GRAU 3° – MESTRE – É o conhecimento e a coroação da iniciação e da Maçonaria. Neste temos o aprendizado completo e histórico da Ordem Maçônica.

O Grau de Mestre, sendo o último da Maçonaria Simbólica tem uma importância tão real e universalmente na História (passada e presente) da Instituição. É considerado completo de todo conhecimento filosófico ao alcance do homem, e os mais adequados para conduzir-lhe pelo caminho da honra e da virtude.

[OAD] – Informamos que neste trabalho estaremos sempre fazendo menção aos graus anteriores, buscando a melhor compreensão de um todo.

NA IDENTIFICAÇÃO DOS TRÊS GRAUS COMO EVOLUÇÃO

O Grau de Aprendiz, constitui-se por provas e por interrogatórios, a fim de conhecer os sentimentos e o caráter do neófito.

O Grau de Companheiro, recorremos a empregar a via de instruções para ensinar-lhe a conhecer a si mesmo e a resolver as principais questões de ordem física e moral que puder perturbar seu espírito.

O Grau de Mestre, passa às consequências e fala-se da alma e do coração. Constroem-se experiências e desenvolvem estudos, que se vê claramente a causa que as produz e o modo de remediá-las deixa de ser um segredo. Assim o Maçom compreende perfeitamente que não nasceu para ensinar somente, senão para ser, bom, valoroso e magnânimo. Vê que a ciência por si só não produziria mais que seres autômatos mais ou menos hábeis, mais ou menos perigosos.

CONCEITUANDO OS GRAUS SIMBÓLICOS

O Grau de Aprendiz, define o registro do nascimento “Maçônico”; representado pela concepção do nascimento do Sol, de ordem e da harmonia no seio do “Caos primitivo”.

O Grau de Companheiro representa o emblema de juventude e da virilidade quando o homem já tenha chegado a submeter suas paixões e por fortificar sua vontade por meio do estudo das ciências, das artes e da filosofia. Está consagrado ao fogo e seu emblema é a Estrela Flamejante (Flamígera).

O Grau de Mestre representa alegoricamente a Morte do D-us-luz, do D-us-sol. Neste considera-se o aspecto físico, quando o Sol material morre no Inverno, para ressuscitar na Primavera, no dia de “PASCOA”, No momento de sua passagem pelo signo Zodiacal do Carneiro, Cordeiro reparador, emblema do caos saído da luz eterna, da putrefação, fonte perpétua da vida.

ESTUDO ESPECÍFICO DO GRAU DE MESTRE:

Notificamos que o Grau de Mestre foi desenvolvido por Elias Ashmole (Rosa-Cruz) em 1649, buscando representar a morte de Carlos I e excitar as ideias de vingança. Renovada a lenda do “Targun / Targum”1. Temos registro de vários trabalhos executados por Hiram Abiff –, como a fundição das duas colunas de bronze, o mar de bronze, os dez cubos e os dez rodapés, as caldeiras, copas e vasos necessários para o Templo.

Neste Grau os trabalhos representam a meditação e o estudo, e completa a instrução, o que concerne ao Reino Animal, simbolizado pela voz “MOABON / MOABOM” ou “MAC-BENAC” e significa “FILHO DA PUTREFAÇÃO”.

Devemos enveredar pelo caminho da verdade e da virtude, buscando sempre encontrar a origem da interrogação vivente: De onde viemos? Para onde vamos? Que fazemos aqui? Temos neste ponto a chave da Tríade: O místico Três, imagem do Ser Supremo.

Apontamos para os Três Reinos da Natureza, que estão representados no misterioso Triângulo, que caracteriza o eterno CRIADOR. As suas três linhas representam os dois mais o elemento, material necessário para manifestar a criação perfeita.

