, associado à hipófise, é de considerável importância para o desenvolvimento da Egrégora Maçônica. Podemos compará-la a uma bola de neve. Quando duas ou mais pessoas a empurram, ela cresce cada vez mais em volume. Se paramos de empurrá-la, ele fica estacionado. E, se os pensamentos negativos afloram, como o calor, a tendência da bola de neve é derreter. Assim, pensamentos positivos devem estar sempre a nosso alcance, e, portanto, é necessário excluir os negativos.

Segundo Rizzardo da Camino, “A maçonaria aceita a presença da egrégora em suas sessões litúrgicas. A egrégora é uma ‘entidade’ momentânea; subsiste enquanto o grupo está reunido; é formada pelas partículas espirituais de cada maçom presente. Para que surja a egrégora, é preciso ter preparação ambiental, formada pelo ‘som’, pelo ‘perfume’ do incenso e pelas vibrações dos presentes; surge quando da abertura e da leitura do Livro Sagrado; brota do livro como tênue fio espiritual, adquirindo corpo etéreo com as características humanas. Os mais sensitivos percebem essa entidade; ela se mantém silenciosa, mas atua de imediato em cada maçom presente, dando-lhe a assistência espiritual de que necessita, manipulando as ‘permutas’ de maçom para maçom, construindo, assim, a fraternidade. Para cada loja forma-se uma egrégora específica. Quando as lojas reúnem-se em congressos e se apresentam ritualisticamente, observada a liturgia, essas entidades específicas podem formar uma egrégora para cada grupo. Os céticos não aceitam essa entidade. Porém, o maçom espiritualizado deve procurar seus efeitos e esforçar-se para visualizar sua egrégora”.

Uma egrégora típica na maçonaria pode ser explicitada como uma entidade fortíssima, pois nela se enquadram os sete fatores que afetam sua frequência vibracional, explicada pela física quântica, quais sejam:

1 • Pensamentos: os pensamentos positivos dos irmãos agregam a frequência vibratória;
2 • Companhias: os irmãos a seu lado, alegres, determinados, com um propósito nobre, desencadeiam um importante vetor;
3 • Música: a música desempenha um papel importante no desencadear do processo;
4 • Coisas que você assiste: participando de uma nobre jornada, você aceita aquilo como um fator preponderante para o engrandecimento pessoal;
5 • Ambiente: o ambiente do templo maçônico favorece sua frequência;
6 • Fala: os aspectos positivos expostos aumentam exponencialmente a proposta da frequência;
7 • Gratidão: deve-se incorporar a gratidão em todos os atos da vida, abrindo portas para coisas agradáveis, que atuam como uma somatória de efeitos benéficos.

Como dissemos, à egrégora maçônica atribui-se um caráter místico. Portanto, antes de entrar em uma loja, o irmão deve deixar do lado de fora todas as energias negativas e contribuir positivamente quando da abertura do Livro da Lei, para que se propague um sentimento fraterno entre os irmãos e para que se criem condições em prol de uma humanidade mais feliz, próspera e benfazeja.
Mutatis mutandis, podemos concluir que a egrégora é uma energia vibrátil, de caráter místico, que pode ocorrer quando duas ou mais pessoas se reúnem para um determinado fim, devendo ser, evidentemente, com fins positivos.

Na maçonaria, temos todas as condições ideais para a chamada egrégora maçônica, como, por exemplo, pensamentos positivos, música ambiente, companhia dos irmãos em uma determinada ação, ambiente do templo maçônico, gratidão e, principalmente, o desejo do maçom de transformar a pedra bruta em polida, dentro das normas maçônicas de igualdade, fraternidade e liberdade.

BIBLIOGRAFIA:
1 – “Novo Dicionário da Língua Portuguesa” (1ª edição) – Aurélio
Buarque de Holanda;
2 – “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” (edição de 2.009) –
Antônio Houaiss;
3 – “Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa”
(edição de 1.999) – Antônio Geraldo da Cunha;
4 – “Dicionário Maçônico” – Rizzardo da Camino (edição de 2.006)
– Madras Editora Ltda.;
5 – “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbólica” (3ª edição) – Nicola Aslan – Editora A Trolha;
6 – “Revista Arte Real” – Ano VI – nº 4, janeiro/fevereiro de 2.013;
7 – “Egrégora” – Wikipédia – 26/7/2017;
8 – A.R.L.S. Bento Gonçalves – 10/10/2.016;
9 – “Cura e Ascenção: o que é uma egrégora”;
10 – “Arte Real: Trabalhos Maçônicos” – 10/10/2.016
11 – Renato de Faria Pinto – Deputado federal da SAFL – GOB – Brasília (DF);
12 – “Arte Real: Trabalhos Maçônicos” – 29/7/2017;
13 – “Grande Oriente Estadual da Bahia” – Egrégora em Sessão Maçônica;
14 – “Maçonaria em Portugal”, prancha 9 – Egrégora e o Livro da Lei;
15 – “A Egrégora” – pelo irmão Monte Cristo, um servidor incógnito – 10/10/2016;
16 – “Física Quântica” – autor desconhecido;
17 – “A Egrégora Maçônica” – Gabriel Gómez (1ª edição)
Editora A Trolha – 2016.
18 – “Isaac Newton, Física Quântica, Maçonaria e Sociedade” –
Michael Winetzki;
19 – “Maçonaria e a Música” – Loja maçônica Liberdade e Amor –
Cássia (MG).
*Texto objetivo de livre lavratura do autor (sem copiar)
**Mestre maçom – em 25/03/2020

About The Author

ARLS Estrela Betinense, n° 2120 Oriente de Betim • GOB/MG