• O primeiro lado é o que estuda o Aprendiz e está simbolizado por THUBAL (que é o Reino Mineral).
• O segundo lado é o que corresponde ao Companheiro, fundamenta a meditação e começa a geração dos Corpos, simbolizado por SCHIB∴ (que é o Reino Vegetal).
• O terceiro lado é o que completa a instrução e concerne ao Reino Animal. Assim estão reunidos os três Graus da Maçonaria Simbólica.

Registramos os três assassinos do Mestre Hiram, os companheiros (Jubelas, Jubelos e Jubelum)2.

As palavras Iclingue, Jakin e Mac-Benac, são o símbolo do poder e de igualdade convertido em emblema dos homens livres: “A carne abandona os ossos”, exclamou a voz do Mestre.

No compasso do “três” avançamos no aprendizado da idade de três anos; nos três passos da macha, que estão associadas às três Artes fundamentais: Geometria, Lógica e Retórica.

As três obrigações que se contraem com o Juramento: a primeira é “não revelar a nenhum que não seja um bom e legítimo maçom os segredos”, os lábios da sabedoria estão mudos fora dos ouvidos da compreensão. A segunda é a promessa de “não escrever, gravar ou desenhar algum signo pelo qual se possa conhecer a palavra sagrada”, e a terceira é o reconhecimento dos deveres de solidariedade que une os demais, o que é essencialmente Fraternidade.

E finalizando a sequência temos os três pontos que constituem o característico emblema do ternário: Unidade, Dualidade e Trindade.

Citamos ainda –, o HOMEM composto de (Espírito, Corpo e Alma). O Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes, são as três colunas simbólicas, que estão representadas pelas três Luzes (Sabedoria, Força e Beleza).

O TAU ou “T” oriental, é a cruz que simboliza o Homem Físico.

Alguns autores associam as palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como sendo as que simbolizam a LUZ sobre a TERRA.

No contexto dos registros da página três, §2º, fixamos nos estudos do Grau de Companheiro as explicações do Quem Somos? Onde a potencialidade do ser interior se manifesta. E como característica do Grau de Companheiro, temos a “Pedra Cúbica” que é a figura do homem instruído e civilizado, que vive para a sociedade. Os cinco passos da macha e os cinco anos de idade são as provas evidentes de que estamos capacitados e instruídos nos princípios da Ordem Maçônica.

[…] e quando se atinge o resultado de nossa compreensão e esforço, chegamos a ser dignos para ser exaltados ao Sublime Grau de Mestre, onde encontramos a interrogação: Para onde vamos? Neste comemora-se a morte alegórica de um ilustre personagem, um grande crime simbólico: o assassinato de um Chefe de trabalho executado por três pérfidos obreiros que levou para a tumba o “SEGREDO” da Maçonaria e representa a Sabedoria, o exemplo é o sacrifício, símbolo de transformação espiritual. Sendo que a cor negra expressa à morte alegórica da LUZ que produz nas travas.

ETIMOLOGIA DA PALAVRA

A palavra “MESTRE” vem do latim “magister” e significa “diretor” ou “chefe”, de onde se deriva a voz magis que quer dizer: mais que os demais…o homem superior que se acerca mais da perfeição.

O Grau de Mestre representa o outono da vida, estação em que o sol termina seu curso e morre para renascer de suas cinzas: época em que o homem recolhe os frutos de seu trabalho e estudos. Surgem as lições da Moral da experiência –, citada pela frase MEMORIAL: Quando não tem unidade tem confusão… Então, manifesta-se a origem dos NÚMEROS.

Como o número “SETE” tem uma relação direta com o Grau de Mestre, explicamos: A idade dos sete anos do Mestre refere-se ao conhecimento e perfeito domínio de tudo que se relaciona com o sete, que é o número do Homem: é a abundância que combina os quatro limites da Matéria: Ponte, Linha, Superfície e Sólido, relacionados com os sete períodos pelos quais passa a vida humana, em uma progressão sucessiva.

A cada período duram aproximadamente sete anos solares completos. E neste contexto apresentamos abaixo alguns registros fundamentados no “SETE”:

• O Corpo tem por sua vez sete saliências: cabeça, peito, abdome, duas pernas e dois braços;
• As sete cores do aspecto solar são: azul, vermelho, amarelo, verde, púrpura, branco e negro;
• Os setes planetas, no sentido de forças e princípios são: o Sol (fusão do fogo e ar); a Lua (combinação passiva de água e terra); Júpiter (combinação rítmica de fogo e água); Marte (princípio criador e combinação de fogo e terra); Vênus (fusão passiva de ar e água); Saturno (mescla passiva de ar e terra); e Mercúrio (fusão de ar e fogo);
• Os sete metais representam a alquimia espiritual e são: Ouro (emblema da dignidade); Prata (emblema da esperança); Mercúrio (símbolo da sabedoria e do equilíbrio); Estanho (símbolo de força coesiva); Ferro (símbolo de fortaleza); Cobre (emblema da capacidade criativa); Chumbo (emblema de austeridade, paciência e firmeza);
• As sete Artes: Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Música, Geometria e Astronomia;
• Os sete dias da semana, que simbolizam os sete dias da criação (Divina); e
• Os sete vícios e as sete virtudes, são influências comuns na vida do homem.
Explicando sobre a progressão do número “OITO” percebe-se que é o símbolo natural do equilíbrio e da perfeita justiça e representa o movimento perpétuo e regular do Universo. Também é símbolo da Lei Natural e Primitiva. A cifra [8 – 8 – 8] corresponde à regeneração e é atribuída a JESUS, (o CRISTO). E quer dizer: “O que é a Ressurreição e a vida”.

Notificando apenas como registro o seu oposto
[6 – 6 – 6] é chamado o número da Besta.

A cifra [7 – 7 – 7] é a que corresponde ao homem. É o símbolo da justiça porque consiste em números uniformes pareados em virtude de suas divisões iguais.

Comentando sobre o “NOVE”, que é o número perfeito, porque é gerado pela tríade e é símbolo da indestrutibilidade da matéria pela razão de que o nove multiplicado por qualquer número sempre reproduz na soma os componentes do produto: o nove é três vezes três e é o signo do Mestre.

E diante deste propósito conhecimento ao Grau de Mestre –, chegamos à compreensão de que a razão e o pensamento são atributos que caracterizam o homem em sua luta constante pela vida. Pois a virtude suporta os reveses da fortuna estipulando que o suicídio é um vício, uma covardia violenta ao respeito que devemos a nosso corpo.

E seguindo o “texto” passamos para a origem das fábulas mitológicas que se perde na noite dos tempos, porém encontram-se nelas a mesma invenção e o mesmo espírito de renovação e de purificação.

Aparece HIRAM que é um nome que significa vida. Esse personagem era filho de uma viúva da tribo de Neftali, esperto no gênero de obras, o apelidaram de ABIFF, para significar “de egrégia estirpe”. Foi o perfeito obreiro construtor do Templo da sabedoria, em honra ao Criador.

Na atribuição de “Filhos da Viúva” aos obreiros do Templo, quer dizer, “filhos das Lojas”, ou seja, filhos da natureza. Nisso está resumido à tradição “Iniciática” e equivale a aspirar à divindade; é o desejo inato de possuir a verdade, particularmente a verdade relativa ao que concerne aos deuses.

Arrematamos dizendo que o objetivo de tudo é o aperfeiçoamento do homem para alcançar os mais altos cumes do saber. Os mistérios regem a vida humana, na representação da necessidade de morrer a respeito do mundo das paixões, para renascer de novo no coração idealista, é o emblema do GADU (D-us). A morte é uma aparência, uma mera troca, porque a alma sobrevive e progride.

A morte de Hiram que celebra a porfia na Augusta Ordem Maçônica tem uma significação moral e física, tomadas da mesma natureza. Onde quer que procuremos achamos a mesma ideia, sob nomes diferentes. Em todas as partes morre um D-us, um Ser Supremo ou um homem extraordinário, para começar depois uma vida gloriosa.

O Grau de Mestre pertence às teogonias de todos os povos e não é possível enumerar todas as mortes que chegaram a ser para os povos motivos de festas fúnebres: mortos cujas lendas baseiam-se nos mesmos princípios de Hiram.

Relacionamos exemplos: Osíris é morto por Tifón em uma emboscada; Sommonacodón foi morto por um porco; Adonis, por um javali no céu; Etión foi morto por animais ferozes, Abel é assassinado por Caim, o Grande Mestre descreve a Morte Simbólica e alegoria do D-us-Luz, etc…

Assim, a Luz lutando contra as trevas: Oriente contra Ocidente –, e findamos com a cerimônia simbólica de Exaltação ao sublime Grau de Mestre representada a morte mística e alegórica de Hiram, personificada a Ignorância, o Fanatismo e a Ambição.

A prudência leva-nos a buscar um significado Cósmico bem claro, como a expressa na Lenda de Hiram Abiff. As alegorias recordam os efeitos sucessivos e eternos da natureza: Onde a marcha de cada Grau indica seu espírito:

• O Grau de Aprendiz representa o homem anterior à civilização: é insegura;
• O Grau de Companheiro significa que se deve levar a instrução e, por sua vez, buscar instrução por todas as partes;
• O Grau de Mestre indica que não podem deter os perjuros de sua época.
A rebelião, que encontra os instintos brutais, é a arma sucessiva de três forças: têm por sua vez, três rebeldes na sociedade: O rebelde na Natureza, na Ciência e na Verdade. E assim é terminada a cerimônia.
Comentamos ainda, que na utilização dos Rituais de Mestre será preciso ter embasamento e inteligência para saber distinguir a palavra vida ou morte. Onde a sua exclamação mística é “Conduz-me da Morte à Imortalidade”.
Completamos com as descrições de alguns símbolos:
• Trolha – Símbolo da tolerância com os defeitos dos irmãos;
• Triângulo – Símbolo de poder e emblema dos homens livres manifestam o elemento Psíquico divino;
• O Quadrado e o Ponto – O primeiro representa a estabilidade e o ponto, o princípio e nascimento da vida, as provas e aflições postas por nós;
• As lágrimas de que estão cobertas as decorações recordam o pranto de Ísis: A terra;
• Esfera – É a perfeição e harmonia;
• Acácia – É o símbolo da eternidade, é a ciência do Bem e do Mal;
• Os Três Assassinos – São a mentira, a ignorância e a ambição;
• Os Setes Degraus / Níveis – São as artes Liberais que educam os Maçons que as praticam: Gramática, Retórica, Lógica, Geometria, Música, Aritmética e Astronomia;
• A Câmara do Mestre – É nomeada de Câmara do Maio.
O que deve saber um Mestre Maçom?
Quais são, pois, os elementos da Ciência Maçônica?

RESUMO – 7ª parte do livro MAÇONARIA SIMBOLOGIA E KABBALA,
de Helvécio de Resende Urbano Júnior, 33º. Maçonaria em Teoria Prática [Com aplicações da Kabbala e Alquimia]
Parte I – Natural – Maçonaria em Teoria e Prática Capítulo II
O Rito Escocês Antigo e Aceito

1. O judeu substitui Carlos I pelo Hiram Abiff (pg. 87, 4§).
[Os dois targumim mais conhecidos são o Targum Onkelos sobre a Torá e o Targum Jonatã ben Uziel sobre os Nevi’im (profetas)].
2. Que quer dizer “Sinal na porta e fora da porta”. Simbolizando a Mentira, a Ignorância e a Ambição.
OAD – Significa Opinião do Autor do Documento.

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ARLS Estrela de Davi II nº 242 GLMMG/CMSB Oriente de Belo Horizonte

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